Capítulo 18

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Depois desse longo dia de trabalho, como todos os outros, decidir ir embora, passei em casa e minha mãe já tinha acordado, estava fazendo o jantar. Após um breve cumprimento subi para tomar um banho.

- Para onde você vai? - perguntou minha mãe - fiz ensopadinho.

- Vou dar uma volta.

- Você tá se prostituindo filha?

- Não! Ta doida?!

- É que eu nunca te vi como esse tipo de roupa.

- Pode se acostumar.

Então peguei minha chave e entrei no carro.

- Para onde vamos? - perguntei a Camila.

- De Maestrelo, sabe onde fica?

- Sei.

- Ótimo.

De Maestrelo é uma grande vila, famosa demais, era considerado o melhor hospital psiquiátrico do país. Meu pai quis internar minha mãe lá, a um tempo atrás. Desfrutar este lugar deve ser ótimo, sempre quis passar alguns dias só para ter noção de como é ser uma hóspede.
Quando visitei lá pela primeira vez, senti uma certa paz interior que jamais sentir em qualquer outro lugar. Essa tranquilidade abrigada neste lugar é específico para determinados tipos de pessoas, pessoas com doenças mentais e psicológicos, acho que esse era asilo ou orfanato, também era um SPA para a gente rica.
Formosa que só, havia árvores a sua volta, era uma visão encantadora, parece que um anjo a fez com toda delicadeza e pureza que só eles têm.

- Você não está errada. - Disse Camila.

- Eu adoraria não ser violada o tempo todo.

- Você é uma velha!

- Espera um pouco, um anjo? Sério?

- Sim, só que caído, mas não faz muita diferença.

Ela desceu do carro e colocou os óculos de sol.

-  Sabe, tem alguns anjos que esquecem que não estão mais no paraíso, aí ficam bancando os bonzinhos - disse Camila com ar de tédio - esses tipos são os corrompidos mais sensíveis e chatos de lidar e eu particularmente não tenho muita paciência.

- Disso eu sei.

- Calada, Arthur está vindo.

Arthur. Por um instante fiquei sem fôlego algum, ele era perfeito, tão perfeito que me desliguei de tudo que estava à minha volta, incluindo a mim, que me desequilíbrei e cai no chão.

- Você está bem? - me perguntou Arthur.

- Estou. - respondi quase sem som.

Ele sorriu pra mim e me ajudou a levantar. Olhei para Camila, ela por sua vez estava de braços cruzados olhando seriamente.

- Patético isso. - ela disse.

- Camila o que faz por aqui!?! - Disse Arthur empolgado - o Senhor das  Trevas está te fazendo de faxineira de novo - ele começou a rir loucamente.

- Cale a boca, não vim para varrer, vim para sujar.

- Como assim - ele parou de rir.

- Isso mesmo, você vai ter algo que eu quero.

- Não tenho nada pra você e nem terei.

- Bobo, tão cheio de si que chega dá pena, só vim te visitar e avisar que muita coisa vai mudar na sua vida e infelizmente vou estar envolvida.

Ele olhou boquiaberto para ela, talvez pensando no que poderia ser. Camila apenas sorria, intimidando o lindo anjo. Eu? Bem, eu fiquei esquecida completamente, o que pude fazer foi observar os dois se olhando e se ameaçando repentinamente.
Era melancólico demais pra mim, decidi virar e olhar a paisagem. Eu estava me sentindo estranha e mais confiante, talvez, a única coisa que eu tenho certeza é que estava muito confusa.

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⏰ Última atualização: Oct 09, 2016 ⏰

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