Capítulo Vinte e Nove.

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Ana Caroline

Era sábado e hoje meus pais chegariam de viagem, na quarta o Guilherme foi para a Rocinha e assumiu o tráfico, confesso que não estou satisfeita com essa decisão só que como o mesmo me disse essa era a vida dele, e se eu o amasse teria que aceita-lo assim e fiz isso. Estava decidida a contar tudo para os meus pais hoje e já temia pela reação dos dois saberia que não iriam reagir bem. Tomei um banho bastante demorado, vesti uma saia jeans curta e uma blusa de mangas cinza calsei uma sapatilha azul marinho, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo passei meus cremes e perfume e desci. Isaac já havia ido para o aeroporto e com certeza já estavam perto de voltar, fui na cozinha e dei um beijo bastante carinhoso em Helena tomei o meu café e fui para o sofá. Dentro de vinte minutos depois a porta se abre e vejo meus pais e meu irmão conversando e dando várias gargalhadas. Me levantei e dei um abraço em cada um.

-Minha filha que saudade.- minha mãe fala enquanto acaricia meus cabelos.

-Também estava mamãe.- sorrio.

-Minha princesa, como você está?- papai me pergunta todo sorridente.

-Estou bem pai.- dou um sorriso de lado e olho para o Isaac que demonstrava está preocupado.

-Carol fala logo.- Isaac falou enquanto passava às mãos pelo cabelo.

Me senti desesperada e muito nervosa, meus pais se entre olharam e me olharam em busca de uma resposta.

-Falar o quê minha filha?- minha mãe me puxou pra sentar no sofá.

Fiquei pálida e me faltaram palavras para falar algo, mamãe já estava preocupada e ficava me olhando.

-Você está doente? Te fizeram alguma coisa? Acabou seu dinheiro? Foi mal na escola? Não se preocupe eu pago aqueles professores e você passa.- minha mãe falava passando a mão no meu rosto.

-Mamãe não é nada disso...

-E o que foi Ana Caroline?- meu pai me olhava já sem entender quase nada.

-E-e-eu...bom...é...que.- o nervosismo tomou conta de mim e já sentia as lágrimas caindo sobre meu rosto.

-Fala Ana não me deixe preocupada.- mamãe já estava em pé na minha frente.

-Eu estou grávida.- minha voz saiu como um sussurro, mais foi o suficiente para eles escultarem.

-Você está o quê? Como isso aconteceu? De quem é esse filho? Você é louca? Você só tem quatorze anos Ana Caroline que vergonha de você. Como nossa família vai sair publicamente, o que a mídia vai dizer sobre isso, não quero ser reconhecida como mãe de uma vagabunda que abre as pernas pra qualquer um e ainda mais vai gerar um bastardo.- minha mãe falou e me puxou pelos cabelos.

-Me solta sua louca, meu filho foi gerado por um momento de deslize mais não me arrependo, meu filho é do Guilherme, não eu não sou louca eu sei que sou nova mais não sou incapaz de gerar meu filho e dar todo amor e carinho que ele precisa, você está preocupada com sua fama e reputação que monstro é você? E ele não é um bastardo ele tem pai e mãe.- falei já enfurecida.

-Quem é Guilherme? É algum empresário? Médico? Advogado? Você é uma vagabunda mesmo, você vai tirar essa aberração e vai ser agora.- ela falou me puxando pelo braço.

-Me solta, você é um ser humano desprezível. O pai dessa criança é hoje o dono da Rocinha, não é nenhum médico, ou empresário. Mais é um homem bom e com um grande caráter.- falei puxando meu braço rapidamente.- Eu nunca que irei deixar você tirar o meu filho.

Minha mãe me olhou completamente louca de raiva e me deu dois tapas no rosto, meu pai não falava nada só me puxou pelos cabelos cuspiu no meu rosto e me jogou pra fora de casa, caí sentada no chão e só chorava.

-E nunca mais, NUNCA MAIS VOCÊ PISE AQUI. A partir de hoje você não é mais nossa filha morra infeliz.- minha mãe gritava chamando à atenção de algumas pessoas que estavam por perto.

Me levantei e quando estava pra ir embora ela joga tudo que era meu pela janela, junto tudo o mais rápido possivel e Isaac aparece carregando uma mala.

-Toma Carol ponha tudo aqui, vai lá pra casa da Nadja passo lá daqui a pouco.- ele fala chorando e me abraça, logo volta pra dentro de casa.

Assim fiz, fui chorando até a casa da Nadja mais ao bater na porta vejo ela saindo com uma mala e chorando esculto gritos do seu pai, a mesma me olha assutada e me abraça, não podiamos ficar mais ali.

-Amiga o que aconteceu?- perguntei entre soluços.

-Eu...eu contei pra eles que estava namorando com o Felipe, meu pai me bateu e me pôs pra fora de casa, minha mãe rasgou metade das minhas roupas e me deu vários tapas na rosto.- nesse instante abracei a Nadja e a deixei chorar tudo que estava presso.

-E você?- ela me pergunta enxugando as lágrimas com as costas das mãos.

Contei tudo a ela, de como eles haviam reagido e como estava minha situação agora, só choravamos e ficávamos abraçadas, ela me disse palavras confortadoras e disse que tudo iria ficar bem.

Sentamos em um banco e ficamos esperando o Isaac.

Depois de uns dez minutos ele apareceu, entramos no carro e ele dirigia devagar.

-Bom Carol quer que eu te deixe logo na Rocinha?- Isaac perguntou e eu olhei pra baixo.

-Não, me leva para aquele ap que você tem em Copacabana, quero pensar um pouco.- falei e ele assentiu.

-Amiga eu vou ficar contigo.- Nadja falou e me senti mais aliviada, sorri como resposta.

Depois de alguns minutos chegamos lá, Isaac me entregou as chaves e fomos em direção ao apartamento. Estava tudo limpo e bem mobiliado não era a mansão da minha casa, mais era muito sofisticado. Coloquei tudo meu em um quarto e mostrei a Nadja onde seria o seu quarto.

Não estava pronta para ir morar em uma favela, não agora. Tenho medo do que pode acontecer a mim e ao meu filho ser mulher de um traficante nunca esteve em meus planos e agora estava prestes a me tornar uma. Carregava um filho do Guilherme apesar de ser nova agora eu teria que crescer e amadurecer o suficiente, agora eu tenho uma pessoinha que depende de mim para tudo, acariciei minha barriga e me sentei no sofá, como será minha vida daqui para frente? O que eu irei fazer?

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O livro está chegando a 1K e estou explodindo de felicidade, pode parecer pouco mais só quem escreve sabe o quão importante é e muito gratificante . Meus amores muito obrigada por cada tempo dedicado a ler um pouquinho cada capítulo muito obrigada, estou pra lá de feliz e espero muito que estejam gostando. Não esqueçam de clicar na estrelinha e deixar seu comentário, isso me deixa muito feliz.

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