Lorrelaine

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Sentia um súbito desconforto em meu pescoço quando acordei essa manhã, mais essa foi apenas uma das coisas que notei que estavam erradas, aonde eu estava?
Aquele lugar certamente não era minha casa, mais esse foi o menor dos meus problemas quando comecei a sentir a dor que invadia meu braço esquerdo, olhei em volta, péssima ideia minha cabeça latejava, e a porcaria daquele barulho tava me seguindo desde os pesadelos, pic, pic, eu ia enlouquecer antes de descobrir o que me causava tanto estresse, olhei minha perna, por diabos estava tão pesada? É ao ver o motivo quase caio para trás, ai meu Deus eu virei uma inválida.

Só então notei a voz suave que falava algo em algum lugar bem perto a mim, pensei tanta coisa mais para sincera eu mal havia aberto os olhos, e não conseguia virar o pescoço para ver quem falava comigo, foi então que ele se levantou:

-Que bom que acordou, como se sente?(Pergunta Heitor com um fraco sorriso colocando meu exemplar de Lolita sobre a mesa de cabeceira)

-Dolorida, o que houve?(Me ouvi perguntado mais minha voz estava péssima)

-Você caiu do telhado ele conta, não se lembra?(Ele perguntou confusso)

-Talvez, eu me lembre de alguma coisa(Comento sinceramente)

Eu devia tá horrível, ainda deitada, provavelmente impossibilita de me mover, passei a mãos pelos meus cabelos afim de arruma-Los um pouco, mais eu não os encontrava, o meu cabelo que antes acaba perto da cintura não estava mais ali.

-O que fizeram com meu cabelo?(Perguntei nervosa)

-Você machucou o pescoço, precisamos corta, para facilitar para os médicos(Ele fala me avaliando)

-Cortar? Quanto(Perguntei apalpando meus ombros ainda sem achar as minhas pontas)

-Aqui(Ele pega minha mão a colocando delicadamente na pontas de meus cabelos abaixo do queixo)

Quase tenho um infarto.

-Ai meu Deus eu tô quase careca(Falo desesperada)

Ele ri.

-Não exagere, ficou bom assim, está com uma aparência mais madura(Ele comenta)

Como se eu me importa-se com a opinião dele.

-Cadê o Erick?(Perguntei tentando levantar mais a dor foi tão forte que me deixei cair novamente)

-Ele foi embora faz pouco tempo, passou a noite toda la fora(Heitor fala indicando a janela para mim)

-E meu pai?(Perguntei)

-Saiu a pouco, também(Ele comenta)

-Você pode....pedir para o Erick vim me ver?(Pedi)

-Você devia descançar(Ele fala)

-Eu preciso falar com ele(Insisto)

Ele suspira impacientemente, e acendi.

-Obrigada(Falo pegando sua mão com esforço e a abertando de leve)

Ele sorri fracamente, e se aproxima de mim lentamente, pousando um beijo delicado em minha testa.

-Você vai ficar bem(Ele me garantiu soltando com delicadeza minha mão e a acomodando na cama)

-Obrigada(Falo sem graça)

-Está com fome?(Ele perguntou)

-Não, estou com sede(Falo)

-Vou chamar a enfermeira(Ele comenta saindo da sala e eu desejei que ele não se esquece de ligar para Erick)

Ele demorou um pouco, mais logo voltou com uma enfermeira bastante simpática, que me deu água e um pouco de sopa, mesmo que eu insistisse que não estava com fome.

Após terminar, ela aplica algo em meu soro com uma agulha fina, fazendo com que eu me sentisse cansada quase que imediatamente.

-Você falou com ele?(Perguntei a Heitor que ainda estava na sala)

Ele sorriu fracamente e confirmou com a cabeça.

-Ele não vai poder vim te ver agora, somente a família pode entrar(Ele comenta)

E antes que eu pudesse questionar que ele não era da família um sono tomou conta do mim, e meus olhos começaram a se fechar lentamente contra a minha vontade.

-O remédio pode te dá um pouco de sono(Foi tudo que ouvi-lo dizer antes de apagar)

Quando acordei o aparelho chato ainda apitava ao meu lado, mais pude sentir que alguém segurava minha mão gentilmente, e uma voz feminina invadia a sala.

-E então ele pagou a conta do restaurante, não é romântico?(Lívia falava quando finalmente consegui focar meus olhos nela)

Seu rosto estava inchado,e ela tinha um vidrinho de esmalte na mão, de um vermelho que ela descreveria como "poderoso" e para minha desgraça estava passando em minha unha, de repente ela para o que estava fazendo surpresa e sorri.

-Você acordou, acho que agora que tá consciente não vai mais querer ouvir minhas histórias(Ela brinca fechando o vidrinho de esmalte e avaliando minhas unhas)

-Ficaram lindas(Ela diz sorrindo)

-Como foi seu encontro?(Perguntei para me distrair)

-Foi bom(Ela diz meio triste guardando o esmalte na bolsa)

-Bom? Só bom?(Perguntei confusa)

-É, e você como se senti?(Ela perguntou mudando de assunto)

-Como sono, e meio enjoada(Falo por fim)

-Efeito do remédio, a enfermeira falou que isso podia acontecer(Ela comenta)

-Lívia, posso te fazer uma pergunta?(Pedi a ela)

-Claro, quantas quiser(Ela comenta feliz)

-Eu tô muito feia? Sabe meu cabelo(Perguntei com medo da resposta Lívia sempre era muito sincera)

-Não ele tá.....um pouco fora de ordem, mais o cumprimento lhe caiu bem, seu pescoço ainda dói?(Ela perguntou apontando para o próprio pescoço)

-Não sei, não tô sentindo nada do queixo pra baixo(Comento)

-Anestesia, já devia ter acabado o efeito(Ela comenta me avaliando)

Lívia queria ser médica, então conseguia ser extremamente chata às vezes.

-Quer que eu te ajude a pôr esse cabelo em ordem?(Ela perguntou me ajudando a senta)

-Quero sim obrigada(Comento)

Ela sorri, e tira da bolsa uma escova com a qual pentea com todo cuidado meus cabelos, desembaraçando cada fio.

-Posso passar um Baton(Ela pede)

-Não nada de maquiagem(Falo)

-Vai por favor só um pouquinho, é daquele caríssimo que não sai por nada nesse mundo(Ela oferece)

Lívia amava esses Batons e nunca emprestava pra ninguém por serem absurdamente caros, por fim cedi, e ela passa o Baton toda sorridente pelo meus lábios.

-Amiga preciso te falar você tá poderosa(Ela diz me avaliando satisfeita)

-Duvido muito, mais já que você diz(Falo)

"-De perto tudo é mais feio-disse ela.
-Não você -respondi sem pensar"
Cidade de papel

Bate-papo Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora