cap 6. cúmplices

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Os dias tinham sido longos sem ele, mas eu me sentia grata mesmo assim.

Tyler viajou para a casa dos avós dele por uns dias, enquanto sua mãe terminava de resolver a papelada do divórcio.

Ele raramente falava no pai dele, e eu achei melhor não perguntar também.

Depois do nosso beijo, ele apareceu pra me ver por duas noites seguidas.
E logo em seguida fez a viagem que nos deixou por dias sem qualquer contato visual.

Mas como eu disse, eu era grata.
Pois cada segundo longe dos braços dele, significava um segundo mais perto de ve-lo outra vez.

A única coisa angustiante, era olhar pela janela e saber que ele não estaria do outro lado da rua.

**********

Já passavam das 22:00, quando me deitei pra dormir.
Não conseguia dormir, então liguei o notebook pra estudar um pouco mais.
E num ato de saudade me levantei e fui ate a janela.

Coloquei o notebook equilibrado na sacada, e passei pela janela.
Fiquei sentada no telhado olhando a rua, respirando o ar com cheiro de chuva que estava por vir.

Tyler gostava de chuva.
Droga porque tudo tem que me lembrar ele?- pensei

Respirei fundo e continuei mexendo no notebook, ate que senti uma gota de chuva em mim.

Minha mãe havia saído para um jantar de negócios com alguns empresários, e eu achei que seria uma boa ideia quebrar as regras dessa vez.

Ok, as regras eram minhas na verdade.
Mas isso não significa que eu não estivesse as quebrando mesmo assim.

Eu sempre tomo meus medicamentos no horário, nunca saio depois das dez, como os vegetais, não uso drogas, e nem mesmo preciso me preocupar em aparecer em casa grávida!
Eu era uma boa garota, e sobretudo porque eu queria, não porque minha mãe me obrigava.
Com todo o meu cuidado, na verdade ela pedia incessantemente que eu me tornasse uma adolescente normal as vezes.

Olhei pra cima vendo o céu escurecer ainda mais, e então decidi:

Vou tomar um banho de chuva.

Eu não estava mais gripada, e estava com as vitaminas em dia, então que mal faria?
Além do mais, eu tomo muita vitamina C, e duvido que uma chuvinha me deixasse de cama com febre.

Guardei o notebook dentro do quarto, e voltei para meu lugar no telhado.

Fechei os olhos esperando a agua me inundar.
A chuva começou fina, como uma leve garôa, e foi ganhando forma engrossando devagar.

Senti as gotas molharem meu rosto, e em seguida meu cabelo.
E em dois minutos eu estava completamente encharcada.
A chuvinha que eu esperava, havia se transformado no maior pé dágua!

Ok, acho que é hora de entrar.- pensei

Fiquei de pé pra voltar pra casa, mas quando me levantei acabei escorregando e deslizei ate a beirada.

-UOU!!- dou um grito tentando me segurar na calha.

Minhas mãos escorregam por causa da água, e eu não consigo me segurar mais.

Caí.

-aaaaaaaaahhhhhhhh!!!- gritei

E então aterrissei em algo macio que protestou dizendo; -ai!

A Pílula Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora