Uma noite sem fim - 10

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Abby vem cambaleando em direção ao meu carro. Nessas horas meu único medo é de que alguém acabe vomitando dentro do carro, porque no estado que ela e o tal Arun caminham, diz que eles já passaram do estágio permitido por qualquer pessoa bêbada.
Saio do carro para abrir a porta e ajuda-los a entrarem no carro, já que Abby não conseguia puxar a maçaneta de tanto que ria com a situação.
"Vai Abby, a porta está aqui." Revirei os olhos tentando buscar toda a paciência existente em mim.
Quando finalmente ela consegue se controlar e entrar no carro, Arun da um tapa em sua bunda, me deixando assustada.
Dirigi por quinze minutos, tentando ir bem devagar já que eu também tinha bebido e não poderia estar dirigindo. Graças a Deus nós chegamos inteiros e sem nenhum vômito.
Parei o carro da pior forma possível, não de propósito, mas eu estava explodindo de dor de cabeça e eu já não conseguia pensar em nada que não fosse desligar o carro o mais rápido que desse.
Eu não poderia dizer que fiquei muito surpresa quando entrei no elevador logo depois dos dois, e os vi se atacando sem pudor nenhum, na minha frente.
"Cof! Cof!" Tossi tentando chamar a atenção deles de alguma forma, pena que foi em vão. A porta do elevador se abriu no nosso andar, e eles foram se amaçando enquanto saiam.
"Eu estou com a chave. Licença." Passei na frente deles e virei a chave no buraco. Quando a porta se abriu foi como cachorros famintos indo em direção ao seu pote cheio de comida. Isso resumiu a situação.
Arun agarrou Abby no colo, passando as pernas dela entorno de sua cintura magra, enquanto as mãos deles seguravam a bunda dela.
"Não estou vendo isso, por favor. Não pode ser real." Fechei a porta e joguei a chave na mesinha próxima a entrada.
"Não façam muito barulho! Estou morrendo de dor de cabeça!" Berro para os dois corpos se movendo em um único movimento pelo corredor.
Minha cabeça lateja de uma forma que parece ter um aliem tentando sair de dentro. Pego um copo de água e um comprimido, e me dirijo ao quarto.
Estou tão cansada que não consigo nem tirar a maquiagem, apenas coloco meu pijama de flanela e me deito. Estou com todas as luzes apagadas pra ver se a dor de cabeça passa rápido, porém quando apoio a cabeça sobre o travesseiro, começo a ouvir sons vindos do quarto ao lado. Não. Não. Não. Mil vezes, não.
Abby está gemendo como uma cabra louca, e não demora muito para que Arun comece junto dela. Tento cobrir os ouvidos com outro travesseiro, mas é quase impossível com aquela acústica péssima do nosso apartamento.
"Porra Abby!" Grito do meu quarto, mas eles não escutam, porque não param. Como se não bastasse, agora a cama de Abby estava rangendo. Pobre do vizinho de baixo, não merecia ouvir isso.
Eles estão completamente bêbados, o que significa que nada pode ser dito para que eles parem. Eles não vão parar.
Saio do quarto emburrada. Minha vontade é entrar naquela merda de quarto e jogar um balde de água fria nos dois animais no cio, porém seria demais até pra mim. Vou para a sala e ligo a TV, buscando algo que me distraia no momento.
É incrível como as TVs de canais pagos não têm nada. Na verdade eu sigo uma filosofia de vida que eu criei para essas situações, que diz exatamente que em momentos importunos, a TV nunca será sua aliada, não importa o quanto você paga por todos aqueles canais, quando você mais precisar, nada de útil estará passando para sua distração.
Penso em, talvez dar uma caminhada pela rua, mas soa muito perigoso. São duas da manhã, e quem estaria andando na rua a não ser eu? Prefiro não correr o risco. Desligo a TV e resolve sair do apartamento. Para onde eu vou? Não faço ideia, mas não quero ser obrigada a ouvir gemidos de uma hiena, soando por todo o apartamento.
