crazy

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crazy

Um dia inteiro e não recebo uma resposta. A minha alternativa de ser: Ela deve estar muito feliz para escrever não durou muito tempo. Aquilo era algum jogo comigo? Na cama, pego alguns salgadinhos de cebola que comprei no mercado e suspiro. Eu so quero, eu não sei, alguma resposta, nem que seja um: Mudei de ideia. Fecho os olhos rapidamente e abro o computador, indo ao Skype, porém antes de atualizar o status vejo Amy online e apenas a chamei para uma video-chamada.

Recusado.

E tentei mais algumas vezes.

Recusado em todas.

Bufo e pego o celular fixo na cômoda - um número que não reconheceria - e ligo.

Atendido.

- Olá?

- Você poderia me responder, sabia?

Um silêncio toma a conversa de duas falas. Suspiro e olho para o teto, deitada na cama.

- Queria que eu dissesse que estou feliz?

Sua voz saía mais triste do que irônica, e mordo os lábios.

- O que está acontecendo, hum? Eu conheço você até mesmo pelo telefone, My.

O silêncio novamente começa, e ouço vozes ao fundo. Seria o amigo da garota? Fecho os olhos, respirando fundo. Eram três horas de uma sexta preguiçosa. Só queria que tudo acabasse.

- Eu preciso ir, Lizzie. Só lembre-se que eu amo você, ok?

Franzo a testa, procurando qualquer indício do amor que antes consistia. Ela havia se cansado? E os apelidos?

- Até mais, sweet - sussurro para a chamada já encerrada.

Desligo a tela do celular e coloco às mãos no rosto, colocando os dedos nas têmporas.

Eu preciso de uma cerveja.

Saio do quarto e pulo alguns degraus da escada, indo a cozinha e vendo Dean por ali.

- Cerveja?

Me estendendo, pego de sua mão e tomo um grande gole. Estendo novamente para o mesmo e suspiro.

- Que dia péssimo.

- Quer conversar sobre isso?

Não havia qualquer ironia na sua voz, o que me surpreendeu. Um leve sorriso surge em seus lábios e o mesmo fica encostado na bancada, tomando mais alguns goles da cerveja.

- Sabe, eu ouço às lamúrias de Sam à anos. Talvez possa ajudar com qualquer coisa - insiste.

Franzo os lábios e balanço a cabeça em negação, pegando uma cerveja na geladeira e abrindo.

- Não é nada, na verdade. Só... É, nada.

Um, dois, três goles são ingeridos. Fecho os olhos e sinto a bebida passar pela minha garganta.

- Isso me soa como desilusão no amor.

Abro um dos olhos e sorrio de lado.

- Ok, Winchester, você me pegou. Mas não quero conversar sobre isso.

- Acredite, beber não vai ajudar em nada. Experiência própria.

Dou de ombros, colocando a garrafa na bancada e batucando os dedos nela.

- Está tudo bem, eu sei me controlar.

- As vezes às coisas conseguem sair do nosso controle.

Rio baixo, recebendo um olhar confuso de volta.

- Desde quando o sério e duro Dean Winchester virou psicólogo?

Ele sorri de lado e joga a garrafa já vazia no lixo.

- Bem, essa foi a minha tentativa de ser um cara legal. Até mais, Lizzie.

Aceno, enquanto o mesmo sobe às escadas. Meu sorriso se apaga e suspiro, ajeitando o rabo de cavalo.

- Estou sendo uma merda com as pessoas apenas pelo meu dia estar sendo uma merda. Uau.

Ligo a TV e suspiro, vendo qualquer reality show que estivesse passando. Será um dia longo, com certeza.

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- Li, acorde. Li?!

Acordo em um sobressalto ao ouvir tais palavras - um tanto quanto abafadas pelo sonho - e suspiro.

- Leo, o que faz no meu quarto? - falo grogue.

Sento no sofá rapidamente e esfrego às mãos nos olhos.

- Está no sofá. Sabe, você dorme bastante.

Reviro os olhos e o vejo sentar ao meu lado. Encosto a cabeça em seu ombro e suspiro.

- Estou tendo um péssimo dia.

- Bem, amanhã é o seu aniversário. Anime-se.

Fecho os olhos, lembrando da data. Por isso a balada, por isso todo o alvoroço: No fundo, eu só quero passar meu aniversário com Garth e Leo, por isso vim a América. E convidei Amy tantas vezes que não dá para contar nos dedos.

- Fale o que está acontecendo e talvez eu possa ajudar.

Mordo os lábios e falo tudo. Falo sobre Amy não me responder, o namoro, a certeza... Tudo. E o que recebo de volta? Um sorriso divertido.

- A sua vida é uma novela mexicana. Mas é daquele tipo de novela falida e sem público, porque a principal, no caso você, complica tudo. Amy pode estar ocupada, tipo muito ocupada. Ou só quer um tempo. Ou planeja uma surpresa! Acalme-se, Lizzie.

Dou de ombros e confirmo. Talvez fosse aquilo, ou talvez a vida toda seja complicada, não somente eu. Levanto e suspiro, olhando para Leo e sorrio.

- Obrigada pela ajuda. Ou quase ajuda. Hum... Que tal irmos ao jardim dos fundos para conversar até ficar bêbados, como nos velhos tempos?

Ele levanta e sorri de lado.

- Esse pode ser o meu presente de aniversário.

- Não enche.

Rio fraco, empurrando seu ombro de leve. Ele segura meus ombros e beija minha bochecha, enquanto caminhamos até o jardim. De uma maneira estranha, sinto que algo pode dar errado. Sabe, tremendamente errado. Balanço a cabeça e sento na grama, sendo acompanhada por ele.

- Cadê os outros?

- Nos quartos. Estão descansando para comermos depois o jantar.

Confirmo e suspiro, olhando o céu.

- Não trouxemos às bebidas.

- Bêbados imaginários? - ele sussurra, em certa dúvida.

Sorrio de lado e olho para o mesmo, que estabelece um sorrio divertido no rosto.

- Bem, espero que esteja tudo certo com você. - comenta.

- Eu estou preocupada com você - sussurro - pode ser idiota, mas estou sentindo um mal pressentimento sobre amanhã.

Leo revira os olhos e olha o céu, pensativo.

- Isso é apenas uma desculpa para não querer festejar.

Abro a boca para intervir, mas a fecho logo em seguida, suspiro e olho para frente também. Talvez Leo tenha razão. Eu só gostaria de saber o que seria o sentimento. Mas estou tão exausta. Não fisicamente, contudo mentalmente, pois provavelmente estou confundindo totalmente as coisas. Neurótica por conta de Amy, enlouquecendo aos poucos. Balanço a cabeça e suspiro. Aquilo parecia efeitos de narcóticos.

Mas é apenas Amy Reid me enlouquecendo.

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