Capítulo 12

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- Mas que merda foi aquela?

- Filha, fique calma, foi você.

- Eu?

- É!

- Droga, droga! Eu não quero mais viver! Eu to ficando maluca!

- Você sempre foi..

- O quê? Como assim?

- É melhor você acordar querida.

- Mas.. Pastor!

Laura, meu nome era Laura, e aquele era Arthur, Arthur e Arthur, ele parecia um deus grego, só de cueca, seu corpo definido me chamou atenção por alguns instantes e notei que eu também estava sem meu robbie, e comecei a achar aquilo muito estranho.

- Arthur, o que você esta fazendo pelado na minha cama?

- Não to pelado. E eu só tava querendo ficar mais a vontade.

Com um rabo de olho me levantei, pedi para ele se retirar e me deixar um pouco sozinha, agradeci também por ele ter ficado esse tempo todo comigo. Deitei na cama e encarei o teto, um flashback de momentos únicos meus e de Nicolas sobre caíram em mim me dando altas voltagens de choque.

Vi nosso primeiro beijo, nosso primeiro toque, nosso primeiro tombo quando tentávamos a aprender a andar de bicicleta, o primeiro livro que ele me deu, o primeiro carinho, o primeiro... Tudo.. Absolutamente tudo na minha vida parou naquele momento. Nicolas por bem ou por mal sempre foi a primeira pessoa a movimentar minha vida. Eu me sentia idiota por lembrar dele como um anjo, esse era meu problema, só vi o que eu quis ver.

Mas tudo nessa vida tem preço, bem feito pra mim em criar um Nicolas que não existia e pôr justamente nele minha melhores espectativas, mas vou melhorar, talvez nossa separação foi boa, só Deus sabe o dia de amanhã. Minha cabeça dói mais do que o normal, o ruim daqui é a falta de pinga, ou o fato de quase nunca quase não ver ninguém aqui. Acho que estava começando a lembrar das coisas..

Parando pra pensar, quase não vejo nada, isso deve ser estranho, quer dizer, eu pensava que era uma vila comum, mas esse lugar parece mesmo caro, acho que Brangeline disse algo sobre isso, parece que faz tanto tempo que estou aqui, eu nem lembro mais...

- Laura?

- Arthur.

- Ta pensando em quê? Você está um tempão olhando o nada..

- Faz quanto tempo que estou aqui?

- Aqui no Lua?

- É né..

- 1 mês..

- O quê? Cheguei ante ontem.. Não tem como.

- Claro que tem.. Você esqueceu...

Olhei para a janela tentando entender, e tava escuro.

- A quanto tempo esta dormindo comigo?

- Desde que você teve um pesadelo com teu ex.

Meu ex? Ué, pelo que eu saiba Nicolas é meu.. Meu.. Ex, é faz tempo. Arthur me beijou e eu fiquei ali parada, olhando pra ele, como um animalzinho assustado, esperando pra ver o quê ia acontecer.

- Você está bem amor?

- Hm, estou sim.. Amor.

- Sei que não gosta de tocar no assunto, mas quem realmente foi Nicolas?

-Um cara que amei muito, e acho que ainda amo.

- Desde quando o conhece?

- Você disse que estou a um mês aqui né - ele concordou com a cabeça - então daqui a dois meses será 6 anos..

Ele beijou minha testa, e disse que éramos como crianças e ficou rindo daquilo, disse que achava isso bonito, e eu não entendi ao certo o quê ele tava querendo dizer e me beijou na boca de novo e eu ainda tentava me acostumar com isso, ele e aqueles enormes olhos verdes me encarando.

- Você é linda sabia - disse ele acariciando meu rosto - sabia?

Talvez fosse uma pergunta retórica, ou se deveria responder. Não era nada demais, mas mesmo assim não saberia o quê responder, pois me acho normal e comum. Ele recomeçou a puxar assuntos comigo como bulimia, céu e inferno, pássaros, mar, macacos, flores, feijoada, toxicomania.

Depois disso ele foi tomar banho, ele gritou que tinha esquecido a toalha e pediu para eu pegar , quando eu cheguei no banheiro ele me puxou pra de baixo do chuveiro, a água quente escorreu tão rápido quanto a mão dele tirou o pouco de roupa que tinha no me corpo. Era como se me corpo conhecesse mesmo o dele, acho que nem mesmo o Nick me deu tanto prazer quanto Arthur me deu debaixo daquele chuveiro.

- Desde quando ando me esquecendo das coisas? - perguntei, enquanto ele alisava minhas costas destruído.

- Você precisa tomar alguns medicamentos, essa é a segunda vez que você esquece tudo desde aquela noite. Infinitamente não posso fazer nada a respeito.

- Porque estou tomando remédios mesmo?

- Por que você passou por alguns estresses, eles não te fizeram nem um pouco bem.

- Que tipos de estresses?

- Um exemplo é você não conseguir chorar sem quase se engasgar, parece que todos os "engole o choro" da sua mãe a afetou, seu cérebro responde dessa forma, meio traumatizado.

- Você é psicólogo?

- Não, mas gosto muito de psicanálise.

- Você é médico de que então?

- De sonhos, como um anjo.

Eu o vi tocar na minha testa, logo depois apaguei, ouvi seu sussurro "durma".. e então eu fui para onde sempre vou..

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