Capítulo 5

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Chegamos arfando, mas não esperei nem mais um segundo para abraçar mamãe.

- Senti tanto medo de perdê-la!

- Está tudo bem, filha. Você me salvou! – Ela chorava e sorria.

- Você conseguiu mesmo fazer isso? – Léxi se aproximou.

- Consegui! – Juntamos as mãos e gritamos.

Marcos se aproximou e piscou os olhos várias vezes, cético do que via. Depois que percebeu que era verdade, resolveu comemorar conosco.

Passei o resto da noite com dificuldades para dormir. A dor dos socos que levei vieram à tona e minhas bochechas latejavam. Observei-as e vi que inchavam. Pedi a mamãe que me desse uma compressa de gelo e a coloquei nos dois lados. Por sorte, os inchaços sumiram, mas a dor ficou.

Faltei aula no dia seguinte e as rosas combinaram uma reunião de comemoração em minha casa. Mamãe explicou à delegacia que conseguiu escapar, mas não contou sobre minha participação. Fiquei um pouco incomodada, no entanto concordei que seria melhor, pois me pouparia de mais perguntas.

As meninas foram a minha casa e a reunião foi maravilhosa. Divertimo-nos muito, exceto Miriam que estava mais ácida naquela tarde. Matilde sugeriu que, agora que mamãe estava bem, eu poderia chamar Perry para sair. As meninas gostaram da ideia e insistiram com ela a noite inteira.

Léxi decidiu ir embora naquele dia e eu aceitei, muito grata por tudo. Aproveitei a noite para ter um belo jantar com mamãe.

No dia seguinte, consegui forças para falar com Perry. As meninas riam e faziam barulhos sugestivos enquanto eu tentava convidá-lo. Minhas bochechas coraram e gaguejei.

- Com licença. – Fuzilei-as e elas saíram. – O que eu tentava dizer é que gostaria de dar um passeio com você.

- Convidando-me para sair?

- Sim. – Sorri.

- Está bem, você decide o lugar. – Fiquei mais nervosa e não consegui pensar em nada.

- Conversaremos mais tarde. – Fitei-o e fui atrás das meninas.

Elas perguntaram sobre e vibraram quando eu contei o que ele disse. Matilde cantarolou baixinho "Penélope e Perry estão namorando" e cruzei os braços.

- Mas é um bom motivo para se ir ao shopping. – Léxi sugeriu e concordamos. Qualquer coisa era um bom motivo para ir ao shopping!

Planejamos o shopping para a noite e resolvemos passar a tarde no salão de beleza. Senti a leveza após tanto tempo sem uma manutenção no corpo. Consertei minhas unhas,frisei o rosa nelas e ainda saí com o cabelo iluminado.

As outras também estavam magníficas e todas saímos com as unhas cor-de-rosa. Assim que saímos, entramos em nossos respectivos carros e partimos para casa.

- O que achou, Marcos?

- Está linda, senhorita.

- Sinceramente?

- Com certeza. – Sorri.

Cheguei e pulei no chuveiro, apressada para o passeio no shopping. Em uma hora consegui me arrumar e coloquei meus saltos agulha de cor rosa. Meu vestido era vermelho, cobrindo as pernas e com uma abertura do lado direito, indo do joelho aos pés. Mantive os cabelos soltos, animada com o brilho.

- Olhe isso, mamãe!

- Filha, está deslumbrante!

- Obrigada! Estou indo agora. – Beijei seu rosto e a abracei.

Salto (Irmandade Rosa 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora