Capítulo 20.

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- O que foi que você fez? – Louis entrou gritando em meu quarto na sexta-feira a tarde. – E, hm, desculpa por não ter ido no hospital ontem, minha mãe decidiu visitar minha avó e não tive como escapar.

- Tudo bem. – sorri pra ele. – Eu disse ao Harry que vou no jogo amanhã.

- Disso eu sei, Anne, eu li sua mensagem. Eu quero saber o que deu em você pra fazer isso.

Primeiro de tudo, era bom estar em casa já que eu não era uma grande fã de hospitais. Segundo, aprender a me equilibrar naquelas muletas não foi algo tão difícil quanto eu pensei que seria. E terceiro, eu estava amando o fato de ter recebido ordens pra ficar em casa repousando por uma semana.

- Eu não sei, não consegui me controlar. – mordi a parte de baixo do lábio. – Ele falou alguma coisa pra você na escola hoje?

- Não, mas o armário dele é perto do meu e eu ouvi ele falando com Niall sobre você ter dito que ia e foi aí que eu tive certeza de que aquela mensagem que você me mandou era pra valer. – fez uma careta.

- Eu disse que talvez iria, ou seja, não preciso ir.

- Mas você quer ir, não é? – ele finalmente fez a pergunta que eu estava tentando evitar.

- Talvez sim, talvez não.

Ele me olhou com uma cara engraçada e depois começou a rir do tom de voz que usei ao falar aquilo. A verdade é que eu realmente não sabia o que fazer e nem se queria ou não ir; eu nunca fiz o tipo indecisa mas, quando se tratava de Harry, era como se eu não conseguisse tomar uma decisão sem passar um século pensando se era o certo ou não a fazer.

- Você vai?

- Quem mais ia ajudar você a encontrar um lugar bom pra sentar? – deu um sorriso.

Eu sabia que podia contar com Louis sempre que precisasse e aquilo me confortava porque eu também nunca fui uma pessoa de muitos amigos, principalmente meninas, já que a maioria delas sempre me irrita por estarem sempre falando de coisas que eu julgo como fúteis. Sempre me dei muito melhor com meninos porque com a maioria deles é tudo mais simples e divertido e eles não se importam se você repetiu uma camiseta ou algo do tipo.

- Espera, você vai falar o que pro John?

- Não sei. – não precisei nem de tempo pra pensar antes de responder porque aquela era a mais pura verdade, eu não sabia o que dizer pra ele.

- Você pode falar que se machucou na escola. – sugeriu. – O que não deixa de ser verdade.

- Mas e se ele descobrir? Ele me disse que conhece algumas pessoas de lá.

- Anne, relaxa, ele não vai descobrir.

Eu não era a melhor pessoa do mundo quando o assunto era mentir, na verdade, eu era péssima nisso. Meu tom de voz muda e eu costumo piscar os olhos mais do que o normal quando conto alguma mentira pra alguém, mas com Louis me ajudando, talvez eu conseguisse não me sair tão mal. Eu ainda tinha algum tempo pra pensar.

(...)

- Até amanhã, então. – falei antes de fechar a porta.

- Ah, Anne? – e é claro que ele tinha esquecido de falar alguma coisa, aquele era Louis.

- O que? – abri a porta de novo.

- Que horas mesmo você passa na minha casa?

- As cinco, assim da tempo de passar em algum lugar comer alguma coisa.

Ele acenou a cabeça mostrando que tinha entendido e então se virou e começou a andar enquanto fechei a porta de novo, dessa vez sabendo que não teria de abri-la segundos depois. Eu gostava de ir aos lugares a pé com Louis, mas graças a minha perna quebrada isso não seria possível no dia do jogo, o que deu à minha mãe a chance de se oferecer pra nos levar (na verdade, sair gritando pela casa dizendo que nos levaria até a escola).

Já estava escuro e eu ainda tinha mil e uma coisas pra fazer: tomar um banho de não sei quantos minutos só porque eu tinha que ter todo o cuidado do mundo pra não molhar a perna que estava engessada, sofrer pra colocar uma calcinha, torcer pra que minha mãe já tivesse pedido a pizza (caso contrário eu ainda terá de pedir, ou seja, demoraria ainda  mais tempo pra chegar), arrumar minhas coisas no sofá da sala já que subir as escadas do meu quarto todo dia de muletas só pra dormir não era mais uma opção, pensar em uma desculpa pra dar a John por não ir ao encontro que tínhamos combinado. “John”, falei baixinho.

