Esboço

Capítulo 11

- Pra onde vamos?

- Pra longe. Me encontre no carro, você precisa sair daqui.

- Mas..

- Sem mas. Ande.

Fui inquieta, não sabia o que fazer, andei pé por pé, já sem forças para chorar, apenas no soluço. O carro estava escondido, entrei nele e chorei um pouco, vi Line distante carregava uma bolsa e uma mala, ela guardou e entrou no carro.

- Muito bem, você me parece bem, bom.. Eu..

- Porquê matou ela? Não to bem não cara, você.. Merda.

- Para de graça, te salvei! Merda, Laura, aquele demônio ia realmente te queimar.

- Nicolas.

Nicolas vinha andando lentamente, de cabeça baixa, ele olhou para frente e me viu no carro, e começou a gritar "Laura! Laura!", me doía ouvi-lo gritar daquele jeito o meu nome. Line deu marcha ré e meu coração agora estava completamente vazio.

Comecei a chorar incontrolavelmente, quando então vi os lábios dele se movendo, podia jurar que formava "vou te achar", fiquei repetindo essa cena varias e varias vezes, já que Line não falou a viagem toda. Seus olhos.. Sua boca.. Meu Deus, não acredito que to indo embora, pra longe do amor da minha vida, pra longe do meu melhor amigo, pra longe..

Brangeline me acordou, estávamos paradas em um estacionamento, havia casas em volta, parecia uma vila, era meio deserto e de certa forma bonito, parecia ficar no meio do nada, era grande e havia árvores em sua volta. Desci do carro e um ar puro invadiu meus pulmões, olhei para Line, que por sua vez me observava.

- Vai ficar segura aqui. -Ela sorriu e veio em minha direção - você vai superar, sei que é forte.

- Onde estamos?

- É um lugar bonito né? Venha quero te mostrar. Aqui se chama Lua Demaestrelo, as noites são lindas, você vai gostar.

Andamos um pouco, pois o estacionamento ficava relativamente longe da recepção, o gramado era tão verde e vivo que parecia artificial, tudo era lindo, parecia que eu iria voar a qualquer momento. Mas Line não me disse o motivo de estarmos lá, minha curiosidade só aumentava, mas fiquei quieta. Parecia um lugar bom pra morar, a entrada era perfeita, tudo tão natural que eu me perguntava quem devia morar ali ou o que eu fiz para merecer estar em um lugar tão magico.

Um homem alto e muito bem vestido vinha em nossa direção. Seus cabelos ao vento, sua barba grande mas cuidada, seu andar, tudo nele estava em harmônia, ele parecia um empresario roqueiro bem sucedido.

- Olá, bem vindas à vila Lua Demaestrelo, oh .. Brangeline, quanto tempo. - Ele a abraçou e continuou - E quem é a senhorita?

- Meu nome é Laura.

- Arthur, essa é aquela minha amiga, fiz reserva pra ela, se lembra? -Disse Line.

- Mas é claro - ele apertou minha mão - você é mais bonita do que Brange falou. - ele sorriu.

Fiquei vermelha instantâneamente e murmurei um "obrigada". Brangeline deu a mala e a bolsa pra ele, e sussurrou no meu ouvido " você vai ficar aqui por enquanto, é seu destino, eu e sua mãe tomamos a liberdade de pagar isso pra você então aproveite" ela olhou pra nós e disse:

- Bem, já vou indo, e ah, ele é solteiro.

Ela se virou rindo consigo mesma e se foi, olhei para ele, que estava envergonhado e passava a mão na nuca, encarando o chão.

- É.. Laura, vou te levar para seu quarto, me acompanhe, por favor.

Arthur me levou até o quarto, me deu horários e explicou algumas coisas, disse que eu podia ir pra onde eu quisesse e quando quisesse, quando foi embora arrumei minhas coisas no guarda roupa e penteadeira, era um quarto grande demais só pra mim, era meio solitário, eu não parava de pensar em Nicolas, ou na morte de Camila. Sentei na cama e olhei em minha volta, meu pastor estava sentado na janela.