Capítulo 19.

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Harry’s POV on:

Em um momento eu estava feliz por saber que tinha conseguido o que queria: ter Anne como minha parceira na peça e, de repente, em outro eu estava correndo o mais rápido que pude em direção ao final da escada ao vê-la desmaiada no chão.

- Qual é o problema de vocês? – olhei pras arquibancadas sem saber exatamente com quem estava gritando. – Por que ninguém se levantou e tentou segurar ela antes que ela caísse?

Era impossível que nenhuma das pessoas sentadas naquela maldita arquibancada não tivessem visto uma pessoa caindo, mas mesmo assim continuaram sentados até que ela finalmente chegasse até o chão desacordada. Eu odiei todo mundo naquele momento.

- Styles é melhor você se acalmar e dar um passo pra trás. – senti uma mão em meu ombro. – Por favor. – era Jeff.

- Eu não saio daqui sem saber que ela vai ficar bem e sem dar um soco na cara de cada um que podia ter impedido que ela se machucasse.

- Styles, não me obrigue a te tirar daqui a força. – eu queria socar a cara dele também. – Você pode ir com a ambulância pro hospital, mas precisa se afastar agora.

Nem eu sabia o motivo de estar tão nervoso, eu só não sabia o que fazer pra ajudar e ver Anne com os olhos fechados no chão estava me desesperando de uma forma que eu não conseguiria explicar se me perguntassem. A enfermeira da escola estava ajoelhada ao lado dela com dois dedos em seu pescoço o tempo todo checando seus batimentos até que dois caras chegaram carregando uma maca e a colocaram nele. Ela parecia tão frágil sendo levantada rapidamente por dois caras totalmente desconhecidos e sendo levada até a ambulância que estava do lado de fora, tão indefesa, tão pequena.

Jeff se aproximou de mim novamente e fez sinal pra que eu corresse pro lado de fora onde a ambulância estava e pediu que eu não contasse pra ninguém que ele me ajudaria, caso contrário ele sofreria graves consequências já que literalmente mentiu para os médicos dizendo que eu era um amigo da família e que tinha autorização pra ficar com ela no hospital até que algum responsável chegasse lá. Passei o caminho todo sentado naquele banco gelado e desconfortável sem desviar meus olhos de Anne nem uma vez sequer, era como se eu sentisse uma necessidade de checar o tempo todo se ela chegaria bem ao hospital.

- A partir daqui você não pode entrar, Senhor. – um médico do hospital me barrou assim que os outros dois levaram Anne para uma sala.

- Ela vai ficar bem? – segurei o braço dele. – Eu só preciso saber que ela vai ficar bem, por favor.

- Nós vamos fazer de tudo pra que ela fique bem, sim, agora eu preciso que você vá para a sala de esperas. – e saiu.

A sala de esperas estaria vazia se não fosse por mim e um outro homem que aparentava ser  bem mais velho que eu e não parava de andar em círculos perto do sofá em que eu estava sentado. Eu nunca odiei tanto esperar por alguma coisa como odiei esperar por alguma noticia sobre o estado de Anne chegar e, quanto mais impaciente eu ficava, mais parecia demorar. De repente, ouvi uns gritos vindos da recepção e conclui que aquela devia ser sua mãe já que eu me lembrava de sua voz mesmo que vagamente.

- Senhora Bafleir?

- Ah, Harry. – ela soltou um suspiro, não parecendo surpresa em me ver ali. Na verdade, ela parecia preocupada. – Ela vai ficar bem, não vai?

- Eu ainda não recebi noticias. – me arrependi de ter dito aquilo ao ver a cara dela. – Mas o médico me garantiu que sim. – menti.

Passamos mais uma hora e meia sentados naquela sala esperando por alguma noticia e levantando cada vez que uma enfermeira passava na frente da porta, com esperança de que finalmente fosse alguém vindo nos dizer que Anne estava bem e que ela poderia receber visitas. Aquelas foram provavelmente as horas mais angustiantes da minha vida já que eu nunca estivera em uma sala de espera antes, ainda mais esperando por informações de alguém que estava na sala de cirurgia ou seja lá o que fosse aquele lugar pra onde tinham levado ela.

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