Tirei o celular do bolso e me joguei no sofá, colocando a senha de desbloqueio mais ridícula do mundo (o ano do meu aniversário) e ficando um século olhando pro nome dele na lista de contatos tentando criar coragem pra fazer a ligação. Eu não queria ter de fazer aquilo com ele, mas também não queria perder o jogo na escola. “Não gosto de planejar as coisas, então, sábado a noite quando eu passar na sua casa te pegar, a gente decide”, lembrei do que ele tinha me dito e fiquei tentando imaginar qual seria o tal programa que faríamos. Ele fazia o tipo surfista que gostava de sair por aí sem rumo, ouvindo musica alta no carro e cantando ainda mais alto e essa ideia chamava minha atenção.

- É agora ou nunca. – falei pra mim mesma enquanto cliquei no símbolo de telefone verde.

O telefone tocou umas cinco vezes antes de ele finalmente atender e cada uma dessas cinco vezes fez com que meu coração parasse aos poucos e depois voltasse em uma velocidade ainda maior, dificultando minha respiração por alguns instantes. Mas toda essa preocupação e ansiedade passou assim que pude ouvir sua respiração e logo após sua voz sonolenta.

- Eu te acordei? – mordi o lábio de baixo esperando uma resposta.

- Sim, mas não tem problema. – riu de leve. – Eu estava assistindo um filme e acabei dormindo na metade.

- Então ta explicado o motivo de você estar dormindo essa hora da noite. – ri.

- E a que devo a honra da sua ligação, Bafleir? – fez uma voz engraçada ao falar meu sobrenome e foi então que eu me lembrei de ter dito que estava tudo bem pra mim ele me chamar assim.

- Eu preciso falar com você sobre nosso encontro de amanha.

- Ah, sim, eu também preciso falar com você sobre isso. – pude sentir a voz dele falhar.

Eu sei que não devia, mas senti um alivio gigante ao ouvir ele dizer aquilo porque foi como se eu já soubesse o que ele falaria em seguida e, se eu estivesse certa, ele remarcaria nosso encontro por ter surgido alguma outra coisa mais importante e eu nem precisaria me preocupar em encontrar uma desculpa pra não ir.

- O que é?

- Todo ano minha turma antiga do colégio marca de passar um final de semana junto acampando e eles me ligaram hoje a tarde dizendo que vai ser amanha. – obrigada, mundo. – Eu ia te ligar, mas como você já sabe, acabei dormindo. – dessa vez deu uma risada sem jeito. – Mas ainda podemos fazer algo semana que vem, se você quiser, é claro.

- Então é seu dia de sorte porque eu ia te ligar pra dizer que não daria pra ir. – fiz uma pausa. – Sofri um acidente na escola ontem e quebrei a perna.

- O que? Anne, você ta bem?

- Sim, foi um acidente bobo. – realmente. – Eu preciso desligar agora, mas sinta-se a vontade pra me ligar durante a semana.

- Não precisa pedir duas vezes.

- Bom acampamento, John.

- Boa recuperação, Anne. – fez uma pausa. – Opa, Bafleir. – e desligou.

Aquele só podia ser meu dia de sorte, ou qualquer que fosse o nome que se da pra quando você precisa desmarcar um compromisso pra ir em outro e não precisa nem usar a sua perna quebrada como desculpa pra não ir e correr o risco de algum dos envolvidos descobrir a mentira e tudo virar um caos. Escrevi uma mensagem e antes de seguir em direção ao banheiro pra, finalmente, tomar meu banho, apertei “enviar” e joguei o celular no sofá.

“Acho que agora é certeza, Styles, a gente se vê amanha a noite”.

A/N: demorei, mas apareci!!!!! Obrigada pelos comentários, pelos votos e pelos novos seguidores que ganhei. Quero pedir desculpas pela demora mais uma vez, mas é que ta tudo muito corrido por causa da escola e tal... Como compensação por demorar tanto pra postar, vou falar uma coisa sobre o próximo capítulo: muitasssss coisas boas vão acontecer!!!!!!!!!!! Até mais e me digam o que estão achando da fic, o que pode melhorar, ideias que vocês gostariam de sugerir e se quiserem indicar ela pros amigos de vocês eu ficaria muito feliz :))))) um beijo ♥ 

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