Ela não hesitou, muito menos perguntou como eu entraria pela sua janela, apenas a abriu, e fiquei honrado pelo gesto de confiança, o que ela não lembrava era que abaixo de minha janela havia um telhado, assim como o dela, então meu único trabalho foi sair de casa sem ser pego, o que não foi tão trabalhoso já que Tobias não tava em casa e meus pais já haviam dormido, sua surpresa era evidente em seus olhos ao me ver entrando pela sua janela.
-Como.....(Ela ia perguntar)
-Longa história, então agora vai me contar porque queria tanto meu abraço?(Comento sorrindo)
-Eu não disse que eu queria tanto...(Ela fala sorrindo)
-Não seja orgulhosa eu sei que queria(Falo olhando em volta)
-Acho que vou ter uma madrasta(Ela comenta arrastando toda minha atenção para ela)
-Mais tão cedo?(Perguntei surpreso)
-Foi o que eu pensei também, mais pelo que parece, ele está completamente cego por ela(Ela comenta se deitado na cama aborrecida e apertando aquele pequeno urso contra o peito)
-Você gostou do urso?(Perguntei sentando ao seu lado)
-O Austin? Ah sim adorei(Ela comenta dando de ombros)
-Porque vocês meninas, não importa a idade nunca deixam um urso de pelúcia sem nome?(Perguntei curioso)
-Ah, ele tem cara de Austin e seria maldade não batiza-lo é mais forte do que eu(Ela comenta me fazendo ri)
Eu a observava quando de repente sua expressão foi ficando cada fez mais triste, entrei em pânico então usei minha técnica para quando as crianças estão prestes a chorar ou me dedurar para seus pais, fiz cosquinhas em sua barriga o que de fato deu um resultado surpreendente já que meio minuto depois estava praticamente gritando para mim parar, suas bochechas estavam vermelhas e ela ainda ria fracamente.
-Vai se anima, nem toda madrasta é mal(Comento enquanto ela se recupera das cosquinhas)
-É nem todas, só a da Branca de neve, Cinderela e quase todas as madrastras criadas pelos irmãos grimm(Ela comenta)
-Não viaja a vida não é um conto de fadas(Comento me deixando cair ao seu lado)
-Também não é um filme aonde tudo vai dá sempre certo(Ela resmunga)
-O que está te encomodando?(Perguntei)
-Ela tem uma filha, parece que a família vai aumentar(Ela comenta sem animo)
-Isso não é bom?(Perguntei)
-Talvez ainda tô decidido(Ela comenta)
-Bom você me contou certa vez que sempre quis ter uma amiga(Comento para tentar anima-la)
-Uma amiga, não uma irmã(Ela fala)
-E qual a diferença? Tobias e eu somos amigos(Falo)
-Eu sei mais....você conhece Tobias desde que nasceu, cresceram juntos, é diferente quando de repente alguém entra na sua vida sem mais nem menos(Ela diz me encarando)
-Como um furacão(Falo)
-Exatamente como um furacão(Ela confirma)
-Quer àquele abraço agora?(perguntei)
Ela sorri, e me abraçou brevemente, sussurrando em meu ouvido:
-Acho melhor você ir
-Tem razão, eu me diverti muito hoje(Comento)
-Eu também me diverti(Ela diz)
-Ah só pra constar eu não esqueci, eu estou estou lendo seu livro(Ela fala apontando para o livro que eu havia lhe dado na beira da cama)
-E o que está achando?(perguntei)
-Sem comentários até o final do livro(Eu falo)
-Tudo bem, durma bem, e lembre-se, seu conto de fadas não foi escrito pelos irmãos grimm(Tento anima-la)
-Ainda a esperanças(Ela brinca)
-Sempre há(Falo saindo sorrateiramente pela janela)
Quando voltei quase morro do coração ao ver Tobias em pé a minha frente, ele me olhava desconfiado e de braços cruzados.
-O que faz aqui? E essa hora?(Perguntei passando a mãos pelo meu cabelo bagunçado)
-Não tente mudar de assunto, aonde você estava?(Ele me perguntava sério)
-Em lugar nenhum, eu tava no telhado lembra que fazíamos isso quando era criança deitar no telhado(Comento)
-Tudo bem(Ele fala desconfiado)
-Mudanças de planos estou indo essa noite....(Ele fala enquanto eu via meu mundo desabar diante de mim)
-Mais já?(Perguntei triste)
-Me desculpa irmãozinho, a mãe de Melisa passou muito mal, e precisamos voltar(Ele fala dando um sorriso fraco)
Vou até ele é o abraço, ele retribui enquanto passa a mão gentilmente pela minha costa.
-Ei, eu vou mais eu volto ok?(Ele fala me largando e olhando nos meus olhos)
Acendi.
-Vai comigo até o aeroporto?(Ele pergunta)
-Não gosto de despedidas então se não se encomodar eu quero ficar(Falo cruzando os braços e me deitando na minha cama emburrado)
-Erick(Ele chama)
Não o olho, apenas permaneço ali olhando pro nada, ele suspira alto e diz:
-Nunca se esqueça que eu te amo ok?(Ele fala sério enquanto sai do meu quarto)
Enquanto ouvia seus passos ao descer as escadas, todo aquele alívio dos últimos dias sumiu, me senti sozinho de novo, e com um buraco que parecia nunca ser preenchido, era horrível ve-lo parti mesmo que não fosse para sempre, para me distrai peguei um livro, mais não conseguia de fato me concentra no que estava lendo, olhava para o papel lia às palavras, mais sem que eu me desse conta já haviam passado várias páginas da qual eu não me lembrava de ter lido.
Olhei para janela de Lorrelaine, apesar de estar fechada, dava para ver que a luz de seu quarto ainda estava ligada, por um minuto pensei se ela estaria pensando em mim, até é claro descartar essa possibilidade, ela tinha coisas mais importantes para se importa, a tarde de hoje devia ser a última coisa que ela se lembraria agora, suspirei e fechei o livro, me deitei e tentei dormi, apesar de saber que eu nunca conseguiria dormi dessa maneira, a luzes do quarto de Lorrelaine se apagaram, que bom que ao menos um de nós dois iria conseguir dormi naquela noite, rolei na cama por mais algumas horas, até Axel vim me fazer companhia, óbvio que estava se sentindo sozinho após a partida de Alec, sorri triste para ele sabia exatamente o que ele sentia.
"Crescer significa mudar e mudar envolve riscos, uma passagem do conhecido para o desconhecido"
A cabana

VOCÊ ESTÁ LENDO
Bate-papo Do Amor
AcakLorrelaine Carstairs uma garota tímida que se fechou ainda mais para mundo, após a morte de sua mãe viu na internet uma forma de se relacionar com mundo, sem estar diretamente ligado a ele, até que ela acha uma pessoa que compartilha o mesmo fascín...