Capítulo 3

28 5 0
                                    

Era uma vez uma menininha que se sentia triste e sozinha, ela queria um pouco mais de amor, ela conversava com a parede sempre, ela se sentia um lixo toda vez que gritavam sem motivo com ela, ela suportou muitas coisas, ela era eu.

Era. Não é mais, hoje em dia tenho usadado o cérebro, toda e qualquer ofensa que me falam simplesmente entra por um ouvido e sai pelo outro, criei um bloqueio, nada me tira do sério, abaixo a cabeça ... Depois a levanto sem drama ou mimimi como as pessoas geralmente acham que deve ser.

Minha vida sempre foi muito agitada, gosto disso, quando está suave como agora é meio chato e cansativo, meu menino ainda ta dormindo, meu filho é a única coisa que me faz realmente feliz, pois ele é meu guia, eu amo tanto ele e ele retribui de uma forma muita linda. Fico imaginando como tem mães que não tem afeto pelo seu bebê.

Ele simplesmente foi o erro que tenho mais orgulho em ter feito, imagine se eu tivesse tirado ele? Ou doado? Não consigo nem imaginar minha vida sem esse pequeno presente de Deus. Dei o nome do pai dele... Miguel.
Miguel morreu quando eu estava com 5 meses de gravidez. Nicolas disse que iria assumir meu filho, eu não tinha muita escolha, estava triste e deprimida. Foi a segunda vez que tive depressão, mas eu tentava pensar no meu bebê, ele é tudo que tenho de valor.

Quando acordei Nicolas ainda estava lá, minha mãe já nem liga mais, ela desistiu de expulsar ele desde quando ele se ofereceu pra assumir o Miguel. É maravilhoso estar nos braços de alguém que você ama e ao mesmo tempo olhar pra alguém que é parte você e alguém que amou.

- Que bom que acordou. - Disse Nick.

Ele beijou minha bochecha e me apertou carinhosamente. Eu sabia que ele tinha que ir, mas já era 3 da madrugada, e tudo anda perigoso. Ele se levantou e começou a se vestir. E continuou.

- Seus pais ainda não chegaram, Miguel chorou um pouco mas acabou dormindo, até porque eu sou o melhor domador de crianças, fiz você e ele dormirem num estante.

- Ai ai, como você é palhaço, vai pela sombra.

- É meio difícil ir pelo sol de madrugada.

- Céus, só vai menino, e tenha um ótimo dia.

- Que você também tenha meu amor.

Ele sorriu, abriu a porta e saiu.
Levantei e fui em direção ao banheiro, até cheguei entrar mas algo me mandou ir ver como estava meu amor, ele estava dormindo feito um anjo, uma sensação gostosa se alastrou sobre mim. Nada pode descrever tal sentimento que eu sentia por ele. Fui ao banheiro e quando voltei seus olhos estavam arregalados, seu coraçãozinho não batia mais. Perdi uma parte de mim.

EsboçoOnde histórias criam vida. Descubra agora