Capítulo 18.

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- Wow.

- O que? – nem eu acreditava que tinha feito aquilo.

- Nada, eu só tenho uma queda por garotas de atitude. – e, pelo visto, aquilo quis dizer que eu era uma.

Nós estávamos sentados na areia, não muito longe do mar; ele com os braços apoiados nas pernas e eu sentada com elas cruzadas. Nenhum de nós disse algo depois daquilo, mas não era como se fosse preciso.

- Hm, Bafleir, tudo bem se eu te chamar assim? – até então a única pessoa que me chamava assim era Harry. – Acho que esse silêncio foi um não.

- Não! – espera. – Quer dizer, é claro que não tem problema. – meu sobrenome não era exclusivo.

- Ok, Bafleir. – ele sorriu e eu quis morrer porque, olha, não era qualquer um que tinha um sorriso daqueles. – Você tem planos pra sábado a noite?

Eu não tinha, em partes, porque eu sabia da tal tradição de festas na casa do Harry aos sábados, mas isso não significava que eu precisava ir.

- Não que eu saiba.

- Agora tem. – parou de olhar pro mar e olhou pra mim.

- E eu posso saber quais são?

- Nem eu sei, então fica difícil dizer. – outro sorriso. – Não gosto de planejar as coisas, então, sábado a noite quando eu passar na sua casa te pegar, a gente decide. E sim, isso significa que você vai ter que me dar seu endereço.

- E rezar pra você não ser um psicopata e me matar no meio da noite com uma facada no coração. – ele riu quando falei isso.

- Acho que tem alguém vendo series criminais de mais.

- É tudo que eu faço da vida quando não estou dormindo ou comendo, se bem que, eu posso fazer isso enquanto como. – e ri.

Eu não costumava sair por aí dando o endereço da minha casa pra qualquer pessoa que acabasse de conhecer, mas algo em John me fez acreditar que ele era um cara legal e que não teria nada de mal então, acabei esquecendo as famosas formas de precaução que os professores ensinam pra gente na primeira série e que os pais fazem questão de repetir umas mil vezes por ano e dei meu endereço pra ele, além de deixar combinado que estaria pronta as oito.

Depois de um tempo sentada na areia conversando com John sobre coisas bobas que todo mundo conversa pra se conhecer melhor, senti minha barriga doer e só então me lembrei que ainda não havia comido nada o dia inteiro. Eu não fazia ideia de que horas eram, mas, toda é hora de comida, então não era como se o horário realmente importasse. Me levantei e fui até a parte em que tinha deixado minhas coisas e, por um instante, pensei em chamar John pra ir comido em algum lugar comer alguma coisa, mas achei melhor não. Dei um abraço nele e gritei um “até sábado” quando tinha me afastado um pouco; a ideia de não gostar de planejar coisas como encontros me agradava porque eu sempre preferi ser surpreendida a já saber o que aconteceria.

(...)

Cheguei em casa no mesmo horário que chegaria se tivesse continuado na escola, o que fez com que minha mãe não ficasse surpresa ao me ver entrando. Mas ela ficaria surpresa com o que eu estava prestes a falar.

- Eu tenho um encontro. – e, como previsto, a boca dela se abriu até não poder mais.

- Eu não acredito! – ela literalmente gritou. – Você e Harry finalmente decidiram parar de fingir que se odeiam e vão sair?

- O que? Eu não vou sair com ele, mãe.

- Então quem é o cara?

- Eu conheci ele hoje, na praia. – e, com isso, o sorriso no rosto dela desapareceu.

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