Estou com minhas pantufas brancas e super confortáveis, o que me deixa menos brava. Fecho a porta e estou no hall do meu andar. Tento pensar no que fazer, mas o cansaço me faz sentar no tapete de boas-vindas em frente à porta.
Estou com a minha cabeça entre as pernas, mexendo no cabelo, enquanto tento repensar nessa noite toda desastrosa. Primeiro eu cheguei e Josh me abraçou mais forte do que eu poderia esperar. Depois, Chris disse que gostaria de me beijar, mas não era o momento. A pior parte foi quando fugi para o andar de cima e acabei tendo preliminares com um desconhecido, da qual estou me sentindo uma vadia até agora, e por último, Brandon me beijando. Não sei nem o que dizer do último acontecimento, mas acabo soltando uma risadinha quando me lembro.
Acho que acabei dormindo com a cabeça apoiada nos joelhos, não sei exatamente, mas em um certo momento, senti uma mão tocar minhas costas e meu nome sendo chamado calmamente.
"Angie, acorda." O som está mais alto agora, e sinto braços tentando me erguer do chão.
"Angie..."
Abri os olhos devagar, pois estão ardendo de sono.
"O quê... Foi?" Olho para cima e a luz me cega imediatamente. Cubro os olhos com as mãos e alguém me levanta.
"Vem cá." Fico em pé e vejo que quem está me ajudando é Brandon.
"O que.. O que você ta fazendo aqui?" Pergunto sonada.
"Acabei de chegar e te encontrei assim." Ele aponta pra mim, me olhando de cima a baixo.
"Ai... Já tinha me esquecido que fiquei aqui fora." Passo a mão pela cabeça e bocejo.
"Por que você está aqui fora de pijamas?"
"Por causa da Abby." Sorrio pra mim mesma. "Digamos que estou deixando ela curtir a noite dela mesmo que eu estivesse com muito sono." Ele ri porque entendeu a mensagem.
"Será que eles não pararam até agora?" Ele ri enquanto vai em direção à minha porta.
"Eu agradeceria muito se tivessem acabado..." Dou risada, mas estou falando sério.
"Podemos tes..." Ele mal termina a frase quando abre a porta e um gemido mais alto que o normal ecoa por todo apartamento.
"Meu Deus!" Cubro a boca assustada. Ele fecha a porta rapidamente, pois tão pouco ele está afim de ficar torturando seus tímpanos com esses gritos selvagens.
"Eles parecem..." Ele busca uma palavra e eu complemento, "Animais?!" Ele começa a rir e eu rio junto. Não quero imaginar a cena dos dois la dentro, mas os gritos sugerem algo muito selvagem.
"Bom, acho que hoje será difícil dormir aí." Ele move a cabeça em direção ao nosso apartamento.
"Pois é." Me conformo com a situação.
"Vem. Vamos entrar no meu apartamento, pelo menos lá não tem um casal transando loucamente." Ele ri.
"Será? Se eu fosse você, tomaria cuidado. Vai que têm duas hienas aí dentro como têm em casa." Começamos a rir e me vejo entrando em sua casa, novamente.
Eu me sento no sofá totalmente confortável de Brandon, enquanto ele vai pegar água para nós dois.
"Então." Ele da um gole de sua água enquanto me oferece o outro copo. "O que achou da festa de hoje?"
"Bom, não foi como eu esperava." Dou um gole da minha água.
"E por que não?" Ele me pergunta enquanto senta ao meu lado no sofá.
"Digamos que por alguns acontecimentos ocorridos na festa." Fico vermelha de me lembrar do moreno de olhos verdes cativantes.
"Quais acontecimentos? O beijo?" Tinha até me esquecido do beijo, mas obviamente não foi só por isso.
"Não, não foi por isso." Balanço a cabeça de um lado para o outro. Percebi que minha resposta fez ele sorrir levemente, então me corrijo.
"Quer dizer, não foi só por isso." Sua afeição muda para frustração.
"Ah. Achei que você tinha gostado."
"Brandon, esse assunto não, por favor." Fico brava ao lembrar a forma que ele me abordou.
