Bate-papo Do Amor

Lorrelaine

Estava ali a algum tempo, acariciando o pelo de Choquitos em minha cama, e ouvindo pela...trigésima vez? Aquela música maravilhosa que não saía mais da minha cabeça, enquanto cantarolava trechos dela:

-Nobody wanna see us together
But it don't matter no

Pobre Choquitos devia estar farto de minhas cantorias a seu ouvido, se Erick sabia ou não que eu gostava do gênero, eu não sabia mais ele havia acertado em cheio, eu havia amado a música, meu inglês não era muito bom, mais pelo que eu havia conseguido entender, era mais ou menos asssim:

Ninguém quer nos ver juntos
Mas não importa, não
(Porque eu tenho você)

E a música basicamente repetia essa mesma frase várias e várias vezes, mais ainda sim era minha parte favorita, era como se toda a música fosse um refrão, que sabemos é a melhor parte da música.

Eu ainda estava tentando decifrar o resto daquela música, quando chat apitou:

Me enchi de falsas esperanças mais no final era apenas aquele grupo cheio de gente falando, mais tarde encontrei papai lá em baixo, ele parecia mais animado, sentamos lado a lado por um tempo e vimos ao Oscar daquele ano, subi para meu quarto, quase na hora de dormir, porém meu notebook ainda aberto em minha escrivania parecia me chamar até ele.

Sentei e quase imediatamente ele apitou: Chamada em vídeo, de lewis2228Homer, deseja aceitar?

Por que não? Aceitei, porém tudo que vi foi uma mão ela escrevia algo em um bloco de notas amarelo.

-Então quer dizer que agora já podemos nos falar por chamada de vídeo(Provoquei)

Pude ver seu rosto até então concentrado no bloco de notas, relaxa e sorri ainda que fracamente, ele se senta na cadeira me permitindo olhar seu rosto sem dificuldades.

Ele me dirige um pequeno sorriso, antes de arrancar o pequeno papel do bloco de notas, e mostra-lo na tela do netbook.

-Amanhã na minha casa?(Li em voz alta)

-Não acha que está sendo precipitado?(Perguntei arqueado uma sombracelha)

Ele ri, de uma forma encantadoramente linda, inclinando a cabeça de leve para trás, era incrível como eu nunca havia escutado o som da sua risada.

-Tudo bem então podemos dividir uma torta sentados numa calçada, o que você acha?(Ele pergunta em deboxe)

Pensei por um instante, abri a gaveta da minha escrivania, tava ali em algum lugar, ele parecia confuso enquanto me observava escrever algo no meu bloco de notas rosa:

-Acho que sendo assim aceito a primeira oferta(leio em voz alta)

Ele dá um meio sorriso charmoso.

-O que quer fazer?(Ele pergunta)

-Qualquer coisa que não envolva ratos passeando nos meus sapatos(Eu respondo o fazendo sorri)

-Que tal vermos um filme?(Ele pergunta)

-Qual filme?(perguntei)

-Pode escolher, tenho uma coleção de bluy-rays em perfeito estado(Ele comenta)

-É mesmo? E qual genero você mais gosta?(perguntei)

-Eu gosto de todos(Ele comenta)

-É como dizem, pais não escolhem filhos favoritos(Eu comento rindo)

-Tem razão, é quase tão impossível quanto escolher um livro favorito(Ele comenta)

-Eu sei qual é meu livro favorito(Comento)

-Eu também sei(Ele diz rindo)

-É como eu sempre digo, pais sempre tem seus preferidos(Falo colocando uma meixa do meu cabelo loiro para trás da orelha)

-Adoro quando faz isso(Ele fala parecendo maravilhado)

-Faço o que?(Perguntei sem graça)

-Coloca o cabelo pra trás da orelha, e depois fica vermelha se alguém te elogia, as vezes eu penso que você é perfeita(Ele comenta)

-Para alguém que não tinha coragem de me encontrar pessoalmente, você é bem soltinho(Tento brincar para descontrair)

-Isso porque, você me deixa nervoso(Ele fala sorrindo)

-E então?(Eu perguntei)

-E então o que?(Ele pergunta)

-Qual seu livro favorito?(Perguntei rindo)

-Ah, eu não revelo isso para as pessoas, acho que você vai ter que descobrir sozinha(Ele comenta se fazendo de difícil)

-É mesmo? Eu aposto que você também não sabe o meu(Falo)

-Não sei, mais é apenas questão de tempo para eu descobrir(Ele comenta)

Sorri.

-O que mais gosta nos livros?(Perguntei)

-Eles me tiram da minha realidade, sinto que tenho mais de uma vida quando os leio(Ele comenta)

-Também me sinto assim(Confeso)

-Vai eu deixo você escolher o filme de amanhã(Falo apoiando meu queixo na minha mão)

-Tudo bem, vamos ver....As vantagens de ser invisível(Ele comenta)

-Já vi esse filme(Eu comento)

-E você acha que eu não? Se eu já vi mais de dez vezes você pode ver uma segunda(Ele brinca)

-Tudo bem, como quiser(Eu falo rindo)

-E você?(Ele pergunta)

-Eu o que?(Perguntei)

-O que mais gosta nos livros?(Ele pergunta)

-O romance(Respondo sem pensar)

-Coisas impossíveis parecem menos malucas nos filmes(Comento)

-Como o que por exemplo?(Ele pergunta)

-Como não sei.....coisas simples mais que parecem que nunca vai acontecer de verdade(Eu comento)

-Como?(Ele insiste)

-Em diário de uma paixão por exemplo, eles se deitam no meio da rua, para ver o sinal mudar de cor, e quase morrem atropelados, quais as chances disso acontecer?(Perguntei rindo)

-Tem razão são pequenas, mais o impossível é apenas questão de opinião(Ele comenta me encarando intensamente)

Vendo que eu não ia falar nada ele prosseguiu:

-E que outras formas impossíveis de quase morrer você aprecia?(Ele pergunta sorrindo)

-Bom, sabe aquela cena em As vantagens de ser invisível, na qual a Sam fica em pé na parte detrás da camionete, enquanto eles passam por um túnel, aquilo é algo que decididamente eu gostaria de fazer(Falo rindo)

-Você tem sonhos estranhos(Ele ri)

-Esses são os melhores(Comento)

-Então te vejo amanhã?(Ele perguntou)

-Claro, nos vemos amanhã, eu vou até sua casa(Comento)

-Então vou aguardar(Ele comenta sorridente)

-Preciso ir(Comento)

-Boa noite Lolita(Ele diz)

-Boa noite Lewis(Falo sorrindo)

Rolei na cama por mais algum tempo, não conseguia dormir por algum motivo, e nossas conversas passearam por minha mente até bem tarde da noite, quando finalmente peguei no sono.

"Contos de fada podem se tornar realidade, basta que a princesa não lute contra a própria felicidade"
       Perdida.