nightmare

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nota: ia postar ontem mas tive problemas. aproveitem enfim.

- Corra, Lizzie! Você tem que ser a melhor.

A voz de meu pai ecoa na floresta que, por algum motivo, estou correndo. Fecho os olhos com força.

- Hey Zie! Beijar você? Isso era uma forma de distração. Acha que eu iria beija-la com tanta paixão? - Sam ri.

Lágrimas ameaçam cair e se juntar ao vento, a brisa leve quase se torna uma ventania, como se eu não pudesse mais ultrapassar aquela barreira invisível.

- Lágrimas são para perdedores, Lizzie. Você é uma perdedora? Garth fará muito melhor que você qualquer exercício quando nascer. - Papai continua a gritar.

- Parem - tapo os ouvidos com as mãos e me jogo no chão - Eu só quero um tempo.

Sinto às lágrimas escorrerem e soluço baixo. A ventania acabou, e o sufoco começa. Meus joelhos estão sangrando, e meu corpo, doendo.

- Li?

Olho para frente e Garth sorri. Mas não é o seu sorriso, maldade transbordava em seu olhar.

- Papai sempre quis um garoto, e já estou aqui. Talvez você já possa morrer, não é irmãzinha? A sua proteção não é mais necessária.

Olho para o mesmo com um olhar chocado e, antes que eu fale algo, recebo um chute no rosto, logo após recebido chutes no estômago e mais xingamentos.

- Não és capaz, Qualls. Não namoro com perdedores.

- Nunca tive orgulho de ter uma filha como você.

- É ridícula. Acha mesmo que me importo com você?

O que mais doía eram as palavras. Ok, retoricamente. Os chutes também não eram tão legais assim, mas as ofensas proferidas, os meus maiores medos. Acorde, pequena idiota!

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Acordo suada e fungando. Olho para os lados, a procura de algo - ou alguém. Amy - para me ajudar, e me vejo sozinha. Havia cochilado depois das lágrimas, já era tarde - uma da tarde? Sinto o estômago roncar e não ligo, fechando os olhos e passando às mãos em meus braços. Algumas lágrimas tentavam escorrer mas as continha. Dizem que segura-las não faz bem, mas quem liga? Eu ja chorei o bastante para um mês. Suspiro e levanto, mas sentindo as pernas bambas me apoio na parede. Ofego, e antes que abra a porta do banheiro, Sam abre a porta do quarto com uma bandeja de comida na mão.

- Zie, você está bem?

Largando a bandeja na bancada ele me segura e desabo em seus ombros. Confirmo e ele me coloca na cama, e se ajoelha na minha frente.

- Sim, Sammy. Esta tudo bem.

Samuel sorri, mas logo o desfaz. Suspira preocupado e o olho curiosa.

- Você me chamou de Sammy. Continua brava comigo e bem, se me chama assim, é porquê quer evitar o assunto.

Arregalo os olhos. Como eu consegue me conhecer tão bem se não passamos tanto tempo juntos?

- E você está batendo os dedos na perna, sinal que está nervosa.

Olho para meus dedos, não percebendo que estava fazendo isso.

- Como você...

- Bem, você é uma garota notável. Sou bom em detalhes.

Sorrio de lado, suspirando logo após.

- Foi... Só um pesadelo, e a asma pode atacar a qualquer momento quando estou nervosa.

Ele coloca a mão nos meus dois joelhos e suspira.

- Bem, todos saíram de casa para fazerem as suas coisas e só ficamos nos. Acabei trazendo sua bandeja de comida para cá, acordou tarde.

Sam me entrega e sorri, tirando o bilhete de cima dela antes que eu veja.

- Irei pegar o suco.

Olho para o prato que tem lasanha, minha comida favorita, e sorrio. A lasanha clássica da mamãe. Quando o garoto sai, tiro a bandeja do colo e caminho lentamente - quase me rastejando - para a lixeira, pegando o bilhete de Sam.

"Bom almoço. Se estiver frio, me chame :) Espero que esteja bem. - Sam"

Sorrio fraco, e ouço um pigarrear. Sammy aparece com um olhar divertido.

- Não deveria sair da cama.

Ele me pega no colo e coloca na cama, me fazendo soltar um pequeno grito.

- Eu não sou a sua garota, Sam, não faça isso.

Rio fraco, pegando a bandeja e comendo um pedaço da lasanha. Ele revira os olhos e coloca o suco de laranja na bancada. Sorrio agradecida, e o vejo ir para a porta.

- Obrigada por isso, Sam.

- É o mínimo que eu posso fazer para você. Qualquer coisa estou na biblioteca ou no quarto, ok?

Confirmo, olhando para o prato novamente e comendo um pouco da comida.

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Suspiro varrendo o chão no quarto de Garth. Depois de comer, continuei a arrumar a casa. Sam havia ido a biblioteca e voltado, indo direto ao quarto - que agora, é o último que falta na limpeza - não falando comigo. Queria me dar espaço? Admirável. Depois de limpar, saio do local e vou em direção ao dormitório de Samuel, que é o último lugar que falta para limpar o segundo andar e, ao mesmo tempo, toda a casa. Bato na porta e sou atendida um tempo depois.

- Preciso limpar o seu quarto, se não se importar.

Ele sorri e da passagem.

- Quer ajuda? Você está suando.

Olho para as minhas vestes encharcadas e respiro fundo.

- Não precisa, obrigado. Mas depois vou precisar de água e comida.

Sam ri e deita na cama novamente, lendo alguns papéis. Começo a varrer o chão.

- Nosso monstro é um vampiro que frequenta baladas para transformar as vítimas. E comenta isso por que, Sam? - ele tenta imitar a minha voz, me fazendo rir - Porque você e Leo vão para a balada. Pergunta: Podemos ir com vocês acabar com o monstro?

Confirmo, sorrindo.

- Mas vai precisar comprar roupas novas. Ninguém vai a balada vestindo esses trapos.

O homem vê as suas roupas e suspira.

- É, eu preciso de novas meias.

Rio fraco e paro de varrer, olhando em seu rosto.

- Pode ir comigo e Leo às compras, levamos seu irmão e o namorado, junto com Garth e teremos o dia das garotas.

Ele gargalha.

- Pode ser uma bela ideia.

- É uma bela ideia.

Confirmando, sorri de lado.

- Então está feito.

Sorrio largo, imaginado como seria o tal dia.

E em como será esplendido.

- Sim. Só levante a sua bunda gorda da cama para eu trocar o lençol.

Sorrio de lado, o vendo levantar. Talvez essa convivência dê certo.

Talvez.

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