"Não vou pedir desculpas, porque não me arrependo do que aconteceu. Faria de novo..." Ele me encara de uma forma assustadora. Estou vidrada no seu olhar, mas consigo desvia-lo.
"Não." Sei bem o que a linguagem do seu olhar queria dizer. Ele sorri com sua covinha e abaixa a cabeça.
"Você pode dormir aqui." Ele oferece.
"Ah, obrigada." Não vou lhe dar uma resposta imediata porque talvez eu precise, mas eu não quero.
"Bom, o que quer fazer?" Ele pergunta.
"Não sei. Você quem deveria querer fazer algo, afinal é sua casa." Assim que termino minha frase, vejo um ar de maliciosidade em seus olhos, e revejo o que eu disse. Pra mim fazia total sentido, e não parecia nada malicioso, mas garotos dão idiotas.
"Espero que você não tenha levado por esse caminho..." Estou séria, o que o faz dar risada. Ridículo.
"Desculpa, mas se eu ti dissesse o que eu gostaria de fazer, você não ia aceitar." Ele gargalha e eu permaneço emburrada, de braços cruzados, fuzilando-o com o olhar.
"Você é bem idiota!" Levanto-me, pois prefiro ficar ouvindo os gritos da Abby do que ficar com um cretino desse.
"Ah, qual é Angie? É brincadeira!" Não me viro. Estou abrindo a porta do apartamento dele quando sua mão alcança a porta e a fecha com força. Sinto sua respiração em meu pescoço.
"Se eu não te conhecesse, diria que você gostou da ideia, mas sentiu ofendida com o modo em que eu falei." Sua boca esta colada ao meu ouvido, é quase assustador o arrepio que sua respiração causou ao encontrar minha pele.
"Ainda bem que você me conhece, não é mesmo?" Eu me viro para encara-lo, mesmo prensada na porta com seu braço por cima da minha cabeça. Ele não me responde, apenas sorri com uma sobrancelha erguida e seu sorriso de lado.
"Você leva as coisas muito a sério, Angela Caswell." Ele sussurra no meu ouvido de forma sedutora, mas se afasta logo em seguida.
"E você é um idiota. Eu já disse isso, não disse?" Ele balança a cabeça sarcástico.
"Sabe jogar poker?" Ele esta pegando uma garrafa de tequila e dois copinhos de shot, voltando para o sofá macio.
"Sei." Não dou espaço para ele falar gracinhas.
"Então a gente vai jogar." Agora ele vai até um armário no corredor e pega a maleta de fichas.
"Até porque eu disse que queria..." Reviro os olhos. Ele se acha, mas não passa de um babaca metido.
"Para de ser chata Angie. Já que a gente tem que matar o tempo, que seja de uma forma legal." Ele apoia a maleta na mesa de centro e se senta no chão, fazendo menção para que eu também me sente. Acabo cedendo.
"Vamos jogar até que um perca todas suas fichas, antes disso não vale sair do jogo." Era só o que faltava, eu não poder decidir a hora em que quero parar.
"E tem mais uma coisa..." Lá vai. "Cada partida perdida é compensada com um shot de tequila." Ele sorri. Ah claro, não bastava a regra idiota de não poder sair, ele ainda quer me embebedar.
"Você tá louco? Três shots desse ai, e nós já estamos chapados!" Uma coisa é vodka, outra é tequila, mil vezes pior que a primeira.
"Não sabe beber, Angie?!" Me irrita aquela porra de sorriso no rosto dele. Que sorriso bonito.
"Na verdade, eu não queria ter que te fazer desmaiar antes de dar vinte minutos." Sorrio ironicamente, de volta.
"Ha ha ha. Vamos apostar então." Esse cara não se contenta, com nada.
"O quê?" Vou mostrar pra ele quem é que sabe jogar.
"Se eu ganhar, te beijo. Se você ganhar..."
"Se eu ganhar, não te beijo." Eu o encaro com uma sobrancelha erguida, enquanto passo a língua lentamente pelo lábio inferior, apenas como provocação.
"Fechado!" Ele extende a mão para selarmos o acordo.
