Capítulo 10.

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- Anne! – ela literalmente me agarrou.

- Mãe, não. – tentei fazer ela me soltar, mas foi em vão.

E sim, ainda estávamos na frente de casa; eu completamente maravilhosa com meu pijama de vaquinha, minha mãe me agarrando como se eu fosse algum tipo de pessoa famosa e ela me amasse mais que tudo, nós duas rindo num tom longe de ser baixo e nossos vizinhos provavelmente desejando nossa morte.

- Eu vi aquilo.

- Mãe, sai. – lambi seu braço e ela me soltou.

- Anne, volta aqui.

- Não. – sai correndo em volta da casa.

- Anne. – ela mal conseguia falar já que não parava de rir.

- Mãe, sai. – e fui pra dentro de casa.

Corri pro meu quarto e praticamente empurrei a porta pra que ela fechasse, fazendo um barulho enorme, é claro. Minha mãe bateu nela várias vezes, mas foi só colocar uma música alta pra ouvir e as batidas não me incomodaram mais. Nós não estávamos brigando, muito pelo contrário, mas eu realmente não queria entrar naquela conversa com a minha mãe naquela hora porque 1. eu ainda estava me recuperando do quase beijo com Harry e 2. ela me faria todo tipo de pergunta possível e eu não estava afim de responder. “Você ia beijar ele se eu não tivesse chegado?”, “há quanto tempo ele estava aqui?”, “o que ele veio fazer aqui?”, “você sabe que pode conversar disso comigo, né?”. Mas não querer falar sobre aquilo com minha mãe não queria dizer que eu não queria falar sobre aquilo com mais ninguém.

“Ta acordado? É a Anne”

“Sim, oi”

“Adivinha quem acabou de sair daqui de casa”

“Harry”

Ele respondeu a mensagem tão rápido que eu fiquei me perguntando como ele sabia, e então me toquei de que Harry era uma das únicas pessoas que eu tinha conhecido aquela semana e a única pessoa de quem eu falava com Louis desde que nos conhecemos.

“Quer vir aqui? Não sei como contar tudo por mensagem”

“Tudo bem, trinta minutos e eu to aí”

Louis não morava nem perto nem longe de mim, mas como ele provavelmente viria a pé, demoraria um pouco, o que me daria tempo de tomar um banho rápido e colocar qualquer roupa já que bem, era sábado e era Louis e eu já nos considerava próximos o bastante pra não ter que ficar arrumada perto dele. Aquilo era bom, sabe, se sentir confortável perto de alguém que você mal conhecia considerando o fato de que não fazia nem uma semana que eu havia me mudado pra escola nova e conhecido ele.

- Louis vai vir aqui pra casa, tudo bem? – apareci na sala pra avisar caso ele chegasse e eu ainda estivesse no banho.

- Ah, agora você fala comigo então? – riu. – Tudo bem. – sorriu.

Voltei pro meu quarto, deixei um shorts e uma blusa separados e depois entrei no banho. Eu tinha um pouco de certeza de que Louis chegaria e eu ainda estaria tomando banho e minha mãe, claro, se aproveitaria da situação e o encheria de perguntas sobre mim e Harry. Se tratando da minha mãe, tudo era possível, tudo mesmo. Eu podia imaginar Louis chegando em casa e ela abrindo a porta e falando pra ele sentar um pouco enquanto eu não aparecia e dizendo coisas como “o que Anne aprontou no luau ontem?”, “ela beijou alguém?”.

Dito e feito, assim que sai do banho pude ouvir a risada da minha mãe e a voz de Louis, só não consegui entender o que estavam falando e o que era tão engraçado assim. Coloquei minha roupa, penteei o cabelo e fui pra sala, mesmo ainda estando com a toalha enrolada na cabeça. Eu precisava tirar Louis daquela sala logo antes que fosse tarde de mais, se já não era.

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