E, realmente, o outono estava dando as boas-vindas. As árvores amareladas, aquele clima agradável... Tudo estava deslumbrante. Daniele acorda com o som do toque de mensagens do seu celular. Sempre era Henrique desejando-lhe um bom dia. Ela encara o celular, pois desde de segunda-feira eles não se veem, já que ele teve uma viagem de emergência para a capital e foi junto com seu pai e com Sedrico.
Amanhã seria o tão esperado baile. Daniele precisava se levantar, mas era tão bom ficar mais um pouco na cama. Ela se arrasta até o banheiro, toma um rápido banho na água quente e coloca seu jeans preto e uma blusa vinho, a qual tinha botões na frente. Suas botas de couro pretas e de saltos quadrados, pois caiam lhe muito bem.
Enquanto Daniele se arrumava, Jean estava na cozinha, uma parte da casa quase não frequentada, já que eles apenas preferiam comida comprada.
– Café da manhã? – Jean sorri com um prato de torradas na mão. Daniele pega a geleia e uma garrafa de suco de morango na geladeira.
– Por que toda essa empolgação? – Daniele senta-se no balcão.
– Você sabe. – Jean sorri, enquanto cantarola. Daniele abaixa a cabeça e respira fundo. Ele para a animação e puxa o rosto dela para cima. – Está nervosa por amanhã? – Daniele concorda – Apenas relaxe, aproveite a noite, é apenas isso que você tem que fazer. Ficar ao lado do seu Presidente. – Daniele sorri com a imitação na voz de Jean. – Apenas isso, ok? Você já sofreu coisas piores antes e sobreviveu, pensa nisso.
– Preciso comprar uma roupa. – Daniele diz, distraindo-se com uma torrada.
– Precisa de dinheiro? – Ela concorda meio envergonhada – Sabe que isso não é problema para mim. Tome. – Jean puxa de seu bolso seu cartão. – Fique com ele. – Ele sorri – Divirta-se.
Daniele termina de saborear a sua torrada, olhando atentamente para o cartão. Jean definitivamente não tinha problemas financeiros, afinal, a herança de seus pais estava na conta dele. Daniele nunca teve acesso, também nunca questionou, ela sabia os motivos de Jean para guardar o dinheiro, mas também nunca passou necessidade.
***
"Toda menina gosta de compras". Daniele lembra-se da fala de Jean, enquanto permanece parada em frente a uma das lojas mais caras da cidade. A cidade não tem shopping, existe uma rua para a compra de itens diversos, mas tem uma rua inteira com as mais belas lojas de roupa, que servia apenas à Cúpula, já que as pessoas comuns compravam no centro da cidade, em lojas bem mais humildes ou em bazares.
Ela dá mais uma olhada para a loja cuja fachada é feita em mármore claro e possui uma placa grande de metal escrita: "Miss Star" -A senhora de todas as lojas. Ela olha para o cartão preto que está em suas mãos, toma um fôlego e entra na loja.
A vendedora não parece muito animada com a sua entrada, em cima de seus saltos azuis marinho, com o uniforme preto, saia justa e blusa de cetim. Seus cabelos loiros e longos estavam amarrados, em forma de um rabo de cavalo, chegando até a cintura.
– Posso ajudar senhorita... – A vendedora espera um nome.
– Busson. Daniele Busson. – Ela fala, distraída com o interior da loja: um teto alto, um lustre de cristal no centro, uma pequena mesa branca, tudo era claro. Roupas finas, não precisava ser especialista para dizer que eram muito bem-feitas. Nos fundos da loja há um lounge, onde madames riem desesperadamente, um riso falso e forçado, enquanto seguram suas taças de champanhe.
– Ah! – A vendedora exclama surpresa – A senhorita está muito longe de casa, não?
Daniele a olha nos olhos.
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A máscara de um anjo
General FictionNem tudo que reluz é ouro...Nunca se pode julgar um livro pela capa. Daniele, uma jovem bibliotecária, sabia bem disso. Mas o amor as vezes cega, nos envolve com a paixão e nos vicia com seus perigos. Órfã em um cenário pós-apocalíptico, com o mundo...