"Fechado." Pego sua mão.
O jogo começa, e ele faz com que a cada 5 partidas, os dois tenham que tomar um daqueles copinhos. Eu aceito.
Já estamos no terceiro copinho e em todas essas partidas, foi um vai e vem de fichas. No momento ele está ganhando.
Minha estratégia é esperar para reaver minhas fichas perdidas, assim eu posso ter a chance de dar all in e acabar logo com o jogo. Vencendo, claro.
"Acho que serei obrigado a fazer uma garota feliz..." Ele ri enquanto observa as cartas. Apenas sinto dó do modo como ele diz aquilo. Parece que ninguém quer beija-lo, mesmo isso sendo impossível.
Já soube que tem diversas meninas na faculdade que não saem do pé dele. Ficam todas alimentando o ego dele pra ver se ele fica afim de alguma. Tenho dó dessas coitadas, não sabem como ele pode ser babaca.
"Acho que não. All in!" Estou prestes a perder tudo, mas preciso tentar de qualquer forma.
"Aé? Eu pago pra ver essa." Ele empurra suas fichas para cobrir todas as minhas.
Quando ele abaixa sua pobre trinca, eu sorrio.
"Seria uma pena se eu perdesse justo agora." Faço um biquinho com cara de triste.
"Pois é." Ele mantém a confiança ao extremo, porém é como se ele tivesse recebido um tapa na cara quando eu mostro meu full house, deixando-o de queixo caído.
"Não acredito. Você tá roubando!" Ele ri enquanto se levanta em minha direção e começa a me revistar pra ver se eu escondia alguma carta.
"Eu não tô! Já falei que não!" Não consigo parar de rir porque ele faz cócegas em mim.
"Tá sim!" Ele ri tão alto quanto eu, enquanto passa a mão pelas minhas costas e o chão envolta de mim.
"Para!" Imploro, rindo. Quando abro os olhos, seu olhar está me penetrando com força, me deixando super envergonhada. Estamos cara a cara, respiração contra respiração, se é que me entendem, e isso está me matando. Ou alguém parte para o beijo ou a gente separa essa corrente de eletricidade pairando entre nós.
"Eu ainda quero ganhar o
Jogo." Finalmente alguém diz algo, e sou eu. Ele percebe que estou desconfortável e se afasta.
Continuamos mais rodadas, e só sei que já bebemos cinco copos de tequila. Estou tentando entender como ainda não entrei em coma alcoólico, ou como nós ainda não desmaiamos ou vomitamos um no outro. Só de pensar isso, sinto meu estômago embrulhar.
"A gente... Precisa... Pa... Rar." Tento formular a frase o mais rápido possível, mas ela sai como se estivesse em slow motion.
"Deus, Angie. Você tá péssima. Só não vomita no meu tapete, por favor." Sua cara de súplica. Até penso em vomitar só pra ver qual seria a reação dele, mas seria maldade, sem contar que eu teria que limpar, e não estou em condições.
"Não aguento mais. All in!" Dou um berro ansioso.
"Eu aceito também. All in." Agora só me resta ter fé de que venha carta pra mim.
Pego minhas cartas e, quando viram as três primeiras cartas, tenho vontade de chorar. Só tenho um par de damas, e pela cara do Brandon, eu me ferrei.
"Vamos lá. Duas cartas para a vitória." Ele brinca e eu sorrio nervosa. Só um milagre pra ganhar esse jogo.
A penúltima carta é um dois, que nada me ajuda. Vejo que Brandon não manifesta nenhuma careta, como das outras vezes. Estou bem nervosa. Não quero que ele ganhe, não quero ser beijada por causa de um jogo idiota. Quero ganhar e mostrar que sou boa o bastante para não obedecer as regras idiotas dele.
"Pode virar a última?" Ele ri quando me vê mordendo a unha do dedo médio.
"Já demorou muito. Anda logo." Não tiro os olhos da ultima carta na mesa. Estou mordendo a pelinha da boca quando vejo ele virar a carta lentamente e uma linda dama surgir ali. "Ai meu Deus!" Ele não sabe se ganhei ou perdi, porque fiquei boquiaberta.
