Capítulo 7

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No dia seguinte, Nick disse que eu precisava de ar puro e me chamou pra fazer um piquenique ao ar livre, no caso seria no quintal, eu acho que em baixo da cerejeira seria melhor, mas ele disse que eu não estava em condições de questionar suas decisões e que fazia parte do meu tratamento. Desnecessário.

Não tive muita escolha e forrei uma toalha no quintal e achei engraçado porque não tinha grama direito, e porque poderíamos fazer isso dentro de casa, onde é quente e confortável. Realmente to amando muito essa terapia maluca de ficar sendo picada por mosquitos e formigas, comendo vários sanduíches e tomando licor, pelo menos isso ele não tirou de mim, amém, vai ser questão de tempo, creio eu para ele tirar também minhas bebidas.

Mal posso esperar pra que tudo isso acabe, reconheço a força de vontade e por isso só sou uma velha reclamona por dentro, por fora apenas sorriso e digo que esta tudo bem.

- Me diz - ele me chamou atenção - o que quer fazer hoje?

- Quero voltar pra cama.

- Pra fazer o que lá?

- Ah sei lá, o que se faz em uma cama? - disse eu inocentemente

- Muitas coisas..

- Eu iria pra dormir, seu pervertido.

- Você? - ele segurou minha mão - eu duvido.

Com a outra mão afastou o cabelo do meu rosto e fez carinho na minha nuca, cheguei pra frente e o beijei, o celular dele começou a tocar sem parar, na terceira vez ele decidiu atender, era Camila dizendo que estava com saudades e que estava louca pra fazer coisinhas com ele. Quase vomitei. Peguei o telefone dele e disse que ela tava ligando para o lugar errado e que era pra ela ir pra alguma esquina já que queria fazer "coisinhas".

Desliguei o celular.

- Garota idiota, quem fala "ei boy, vamos fazer coisinhas", que ridícula, nem criança fala assim.

- Você fica linda revoltada, aliás você fica de qualquer jeito.

- Cala a boca. Eu vou pro quar..

- Já sei! - disse ele se pondo de pé, me interrompendo - Vamos fazer compras!! Anda, levanta, temos muita coisa pra fazer agora.

Meu melhor amigo gay, sem dúvida, mas é irritante fazer compras com ele. Ele se acha O Fashionista e ele tem um gosto meio autêntico sabe, meio exótico, cheguei, sou glamour, gliter gliter gliter, eu particularmente prefiro uma saia rodadinha e uma blusa social, quem sabe um saltinho. Mas a questão é que ele gosta de interpretar, nesse caso ele decidiu ser uma bicha louca e pomposa.

Me mata de vergonha e de rir, compramos várias coisas, tomamos um sorvete e ele comprou uma rosa pra mim. Ela era linda, delicada como qualquer flor, tão frágil que eu sabia que em poucos dias ela iria morrer, querendo eu ou não.

- Sabe qual a beleza das rosas? - disse ele enquanto andávamos em direção ao carro. - Laura?

- Sim, quer dizer.. Não.

- Quero dar um passo adiante na nossa relação. Que ela seja tão bonita e perfumada quanto essa rosa. Mesmo que hajam alguns espinhos nossa relação há de desabrochar assim como essa rosa. - disse ele sorrindo para mim - A rosa dentre todas as flores dum jardim é a mais bela e perfumada e é única em sua essência, assim como uma rosa, você é para mim a mais bela e perfumada e única entre muitas , e você é única para mim, quero que guarde e ame ela, pois é isso que venho fazendo contigo meu passarinho.

Fiquei perplexa com tudo que acabei de ouvir, me levantei ate ficar na ponta dos pés para beija-lo, será que minha vida iria mudar assim de repente? Só estava eu e ele no estacionamento, eu senti um baque, senti minhas costelas se quebrando, ouvi Nicolas gritando. O que estava acontecendo? Eu não conseguia virar, não conseguia respirar, então deitei de vez no chão, senti outra batida nas costas.

Nicolas não parava de gritar.

Tudo se tornou borrões .. Borrões vermelhos.

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