lorrelaine

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-Você ficou MALUCA para fazer uma TATU....(Eu tapei sua boca com as mãos antes que o pessoal na da china ficasse sabendo)

-Eca!!(Falo a soltando quando ela lambe minha mão)

-Isso é muito sério Lola, você pensou bem antes de fazer isso?(Ela me perguntou aflita)

-Pra falar a verdade não, não Lili eu não pensei, mais não me arrependo, Erick também não hesitou e isso me deixa feliz(Comento)

-Eu sei sua boba, eu amaria que Gui fizesse algo assim por mim, mais mutilar a própria pele? E se vocês terminarem?(Ela me perguntou)

-Virá essa boca pra lá, não vamos terminar, e eu não multilei nada, a tatuagem nem é tão grande(Falo insegura)

-Hãrãn sei, e diz ai o que vai fazer amanhã, nosso vestido é gosta nua, e eu já estava planejando fazermos o mesmo penteado(Ela choraminga)

-Eu sei Lili, me desculpa mesmo acabar com seus planos, mais eu não tive escolha tá? Eu me empolguei com a ideia, não pensei direito nas consequências nem nada, eu só fiz(Comento meio aflita)

-Você tem sorte de ter a melhor amiga do mundo(Ela diz me dando um murinho de brincadeira no braço)

-O que quer dizer?(Perguntei confusa)

-Quando você me mostrou o que...enfim eu mandei uma mensagem para a estilista da mamãe, ela vai virar a noite fazendo um vestido novo, eu mandei um mode pra ela e acho que vai ficar bem legal(Lívia fala de uma vez)

-Tá falando sério? Você vai mudar de vestido por mim?(Perguntei)

-Eu? Aonde EU estou envolvida nessa equação? Eu vou continuar com meu vestido vermelho poderoso, já fiz muito em te da uma mãozinha(Ela diz)

Eu reviro os olhos a envolvendo num abraço apertado.

-Obrigada Lili é muito importante para mim(Comento comovida)

-Sei que é, ai, ai, quando mamãe nos ver vai surta, vamos ser as primeiras damas nas histórias das damas, que não vão estar vestidas igualzinhas(Ela comenta)

-Acho que não existe isso de história das damas(Comentei fazendo uma careta)

-Claro que não existe, eu acabei de inventar(Ela comenta rindo)

Me acomode no sofá e perguntei:

-E então como foi com o Gui?

-Maravilhoso, ele é tão canalha...(Ela comenta rindo)

-De uma forma encantadoramente linda(Ela suspira)

-É eu acabei ficando com o mocinho(Comentei)

-Mais eu também gosto dos sapos(Ela comenta me dando uma piscadela)

-Olha que linda, essa pulseirinha que ele me deu(Ela fala me mostrando o seu braço)

Era uma linda pulserinha de ouro branco, sorri.

-Bem sua cara, ela teve ter custado uma fortuna(Comento rindo)

-Está me chamando de interesseira?(Ela perguntou ofendida mais seu sorriso a entregava)

-Só um pouquinho(Comento fazendo uma careta)

Ela ri, dando um tapinha de brincadeira em meu braço.

-Posso dormir aqui com você?(Ela pede)

Encarei Choquitos ao meu lado no sofá, e sorri.

-Ele não vai ficar muito feliz em ceder o lugar pra você(Comento)

Ela ri, expulsando o pobre gato do sofá.

-Lamento Choquitos(Ela comenta se acomodando ao meu lado e descançando a cabeça em meu ombro)

-Eu te amo Lolita(Ela comenta brincando)

-Eu te amo Lili(Sorri beijando seu cabelo)

Quando acordei já não sentia mais o aroma doce do cabelo de Lili, ela já não estava mais porém em compensação, Heitor já estava sentado a mesa mexendo a pequena colher em sua xícara de café, ao notar que eu já havia acordado ele sorri fracamente e diz:

-Bom dia meu bem

-Ja acordado tão cedo?(Perguntei olhando para o relógio eram cinco e meia praticamente de madrugada)

-Lívia saiu cedo com o namorado, para irem buscar os vestidos, e acho que ele não estava muito feliz ao ser acordado a essa hora, nas palavras dele de "madrugada"(Ele comenta achando graça)

-Hum....Sônia e papai já saíram?(Perguntei)

-Sônia é a noiva, imagino que nem tenha dormido, saiu assim que o sol raiou(Ele comento)

-E meu pai?(Perguntei)

-Foi conferi o salão(Ele diz se levando e vindo até mim correndo ao ver que eu pretendia ficar de pé sozinha)

Mesmo contra minha vontade, ele me carrega até a mesa e me senta na cadeira com delicadeza.

-Quer café?(Ele me perguntou)

Balancei a cabeça, nada de cafeína para mim hoje, eu já estava uma pilha sem precisar do ousilio do café.

-Então um suco?(Ele oferece)

-Obrigada(Falo arrumando meus cabelos rebeldes)

Ele vai até a geladeira e enche um copo com suco de laranja, entregando ele a mim.

Percebendo meu desconforto ele me encara intensamente, pegando minha mão.

-Você está bem?(Ele perguntou)

O encaro afastando minha mão bruscamente.

-Só um pouco nervosa com o casamento(Comento notando que ele havia ficado sentido com meu gesto)

-Não fique vai dá tudo certo(Ele comenta)

-Esse é meu medo(Comento um pouco sem graça)

Ele sorri meio torto, e volta a me encarar.

-Pare de me olhar assim ou eu juro que quebro sua cara(Ameaço)

Ele gargalhada alto.

-Você não existe(Ele fala por fim se levantando)

-Pode me fazer um favor?(Peço)

-Claro(Ele diz calmo)

-Me Leva a um lugar?(Peço)

-Claro aonde?(Ele perguntou curioso)

-Te falo no caminho, agora me ajuda a chegar no banheiro(Peço)

Ao chegar ao cemitério um vazio tomou conta de mim, um vazio que eu não sentia a muito tempo e que só podia ser preenchido por uma pessoa, olhei para a lápide prateada, mordi o lábio para não chorar.

-Oi mamãe(Falo por fim com lágrimas me limpando o rosto)

-Se quiser eu espero lá fora(Heitor comenta já começando a andar mais eu seguro sua mão)

-Fica(Peço morrendo de medo de ficar ali sozinha com aqueles mortos)

Mesmo assim eu não ia demorar, às rodas de minha cadeira afundavam na terra, sorri, pedindo perdão mentalmente a minha querida mãe, eu nunca a esqueceria, e nunca deixaria mulher nenhuma ocupar seu lugar em meu coração, e foi isso que prometi a ela ali em sua lápide, enquanto às lágrimas me envadiam o rosto.

"Os cientistas dizem que somos feitos de átomos, mais um passarinho me contou que somos feitos de histórias"
Eduardo Galeano

Bate-papo Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora