cap 2. Apresentações

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Andei disfarçadamente ate a caixa de correios, que para o meu azar estava vazia.
Mechi nela como se estivesse procurando por algo interessante, e dei uma boa olhada de lado para a figura do outro lado da rua.

E lá estava ele de novo, me encarando com aquele meio sorriso idiota no rosto.
Fingi não te-lo visto, e me virei pra voltar para casa, quando de repente ouço ele se aproximar.

-ei.- ele chama por mim.

Me virei bruscamente, e dei de cara com ele.
O sujeito era alto, uma cabeça mais alta que a minha, talvez mais. E por incrível que pareça, (não acredito que vou dizer isso) ele cheirava bem.
Senti o cheiro dele exalar sobre mim, talvez pelo fato dele ter suado um pouco, e isso ter ativado o desodorante dele. Ou perfume, não importa.
Mas que o cheiro era bom, era.

-oi.- respondi tímida.

-oi. Eu sou novo aqui. Sua casa?- ele aponta pra minha porta.

"Ah nossa que observador. Só espero que ele não seja mais um bombadinho burro." -pensei.

-sim. Já estava entrando.- me virei pra sair e senti ele tocar meu braço, como que para eu ficar e dar mais atenção a ele.

Olhei pra sua mão no meu braço, e depois olhei pra ele surpresa pelo contato iminente.

-não vai se apresentar?- ele disse sem soltar de mim

-Meddie. Meddie Azalsk.- continuei olhando pra mão dele, que insistia em tocar em mim.

Não que eu tivesse medo, ou fosse uma maluca com precaução de germes, mas isso estava me incomodando, e eu não sei porque.
Além do mais, a fase dos germes já passou.

-eu sou Buckerhard. Tyler Buckerhard.- ele disse em tom de "James bond" achando que eu iria rir.

-ahan. - soltei meu braço dele, e me virei em direção a porta.

-eu te vi na janela.- ele diz querendo me atrair de novo.

Virei pra ele e dei meu sorriso simpático mais forçado ate hoje, entrei, Fechei a porta e soltei todo o ar que estava preso nos meus pulmões, desde o momento em que ele olhou pra mim.

Subi para meu quarto e fui direto para as persianas.
Lá estava ele, ainda descarregando o carro, e assoviando feliz da vida.

Fechei as persianas, fui ao banheiro me olhar.
Ele me encarou tanto que achei que tivesse com alface nos dentes. Mas eu ainda nem tinha ido almoçar.

Eu estava um pouco vermelha.
Achei que devia ser pelo sol, ou febre.
Medi minha temperatura com a mão na testa.
Estava febril, e achei melhor me deitar.

Fechei os olhos, e peguei no sono rápido. O remédio pra Depressão sempre me deixa com sono, em especial porque eu tomei dois de uma vez.

Devo ter dormido a tarde inteira, porque acordei com o som da batedeira, e minha mãe cantando na cozinha.

Me arrastei pra fora da cama, e desci pra ver oque ela fazia.

-dormiu o dia todo né ?- ela perguntou séria.

-não. - apenas disse sem me prolongar, e me sentei a mesa.

-aposto que nem saiu de casa. Conheceu os vizinhos novos? Não né? E se eles forem psicopatas assassinos? Você precisa me manter informada Meddie, eu saio de manhã e fico fora o dia inter..-

-SIM, eu saí.- ela falava tanta besteira que tive que interrompe-la.

-ah, menos mal. Então os conheceu? Que bom, porque eles vem jantar aqui em casa hoje. Resolvi dar as boas vindas.- ela contou animada

-OQUE??- pulei da cadeira- e quando voce ia me falar sobre isso?? "E se eles forem assassinos psicopatas".. Ah então quer dizer que agora você convida qualquer um pra jantar aqui ?? E se um deles for mesmo um doido psicopata? Hein?!- eu surtava e falava feito louca, quando ouvimos a campainha, e ela fez "shh" pra mim.

Bufei e segui ate a porta.
Olhei pelo olho mágico, vi o garoto de novo, mas dessa vez acompanhado de uma mulher.
Altura mediana, morena, cabelos volumosos, linda por sinal. Mal parecia ter trinta anos, talvez nem fosse mãe dele de verdade.
Ele tinha mesmo cara de ser adotado.
Taves seja isso, ele é um psicopata adotado!

Ouvi minha mãe resmungar alguma coisa do tipo "abra a porta logo! Não os deixe esperando a noite toda!", e então eu abri.
E logo tive roubado todo o ar dos meus pulmões.

Ambos sorriram pra mim, mas foi o sorriso masculino que me deixou com as pernas bambas.
Ou era a asma?

Puxei ar pra dentro, mas nada aconteceu.
Apenas sorri de volta, e disse com o maximo se fôlego que consegui:

-entrem.

-muito prazer, meu nome é Sarah. Acho que você e meu filho já se conheceram de manhã não é?- ela sorriu simpática.

Acenei com a cabeça, e minha mãe apareceu pra me salvar.

-olá. Eu sou Margaret. Esta é minha filha Meddie. Tudo bem?- minha mãe vem cheia de boas intenções.

-olá, esse é meu filho Tyler. Diz oi Tyler. Ah não liguem, ele é um pouco tímido no começo. Eles já se conheceram mais cedo.- Sarah sorri, e minha mãe me lança um olhar de " ah é?".

Engoli em sec e não respondi.

As duas foram pra cozinha, e eu fiquei sozinha com o cara me encarando na porta.
Ainda não tinha entrado ar suficiente nos meus pulmões, então me obriguei a respirar e disse:

-pode ir pra cozinha, é lá o jantar.

Ele passou por mim, deixando um rastro do seu perfume, que fez meu estômago revirar.

Fechei a porta e o segui ate lá.
Na cozinha minha mãe e a dele conversavam sobre tudo já, desde trabalho, ate o motivo pelo qual eles vieram pra cá.

Depois de mais alguns minutos, e várias tentativas de mandar meu pulmão me obedecer, minha mãe percebe algo errado e pergunta finalmente:

-filha tem algo errado com você?

Acenei com a cabeça e disse que sim.
Mesmo com tudo acontecendo, o infeliz não parava de olhar pra mim, e eu não queria que ele soubesse.

-tem certeza? Você está ficando roxa?- minha mãe disse preocupada

-eu estou bem.- falei com a voz fina, tentando puxar ar.

-deve ser sua asma voltando. Vá lá encima pegar a bombinha.- ela pediu cautelosa

-vá com ela Tyler. Ajude a menina, não vê que ela está quase roxa?- Sarah disse num tom de quem queria se enturmar.

Me virei e subi sem dizer nada, enquanto o sujeito subia atrás de mim nas escadas.

Ele passou pela porta do quarto logo depois de mim, e ficou olhando em volta como se fosse a Alice no país das maravilhas.
Fui ate minha cômoda alta, e comecei a revirar as gavetas.
Senti ele se aproximar de mim por trás, e me virei assustada.
Estava presa entre ele e a cômoda.
Me senti zonza, talvez pela falta de ar, ou por ele me encurralar na minha própria casa.
Engoli em seco, e senti meu último sopro de ar escapar dos meus pulmões, quando ele passou seu braço a minha volta.
Contornou minha cintura e pegou algo atrás de mim na cômoda.

-aqui. Estava aqui encima.- ele retira a bombinha e a coloca na minha frente.

Peguei a bombinha da mão dele, dei uma boa sugada de ar.
Em seguida dei mais uma, e depois outra.
Tyler ficou só me olhando, e disse:

-você não parece doente.

Eu o olho incrédula, e só consigo responder:

-você não sabe nada sobre mim.

........

Nota da autora:
Ola pessoas.
Espero que estejam gostando.
Se sim, não deixem de votar e deixem seus comentários.

Bjks, ate a próxima.

A Pílula Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora