Escola nova, yay! Tentei me animar com aquela mudança, mas não estava funcionando. Eu precisaria de duas coisas: notas boas e amigos. A primeira seria fácil, mas a segunda, nem tanto. Ninguém quer ser amigo dos novatos, no máximo querem só pedir um dinheiro “emprestado” que nunca mais vão devolver ou puxar a cadeira pra trás na hora de sentar. Eu teria de esperar até o próximo novato entrar pra fazer amizade com ele e não ficar sozinha.
- Tchau mãe. - tentei parecer alegre e fazer ela ir embora logo, mas minha mãe era meio louquinha, tinha que fazer algo pra me envergonhar.
- Nossa, olha que gato! - ta vendo? Depois ela foi embora e sobrou pra mim aguentar o garoto me encarando, mas até que ele era bonitinho.
Todo mundo me olhava com cara de “quem é ela?” ou “o que ela ta fazendo aqui?”. Pois é, nem eu saberia responder caso me perguntassem. Fui andando devagar, segurando meus cadernos com força porque com a minha sorte, era capaz deles caírem no pé de alguém ou algo do tipo. Fui até a diretoria e dei sorte de encontrar a secretaria, ela foi legal e me levou até minha sala. Cabelos negros, pele bronzeada e magrinha, não sei porque mas imaginei ela com roupa de surf, surfando e acredite, não foi algo bom de se imaginar. Entrei na sala e não tinha quase ninguém, ou seja, eu não estava atrasada. Peguei um lugar na fileira do meio, quarta mesa, já estava bom. Me sentei e fiquei lá, parada, na esperança de alguém vir falar comigo, mesmo que fosse só pra me xingar ou sei lá; nunca se sabe se sua melhor amiga vai ser a pessoa que falou mal de você.
- Hm. - uma voz rouca. - Você deve ser nova aqui, sentou no meu lugar. - uma risada estranha.
- Seu nome não estava escrito em nenhum lugar. - eu nem sabia como ele chamava. - Por isso, acho que o lugar não é seu. - a classe riu, inclusive um garoto com um cabelo jogadinho e uma voz fofinha de ouvir.
- Vou te perdoar, mas isso vai custar uma coisa. - um sorriso malicioso. - Brincadeira. - uma mordida no lábio. Ou o garoto era muito convencido, ou estava tentando me seduzir, aquelas caras que ele fazia não eram normais. Mas aquela voz rouca me deixou meio doida.
Ele sorriu e se sentou atrás de mim, que legal. Tinha cara de ser popular e pelo visto era, deu pra perceber só pelo olhar que algumas garotas deram pra mim, algo como “vou te matar” e vamos combinar que se ele fosse um nerd qualquer aquilo não ia acontecer. Não que eu tenha algo contra nerds, mas todo mundo sabe que aqui nos Estados Unidos é assim que as coisas funcionam. É, to falando mal do meu próprio país, e daí?
- Parece que o Sr. Styles já encontrou sua próxima vítima. - a professora entrou na sala. - Aliás, seja muito bem vinda Srta. Bafleir. - a turma inteira olhou pra mim.
Ela era professora de teatro e me lembrou de alguma atriz de algum filme que minha mãe assiste e chorava, enquanto meu pai mal via a hora de acabar, pena que eu não conseguia lembrar o nome. Tinha cara de ser legal e gostar do que fazia, mas aquele comentário dela ao entrar na sala não foi muito divertido. Agora todo mundo já sabia meu sobrenome, e eu ficaria marcada como “a próxima vítima do garoto Styles”. Ela veio até meu lugar pra conversar comigo e fazer aquelas perguntas que todo professor sempre faz pros alunos novos, aproveitou pra dizer que se eu precisasse de ajuda em alguma coisa era só procurar por ela nos corredores (o que realmente esperava não precisar fazer) e pediu desculpas pelo comentário que fez quando entrou (“não sei se você ficou brava ou não, mas é que não resisti; e, ah, ele se chama Harry”).
- Agora vamos falar do nosso trabalho de teatro. – voltou ao seu lugar na frente da sala. – Srta Bafleir, não sei se alguém já lhe falou, mas estamos montando casais pra fazer testes para a nova peça da escola. – sorriu.
Claro que eu não fazia ideia do que ela estava falando, que tipo de mãe mudava a filha de escola no meio do ano? É, a minha. Eu participava das aulas de teatro na outra escola, não muito, mas participava; menos nas vezes que não estava com vontade de nada e inventava uma dor de cabeça ou algo do tipo. Talvez aquilo fosse bom pra que eu conseguisse fazer algum amigo, já que seriam casais.
Harry’s Pov on:
- Ficou sabendo que vai entrar uma nova garota na escola? – Niall adorava descobrir esse tipo de coisa. – Será que é gata? - perguntou enquanto tirava a camiseta do time de futebol da escola.
- Se não for, a gente expulsa ela. – bati com a toalha em sua barriga enquanto ele morria de dar risada. – Deve ser, não sei.
- Meninas, meninas e meninas. – Zayn entrou no vestiário. – Vocês não se cansam disso nunca? – imitou a diretora, Senhora Mefs, falando e deu risada.
O time de futebol sempre combinava de chegar uma hora antes das aulas começarem, assim a gente podia treinar um pouco mais. Me troquei rápido, uma blusa branca e um jeans escuro, e corri pro corredor onde ficava meu armário, peguei meus livros e fui pra classe. Niall e Zayn pararam pra conversar com umas animadoras de torcida de quem eles estavam afim, e Liam sumiu do mapa. Entrei na sala e dei de cara com uma garota nova sentada no meu lugar, devia ser ela. Era bronzeada, cabelos dourados e longos, olhos castanhos e parecia ser mais baixa que eu, não sei muito bem, ela estava sentada. “Muito obrigada”, olhei pra cima e falei, ela era bonita e quando meninas bonitas sentam no seu lugar, você tem que agradecer! Cara, isso é um motivo pra puxar assunto.
Pelo visto ela não queria papo, me deu umas cortadas. Sentei atrás dela só de pirraça, assim ela teria de falar comigo alguma hora, provavelmente pra me mandar parar de encher o saco ou calar a boca ou confessar que já estava caidinha por mim.
- Eu adoraria se você parasse de dar nós no meu cabelo. – virou pra trás com cara de brava. – Estou tentando saber sobre o que é esse trabalho, sabia? – me encarou.
Claro que a dona Scarlatt (nossa professora de teatro que ficava de marcação comigo) não me deixaria aproveitar a garota nova, e teve que fazer alguma brincadeirinha.
- Styles e Bafleir. – uma das regras da California High School era chamar os alunos por seus sobrenomes. – Podem se juntar, farão o trabalho de teatro juntos. – aquela era minha chance, agora a tal Srta. Bafleir não me escapava mais.
Harry’s Pov off.
VOCÊ ESTÁ LENDO
living while we're young
ФанфикEle era o típico britânico branquelo e charmoso, do tipo pegador. Não era inteligente, mas era esperto. Mal sabia o que queria da vida; seus pais eram ricos, ele tinha o que queria. Ela, era a típica menina da Califórnia: pele bronzeada e cabelos do...