A filha dos Deuses

Boas vindas

TUDO era uma loucura no chalé de Hermes. Havia um numero considerado de pessoas naquele lugar, mas mesmo assim: tudo era muito rápido. Quando dei por mim já estava pré-acomodada, somente faltavam alguns detalhes, como arrumar as roupas na cômoda e coisas assim.

Algumas pessoas me olhavam e cochichavam me sentia uma estranha: eu era um nó em uma linha reta, só causando estragos. Uma garota de cabelos loiros e encaracolados me olhou de cima a baixo, com uma cara de nojo. Eu gostaria de poder pensar o mesmo dela e dizer para todo mundo: "Nossa viram aquela garota feia! Que horror", mas não. Se eu fosse falar algo seria tipo assim: "Nossa! Viram aquela garota linda e maravilhosa que deve ser uma das mais lindas desse acampamento? Ela é prefeita!"

Ela veio em minha direção pisando forte com um salto gigante, e a medida que ela passava todos saiam da frente e a olhavam com uma cara de admiração. Decidi que eu não faria a mesmo.

Me levantei e fiquei encarando-a até ela chegar perto de mim. Quando ela finalmente parou de desfilar um cheiro muito forte de baunilha a acompanhava, aquilo chegava e me dar náuseas, encarei ela e fiquei esperando ela falar algo:

-Jenn, relatório.

Ela cruzou os braços e ficou me olhando com cara de desprezo, aquilo estava me deixando muito irritada. Os olhos azuis dela eram como o do mar, mas se é para comparar: um mar revoltado e cheio de lixo tóxico. Sim foi a única forma que eu encontrei para dizer a mim mesma que ela não era tão perfeita assim.

-Lady Raquel está é Cybelly Carter, ela chegou faz um dia e meio, ainda não foi reclamada, mas foi ela quem causou todo aquele estrago lá fora.

Procurei que estava falando isso e vi atrás dela um clone perfeito da "Lady" Raquel, mas era uma versão menos perfeita, quando olhei tive a impressão que até elas eram irmãs, mas Jenn parecia mais nova do que Raquel, a senhorita perfeição aparentava ter uns 15 anos, já o clone imperfeito: uns 10 anos.

Ela me olhou por uns segundos e disse:

-Você não é uma garota bonita, mas com toda aquela coisa de ter vários dons e coisa e tal você até pode ser útil- ela falava como se estivesse com um chiclete grudado na boca- eu chamo você para ter a honra poder andar do meu lado e me ajudar a....sei lá... ajudar Jenn a tomar nota das coisas que acontecem por aqui. O que acha?

Ela até tentou parecer uma garota legal, fez uma voz de garota mimada, tentou parecer fofa, e até deu um sorriso, mas eu já havia conhecido muita gente daquele tipo, e quer saber, não precisava dela.

-Não obrigada, eu me rejeito a ser fútil nesse nível que você quer me condicionar, mas mesmo assim obrigada pela hospitalidade e sua falta de intelectualidade.

Virei de costas, peguei algumas roupas minhas que estavam em uma caixa e fui em direção a uma cama que estava reservada para mim. Ela me puxou pelo ombro e disse:

-Você não sabe o que está fazendo, será uma inútil sem mim aqui dentro!

Eu podia ver a raiva nos seus olhos, algumas pessoas riam dela, porque ninguém nunca teve coragem de despacha-la desse jeito, e por mais que eu ache que ela não entendeu o que era a palavra "Fútil" ela ficou furiosa do mesmo jeito.

- É verdade. – falei olhando para ela com uma cara de serena- eu seria uma inútil sem você. – por um momento ela se sentiu vitoriosa, e me olhou com uma cara de esperançosa, mas ela que me aguarda-se. - mas eu me sentiria mais inútil e miserável com você ao meu lado, então eu ainda tenho a felicidade em dizer: Não quero seguir você feito uma burra miserável.

Ela ficou vermelha de raiva e me fuzilou com os olhos, algumas pessoas que riam agora estavam quietas e algumas fingiam que estavam interessadas em outras coisas, ela grudou meu braço meu braço na parede e disse: