Erick

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Ao voltar do super mercado e quase estourar o cartão de crédito dos pais de Guilheme, seguimos para minha casa, e começamos a arrumar as coisas na traseira da camionete, eu e Guilherme já havíamos combinado esse passeio havia algum tempo, mais certamente não pensamos que hoje fosse um bom dia, ele ligou para Lívia e ela topou um encontro duplo, terminamos de arrumar tudo e fomos até o salão buscar as meninas, ao entrarmos Heitor, nos encara com uma cara feia, e passa por nós sem nem ao menos cumprimentar.

Encontrei Lorrelaine em frente a um dos vários espelhos, avaliando o novo cabelo, não havia ficado ruim, para falar a verdade estava ótimo, o tom do roxo havia realçado seus olhos, e o cumprimento a deixava com um tom despojado, mais é claro que tudo que consegui dizer foi:

-Está linda(Falo e ela me olha surpresa se dando conta de minha presença)

-Obrigada(Ela diz gentilmente)

Vou até ela e a beijo rapidamente, enquanto a carrego.

-Gui, pode colocar a cadeira da Lorreilane na camionete?(Peço enquanto a carrego para fora)

-Claro(Diz Guilherme pegando a cadeira e saindo atrás de Lívia)

Lívia se apressa para abrir a porta do passageiro para eu poder acomodar Lola.

Como Guilherme queria mostrar a vista da cidade para Lívia, eles não tiveram problemas em ir na parte de trás da camionete.

Chegamos ao parque quase na hora do almoço, exatamente como planejado, Lola não me perguntou aonde iríamos nem o que iríamos fazer, parecia um pouco distante mais logo que contei que fariamos um piquenique ela se animou.

O parque era o mesmo que tempos atrás havíamos tomado banho de chuva, dançando feitos loucos em baixo daquela enorme tempestade.

O sol agora iluminava o gramado, acampamos abaixo de uma grande árvore que nos protegeria do sol, e estendemos a toalha, levávamos às comidas para baixo da árvore, enquanto Lorrelaine brincava com pote de fazer bolhas que havíamos achado misteriosamente na camionete, enchendo o ambiente de bolhas.

Ao arrumamos tudo comemos como camioneros mortos de fome, já passavam do meio dia e a única ali que havia tomado um café da manhã decente havia sido Lorrelaine.

Ao notar Lívia e Guilherme, percebíamos que a relação deles já estava ficando um pouco melosa, eles deviam ter avançando uns passos na noite passada, o que eu não entendia era a necessidade de dar comida um na boca do outro, eu queria comer e eles não estavam colaborando.

Lola parecia tranquila, havia comido pouco, e assim que acabamos ficamos deitados na grama contemplando o sol da tarde.

Lívia e Guilherme estavam em uma espécie estranha de acasalamento nada saudável, então tanto eu quanto Lola preferimos contemplar o céu.

-Duvides que as estrelas sejam fogo.
Dúvides que o sol se mova, dúvides que a verdade seja mentira, mais não duvides que eu te amo.(Tento)

-Shakespeare?(Ela zomba sorrindo)

-Seria mais romântico, se tivéssemos contemplando a Lua mais o tempo não colabora(Brinco dando de ombros)

-Foi romântico mesmo assim(Ela diz pegando minha mão)

-Lola?(Chamei)

-Diga(Ela fala tombando a cabeça de lado e me encarando)

-Você acha que vamos conseguir?(Perguntei apertando sua mão)

-Eu tenho certeza(Ela fala enquanto acaricio seus cabelos roxos com a mão livre)

-Me responde uma coisa...(Começo com quem não quer nada)

-Teria coragem de fazer uma tatuagem?(Perguntei a ela)

-De fazer a tatuagem tenho, só não tenho de voltar para casa depois dessa(Ela comenta me fazendo ri)

-Porque o que está pensando?(Ela me perguntou)

-Em algo que nos uniria para sempre, mesmo longe....algo que a fizesse lembrar de mim, e eu de você(Falo já tendo uma ideia)

-Eu faria se você me pedisse(Ela comenta)

-Jura?(Perguntei surpreso)

-Sim, porém eu iria escolher o tamanho e aonde(Ela fala rindo)

-E faria agora se eu pedisse?(Arrisque)

Ela se senta me encarando séria.

-O que sugeri?(Ela me perguntou)

Me sentei também a olhando nos olhos.

-você se lembra da minha tatuagem? Aquela do símbolo parabatai?(Perguntei)

-Sim é linda, mais ela não pode ser feita em duas pessoas como eu e você, é algo mais forte que isso(Ela fala)

-Eu sei, mais existem outras, como a do casamento, e a do amor(Eu comento)

Ela me olha estranho.

-Esta me pedindo em casamento?(Ela zomba rindo)

-Não, ainda não, estou reservando meu amor para você(Brinco a olhando)

-Um símbolo do amor então, dos caçadores de sombras?(Ela sorri)

-Só se você quiser(Deixo claro)

-Eu quero(Ela comenta corajosa)

-Garota você é incrível(Comento)

-Eu sei(Ela diz sorrindo e se jogando no meu colo)

-ainda temos tempo, quer ir lá hoje?(Ela me perguntou)

-La aonde?(Perguntei confuso)

Ela suspira.

-Fazer as tatuagens(Ela explica)

-Hoje? Tem certeza?(Perguntei surpreso)

-Vai dá pra trás agora?(Ela zomba)

-Claro que não(Falo ofendido)

-Então vamos(Ela fala)

-E seu pai?(Perguntei)

-Ele não vai saber, de toda forma quase não me ver(Ela diz)

-E Heitor?(Perguntei)

-Ele não manda em mim, e não se preocupe eu já sei o lugar ideial para fazermos as tatuagens(Ela comenta)

-Tô vendo que gostou da ideia(comento feliz)

-Eu amei, imagina só....vai ficar tão lindo(Ela comenta sorrindo)

-Tá, eu vou tentar colocar um pouco de juízo na sua cabeça enquanto vamos até um amigo meu, o mesmo que fez minha primeira tatuagem(Digo a pegando no colo)

Não me dei ao trabalho de avisar aqueles dois que iríamos sair, do jeito que estavam mal dariam nossa falta, e apesar de tudo acho que estava mais nervoso com a minha segunda tatuagem, que a própria Lorrelaine.

Porém quando estávamos quase chegando ela surtou......

-Não vai doer muito vai?(Ela perguntou nervosa)

-Não(Menti)

-Tem certeza?(Ela me perguntou insegura)

-Aonde mesmo você disse que queria fazer?(Mudei de assunto antes que ela desse para trás)

-Não disse, vai ser na costa abaixo do pescoço, sempre quis ter uma tatuagem nesse lugar(Ela comenta)

-Ótima escolha, não se preocupe, não vai doer nada(Eu sabia que estava mentindo mais deixa-la nervosa não era conveniente)

"E seguiu tocando a vida porque, no fundo sabia que era tudo o que podia fazer, viver e ter esperança"
A cidade do sol

Bate-papo Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora