Capítulo 5.

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- Ah Anne. – a detenção não era nada comparada a expressão no rosto de minha mãe quando entrei em casa.

- Eu sei, eu sei. Tenho que aprender a me controlar e blablabla. – abaixei a cabeça.

- E eu posso saber o que aconteceu? – se aproximou de mim e me deu um abraço, ela não estava brava, só tinha medo de que aquilo virasse algo rotineiro.

- Digamos que eu tenha dado um soco na cara do Harry, aquele que veio aqui ontem.  – mordi o lábio esperando por sua resposta.

- Anne! – riu. – Ele parece ser tão adorável e é todo bonitinho.

Contei a ela que não foi nada forte e nem chegou a machucar, mas que esperava que o aviso tivesse ficado claro. “Você o socou só porque ele está afim de você?”, eu sabia que devia ter deixado essa parte pro final, em vez de começar com ela e depois contar sobre a mudança dele de armário e essas coisas. Subi pro meu quarto e tomei um banho, coloquei uma camiseta velha que usava pra dormir e desci as escadas correndo ao ouvir minha mãe abrir a porta. Eu sabia que era meu pai.

- PAI! – pulei em seu colo e o abracei o mais forte que consegui, era bom vê-lo de novo depois de uma semana.

- Eu trouxe vários presentes da Inglaterra pra vocês duas.

Meu pai passava uma semana por mês na Inglaterra a trabalho, as outras três ele ficava com a gente aqui nos Estados Unidos. Sete dias pareciam pouca coisa, mas ainda sim eu sentia muita falta dele, o que fazia com que nós brigássemos muito pouco enquanto ele estava em casa. Eu sabia que teria de contar sobre a detenção e que ele não ficaria bravo, mas também não me defenderia. Mas decidi que aquele não era o momento de contar.

- Como vão as coisas na escola nova?

- Estão indo bem, já tenho até um amigo. – me referi a Louis.

Alguns dos presentes que ele trouxe eram shorts do tipo que eu adorava: curtos, mas não muito e com cores variadas. Um preto de cós alto e taxinhas no bolso foi o qual mais gostei. Pedimos uma pizza e assistimos a um filme até eu pegar no sono e acordar milagrosamente na minha cama no dia seguinte; pro meu pai, eu ainda era a menininha que ele vivia pegando no colo antigamente e confesso que adorava isso.

[...]

- Anne, que bom te encontrar, eu precisava falar com você.

- Aconteceu alguma coisa, conselheiro? – eu não conseguia chamá-lo de Jeff mesmo ele dizendo que eu podia.

- Só queria dizer que o aluno Harry Styles falou comigo uma hora atrás e pediu pra eu eu retirasse você da detenção.

- O que? Por quê?

- Eu diria que ele não quer que você tenha mais raiva dele ainda. – estava sério. – Harry parece ser do tipo de garoto que joga charme pra cima de todas as meninas, mas pode ser só aparência.

- Ah, eu aposto que não. – mas confesso que fiquei feliz por não perder minhas tardes na escola naquela semana.

Harry’s POV on:

- Ihhhh, se não é o Styles. – Zayn imitou a voz de Anne. – Como está seu rosto? Doendo muito? – riu.

- O que você acha de calar essa boca hein? E não, não está doendo. – e sussurrei um “idiota” que só eu ouvi.

Todo mundo naquele maldito vestiário estava olhando pra mim e rindo, imitando o modo como Anne falou meu sobrenome e Niall até fingiu que me daria um soco; uma pena eu ter pegado sua mão antes e dado uma leve torcida nela.

- Ei Harry, calma. – Liam apareceu sabe-se lá de onde.

- Cansei de vocês.

Saí de lá sem nem me importar com o fato de que meu cabelo ainda não estava totalmente seco ou que minha camiseta estava pendurada em meu ombro e não sobre meu corpo, fui até a quadra de vôlei e joguei uma das bolas contra o chão sem nem saber o motivo de ter feito aquilo. Eu odiava quando todo mundo decidia encher justo o meu saco.

- Uau, Harry, você não conhece a palavra roupa? – era Jeff.

- Foi mal. – ele continuou parado no meio da quadra, olhando pra parte do meu rosto onde Anne havia socado. – Não está doendo, se quer saber.

- Eu sei, ela me disse. – se aproximou. – Ela pegou detenção até o final da semana, sabia?

- Eu não me machuquei, vocês não precisam fazer isso. Sério, to legal. – se ela já não gostava de mim, ficar na detenção por “minha culpa” a faria gostar menos ainda.

- Vou conversar com a diretora Mefs. – e saiu, parando no meio do caminho e olhando de volta pra mim. – E vista essa camiseta, Harry Styles. – tentou parecer sério.

Jeff era o conselheiro do colégio há alguns anos e eu o adorava porque ele evitava ao máximo brigar com os alunos, e tinha um cabelo engraçado. Comecei a rir do nada e demorei mais que o necessário pra colocar a camiseta por causa disso. “Droga”, falei assim que o sinal tocou, e comecei a correr desesperadamente pra sala de teatro.

Harry’s POV off.

Eu estava sentada ao lado de Louis na aula de teatro, até a professora, dona Scarlatt, chegar e pedir que todo mundo se levantasse porque ela tinha alguns comunicados a fazer.

- Como vocês sabem, esse ano a peça da escola será baseada em uma história original montada por mim. – começou. – Vocês não sabem o tema ainda, mas sabem que farão os testes em casal e todos já tem um par. Então agora se juntem com seus pares enquanto entrego um resumo da peça pra cada um de vocês.

Graças às gracinhas de Harry comigo no meu primeiro dia, ele seria minha dupla. “Que maravilha”, falei enquanto ia em direção a ele que estava parado perto da porta. O problema é que eu o achava extremamente atraente; eu tentava me convencer de que ele era apenas bonitinho, mas não, ele tinha que ser aquele cara que você tem de se controlar muito pra não passar o tempo todo olhando. E conforme eu me aproximava mais, aquele perfume dele ficava cada vez mais forte, e melhor. Droga.

- Bafleir. – desencostou da parede, ficando ainda mais alto.

- Styles. 

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