Cap. 7

507 55 13
                                    


– Onde vai tão cedo? – Jean estava deitado no sofá se recuperando-se da bebedeira da noite anterior.

– Eu tenho um compromisso, preciso me adiantar para pegar o melhor lugar.

– Daniele... – Ele tenta repreendê-la, mas ela sai sem dar mais satisfações para seu irmão.

Daniele decidiu ir à cerimônia. Entretanto, sabia que para permanecer em segurança, teria que chegar antes de todos, ficaria nos fundos, sem problemas. Esperaria a hora certa para se esconder atrás das cortinas.

No momento da sua chegada, , apenas os Padres estavam rezando a missa matutina, ainda assim ela entra pelos fundos, quieta, passa por umas salas, sobe umas escadas de madeira e, finalmente, chega no lugar certo, bem atrás de onde Henrique ficaria. Tinha uma grossa cortina, ninguém a veria ali, sentou-se por trás da cortina, tomando uma distância de segurança.

As horas demoravam a passar. Daniele pega no sono e acorda assustada com o sino da igreja. As pessoas já estavam chegando, por um instante ela se perguntou o que será que aconteceu ontem após ela sair correndo? Como a Vanessa reagiu? Ela contou para Sedrico? Será que tinham pessoas atrás dela? Daniele engole seco ao perceber que poderia estar mais encrencada do que imaginava. Agora era tarde, teria que ficar ali até o fim de tudo.

Finalmente, a cerimônia começa, alguns blá blá blás dos religiosos, que comandavam o evento e a entrada de Glaus e Cecília. Vanessa estava sentada no primeiro banco, não parecia abalada, mas estava conversando com o irmão Sedrico que olhava a sua volta a todo o instante. "Eu não seria burra de ficar tão visível", pensa Daniele a respeito dele estar procurando por ela.

Então, chega o momento, Henrique entra, roupa impecável, terno preto muito bem cortado, com certeza valia mais que as roupas de todos juntos. Henrique estava com os cabelos castanhos muito bem penteados, uma aparência serena. Daniele não poderia escolher melhor lugar para ficar, bem na direção dele, apenas os seus olhos através da cortina.

E ele a viu. Ela sabia disso, pois ao olhar na direção dela, ele sorriu, timidamente abaixou a cabeça para disfarçar, mas agora que ela já sabia que ele tinha a visto, preferiu não arriscar. Escondeu-se, por detrás das cortinas, a uma boa distância, sentou-se na escada e ficou ali esperando tudo acabar.

Enfim, Presidente, Chefe de Estado, indicado pela Cúpula e aprovado pelo parlamento. Coisas da política, que às vezes é melhor não entender. Na verdade, acredita-se que era para Henrique ter o poder sobre as terras do antigo Presidente, parte de mais um dos muitos acordos que são feitos. Finalmente, depois de muito tempo, todos já tinham saído, ela poderia sair em paz. E mesmo assim com muita cautela, por isso ela deixa o local pelos fundos, mistura-se entre as pessoas que estão perto da praça, entra às pressas em um carro pago e vai para o convento.

A festa estava animada, um almoço para os mais importantes na casa real. Henrique se esforçava para conseguir ser mais simpático com as pessoas. Vanessa passa por ele tentando conversar, mas ele simplesmente pede licença, mesmo com outros convidados por perto, virando as costas para ela sem nem um olhar.

Na noite anterior, após Henrique segurar Vanessa e impedi-la de correr atrás de Daniele, ele a arrastou para fora da igreja, colocou-a no carro dela, subiu em sua moto e foram para casa real. Ele chegou na casa primeiro que ela, esperou-a batendo os pés fortemente sobre o gramado, mesmo debaixo do sereno, furioso. Quando Vanessa finalmente chega, ele a puxa pelo braço e a joga dentro da sala de jantar, onde estavam Sedrico e seus pais, por um tropeço ela cai no chão.

Cecília espanta-se com o comportamento de Henrique, Vanessa se levanta cambaleando com o olhar assustado, se não fosse tão irritante poderíamos até sentir dó, Sedrico se levanta para ajudá-la, antes de questionar o primo, Glaus exige uma explicação e Henrique apenas diz:

A máscara de um anjoOnde histórias criam vida. Descubra agora