"Mas que frio irritante que percorre minha espinha. " Daniele não abre os olhos até que a janela bate com força, ela levanta-se em um pulo, vai até a janela, ao fechá-la, depara com a névoa mais esquisita que ela já viu na vida.
– Bem-vindo frio – Ela sussurra.
Era chegado o dia. Daniele nunca esteve tão nervosa, entrar no baile, na casa real, com o presidente, a imprensa estaria presente. Seu estômago revirava, ela respirava fundo para poder passar o enjoo de nervoso. Ela abre o armário e coloca uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma segunda pele e uma blusa de manga comprida feita de crochê, coisas raríssimas, compras feitas recentemente. Ela se olha no espelho. "Bem melhor do que aqueles trapos do convento. " Agora ela era livre para usar o que quisesse e tinha o cartão de Jean. Ela sorri olhando o cartão em cima da escrivaninha.
Jean está em seu laboratório. Daniele prepara um monte de panquecas, ela conseguia, se virar na cozinha e as leva com um galão de suco para o laboratório. Tomar café da manhã em meio a todos aqueles instrumentos científicos, tinha que ter cuidado para não confundir um copo de suco, com qualquer outra substância.
– Jean? – Ela chama baixinho abrindo a porta com as costas.
Ela o enxerga pelo canto do olho sentado em seu banco, ele sorri.
– Entre.
Eram cinco da tarde, a campainha toca, Daniele sai do laboratório para atender às pressas.
– Pizza! – Ela grita animada em direção à porta.
– Pode trazer essa pizza para nós! – Jean responde divertindo-se. Para que fazer comida se podiam pedir a comida pronta?
Ao abrir a porta, Daniele tem uma surpresa, não era o entregador de pizza, era uma mulher branca como a neve, cabelos rosas com mechas vermelhas em um vestido xadrez vermelho e preto em botas pretas. Ela estava com uma mala pequena na mão e retira os óculos do rosto para enxergar Daniele melhor.
– Você deve ser Daniele, seu irmão me falou muito de você.
– Jean! – Daniele grita com um pouco de irritação em sua voz. – Seria mais uma das prostitutas que vivem nesse local? – Ela pergunta diretamente.
A mulher sorri maliciosamente, levantando os olhos muito bem trabalhados no mais negro delineador.
– Meu nome é Lia, vivo aqui sim, mas eu sou apenas...
– Maquiadora! – Jean surge e Daniele o fuzila com o olhar – Não iria deixar você se arrumar sozinha para um evento tão importante. – Ele tira uma mecha de cabelo da testa da irmã, que está bem zangada – Vamos Daniele, anime-se! – Ele pede.
Daniele ainda olha para Jean; em seguida, olha para a Lia e revira os olhos, saindo da frente da porta.
– Por favor, – Jean faz um gesto para que Lia entre. – Desculpe-me pela minha irmã. – Ele beija a mão esquerda dela.
– É um diamante bruto. – Ela olha para Daniele que está parada com um bico de ódio, encostada na escada – Vamos ver o que eu posso fazer.
Daniele sobe as escadas com ela para o quarto e são duas horas de várias sessões de tortura como depilações, preparação de unhas, preparação de pele para maquiagem. E ainda banho aromático e mais produto na pele.
– Pronta! – Lia observa de longe sua obra de arte.
Mais uma vez a campainha toca, dessa vez é Jean que vai abrir, não mais em seu jaleco, ele estava arrumado como quem acabara de tomar banho, muito bem vestido. Ao abrir a porta ele não se surpreende.

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A máscara de um anjo
Ficción GeneralNem tudo que reluz é ouro...Nunca se pode julgar um livro pela capa. Daniele, uma jovem bibliotecária, sabia bem disso. Mas o amor as vezes cega, nos envolve com a paixão e nos vicia com seus perigos. Órfã em um cenário pós-apocalíptico, com o mundo...