Ela pegou a Léxi! Eu não acredito que deixei aquela louca sequestrar a Léxi. Andei de um lado para o outro na sala, com o celular na mão e esperando que Miriam ligasse novamente. Liguei-o e observei a tela de bloqueio até que escurecesse, depois liguei de novo.
- Tudo bem, querida? – Mamãe perguntou enquanto saía da cozinha.
- Sim, mamãe, claro. – Forcei um sorriso.
Se mamãe soubesse de Léxi denunciaria à polícia e poria a vida dela em risco. Não, eu precisava resolver isso sozinha. Mamãe arqueou uma sobrancelha e depois continuou o caminho para o quarto. Subi para o meu e peguei as roupas da Salto. Roía as unhas, observava as roupas e depois ligava o celular. Por que ela não chamava logo?
Eu queria contar para alguém, me deixava nervosa segurar tudo aquilo. Eu queria contar para Léxi e pedi-la ajuda. Mas era Léxi quem precisava de ajuda. Miriam não iria simplesmente nos deixar sair, ela queria nos silenciar. Provavelmente desejava nos matar de uma vez só.
Pensei em Matilde, no quão doloroso foi vê-la com aquela faca atravessada no peito, eu não poderia deixar que aquilo acontecesse com a Léxi, com ninguém.
Guardei as roupas e desci para treinar. Jogando a ansiedade para fora e sentindo a adrenalina do momento, lutando contra a Miriam, mesmo que só em minha mente. Era difícil lutar com uma amiga, mais difícil ainda sabendo que era uma rosa. O celular tocou e afastou a imagem de Miriam da minha mente. Era a senhora Alexandra e eu não sabia o que dizer.
- Alô, senhora Alexandra. Tudo bem?
- Olá, Penélope. Eu gostaria de saber se não viu minha filha por aí. Tem alguma notícia dela? Ela não me falou de nenhum plano para hoje.
- Oh, sim, entendo. Não se preocupe, não.
- Então você sabe onde ela está?
- Ela deve ter dado uma saída para se divertir.
- Sem você?
- É... Sozinha.
- Penélope, o que há com minha filha?
- Ela está bem, dona Alexandra.
- Foi a Marta Sadiniz, não foi? Eu sabia que não deveríamos tê-la ignorado!
- Alexandra, eu posso assegurar que ela não está com a Marta Sadiniz. – Ufa! Ao menos isso eu poderia assegurar. Eu acho.
- Eu espero que você esteja certa, minha filha. Mande lembranças a sua mãe.
- Mandarei. Beijos.
Desliguei o celular e procurei por uma chamada não atendida, de repente eu poderia não ter percebido enquanto Miriam ligava. Mas não havia chamada alguma. Olhei a imagem de Cristina no chat e sua mensagem dizendo "oi". Cristina... E se eu contasse a ela? Ela entenderia a gravidade disso e me conhece como Salto. Disquei o número dela.
- Alô, Cristina.
- Oi, Penélope, o que foi?
- Preciso que venha aqui, é urgente.
Cristina desligou sem se despedir e esperei que viesse. Em cinco minutos a campainha tocou e levei-a para o meu quarto. Contei todos os detalhes que sabia e ela fechou os punhos.
- Desgraçada! – Esbravejou e socou a parede.
- Calma, Cristina. A mamãe não pode saber.
Cristina se levantou e calçou a sandália roxa.
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Salto (Irmandade Rosa 1)
ActionPenélope se transforma em uma heroína ao se deparar com um desafio e luta pela paz da cidade, encontrando criminosos e homens inescrupulosos. Mas Penélope acaba desvelando crimes mais ocultos, segredos e promessas destrutivos que trazem ameaças a el...