A filha dos Deuses

Faxineira mal educada

( Belly na imagem)

-Tudo bem Belly?

-Sim, porque? - retruco com um sorriso no rosto

- Você está parecendo uma morta viva. Teve uma má noite?

Fico com vergonha, Alek quase sempre sabe o que estou pensando. Porem algumas vezes fico feliz por ele não "ler" todos os meus pensamentos, um dia ele insistiu em uma história sobre eu não ter uma família, achei isso muito estranho porque eu tenho família, pai, mãe e até uma irmã que, por acaso somos gêmeas, mas não idênticas: para falar a verdade não tenho nada a ver com ela; Susy tem cabelos escuros e olhos verdes, e eu tenho cabelos loiros escuros e olhos castanhos, mas Alek insiste em dizer que quando estou com raiva eles ficam negros e quando estou feliz eles ficam claros quase azul. Foi difícil colocar na cabeça dele que eu tenho sim uma família: aquele dia foi muito bizarro.

-Como você...-mas então dessisto de saber a verdade, e reparo que é melhor eu não saber.

Alek ri de mim.

-Sou diferente!

-E muito orgulhoso.

Nós dois rimos, ele olha para mim e disse:

-O que seus pais acharam do acampamento?

-Disseram que é muito perigoso, e que não posso ir com você.

Alek praguejou em outra língua

-É mais perigoso você aqui do que lá- Murmura Alek.

-O que tem demais nesse acampamento? Você mesmo disse que era somente para pessoas especiais e agora quer que eu vá?

Alek por um momento fica tenso

-Um dia você vai saber o porquê.

Bate o sinal da entrada na sala de aula, eu vou seguindo para lá e então vejo Alek disser:

-Tome cuidado Belly!

Eu o olho sem entender nada, fingo que não o escutei e sigo para a sala.

Vou indo em direção a sala de aula e encontro a faxineira, estou passando pelo corredor e algo começa a ficar diferente ali. Havia muitos alunos antes mas agora todos os alunos saíram, tem somente alguns que ficam passando. Mas a faxineira olha diretamente para mim. Ela é uma moça muito jovem para ser faxineira e é muito bonita, mas ela me olha como se eu fosse uma aberração ou então um perigo para ela.

- O que há garota?

-Nada senhor...ora. –Respondo rápido e até de uma forma que possa transmitir que estou com muito medo dela.

A faxineira segura meu braço e fica me encarando, me limito a olha-la nos olhos, mas ela então fala:

-Me olhe garota estupida quero ver você!

Tento com toda a minha força não olha-la, porem ela é mais forte. Puxa meu rosto na direção do seu então eu vejo: seus olhos não são normais, as pupilas de seus olhos são na direção contraria e a íris é amarelada. É totalmente diferente de uma pessoa normal. Quem é ela !?!

Meus pensamentos borbulham enquanto ela me arrasta para uma sala chamada "almoxarifado". Ninguém faz nada, me debato com toda a força mas ela me arrasta com apenas uma das mãos e não consigo me soltar.

Ela me joga no chão com força e tranca a porta, só então percebo o quanto estou machucada, "Ela pelo menos poderia ter sido delicada!" -penso.

A suposta faxineira ri da minha cara de espanto e fala:

-Não se preocupe garota, aquele bode velho ridículo logo virá atrás de você, já que vocês têm uma força de comunicação forte, e então vocês vão morrer juntos. -Ela gargalha diabolicamente.

"Mas de quem ela está falando? Que bode velho?". Penso que ela está ficando louca, mas então eu vejo algo verde atrás dela, e noto que a sua roupa está começando a rasgar, ela começa a crescer de uma forma impressionante e vejo que ela tem uma cauda. "Meu Deus! Ela é uma cobra". Então tenho certeza que ela não está ficando louca, porém outra certeza que tenho é que irei morrer.