"Você primeiro." Digo. Ele assente e abaixa suas cartas.
"Puta que pariu!" Grito me levantando.
"Você ganhou ou perdeu?" Ele se levanta junto.
"Puta que pariuuu!" Grito animada, dando pulinhos para todos os lados.
"Você tem uma sorte do caralho." Ele ri e vem em minha direção para me dar os parabéns. Jogo as cartas na mesa, mostrando minha trica, fazendo-o balançar a cabeça negativamente.
"Fala sério. Eu ganhei quase o jogo inteiro pra no final você ganhar na sorte."
"Só aceita, Brandon Walker." Pisco pra ele enquanto vou para a cozinha por um copo de água.
"Você sabe que se quiser me beijar, eu vou aceitar né?!" Eu dou risada enquanto tento engolir a água antes de morrer afogada.
"Sei muito bem. Se eu dissesse que te beijaria agora, você estaria aqui na minha frente." Viro-me pra deixar o copo na pia e quando me volto para a sala, seu corpo rígido está parado em minha frente.
"Como é que é?" Ele me encosta na pia.
"Ah qual é. Não sabe brincar?" Sorrio do mesmo jeito que ele fez quando disse isso pra mim.
"Eu não quero brincar." Ele me pega pela cintura e me puxa forte para ele.
"Brandon." Eu ponho minhas mãos entre nós, mas sua força é maior.
"A gente pode fingir que nada disso aconteceu. Estamos bêbados." Ele me agarra com a outra mão. Uma na cintura e a outra nas costas.
"Não. Não podemos. Eu sei o que estou fazendo, não sei como, mas sei."
"Eu não." Ele segura meus cabelos com força.
"Para." Resmungo.
"Não paro." Eu fecho os olhos. A pegada dele nos meus cabelos me deixam sem ar.
"Eu sei que você quer. Só diz que sim. Para de ser tão orgulhosa." Ele me puxa pelos cabelos cada vez mais. Estamos com os rostos colados um no outro.
"Diz que sim." Ele sussurra.
Não posso. Não posso. Não posso. Angela Caswell, não faça...
"Sim." Minha voz sai embargada num sussurro.
Não consigo pensar, estou bloqueada. Não há tempo e espaço agora, só nós dois nos beijando intensamente como se buscássemos o tempo perdido. Mas qual? Não consigo parar de beija-lo, e pelo modo como ele me beija, nem ele.
Ele me pega pela cintura e me levanta, fazendo-me abraça-lo com minhas pernas, prendendo-as na cintura rígida dele. Nós estamos embolados com uma só pessoa, indo em direção ao sofá macio da sala dele.
Fico tentando me policiar da situação, mas a verdade é que eu já esperei tempo demais sendo orgulhosa, e como ele mesmo disse, podemos fingir que estávamos bêbados.
Estou sendo carregada por ele, direto para àquelas almofadas. Sou jogada no sofá, de barriga pra cima enquanto ele vem logo por cima de mim, beijando meu pescoço e dando chupões de leve.
"Brandon..." Não sei exatamente o que estou tentando pedir, mas acho que não seria para ele parar.
"Shh." Ele mordisca minha orelha.
Estamos parecendo dois animais famintos um pelo outro. Eu nunca tive essa sensação com ninguém mais, mas com ele é diferente. É tão bom quanto o normal.
Suas mãos quentes entram por debaixo da minha blusa. Ele acaricia minha barriga, me fazendo contorcer sob seu toque macio.
"Isso é bom." Digo.
"Eu sei, linda." Ele beija a pele sobre meu umbigo e um arrepio me percorre, me fazendo arquear as costas.
"Eu quero que você relaxe, Angie. Pode fazer isso por mim?"
"Talvez..." Ele me olha nos olhos. Assinto, mas não tenho tanta certeza do meu autocontrole.
Suas mãos tiram minha blusa num piscar de olhos, como se fosse mágica. Meu sutiã de renda preta chama sua atenção. Era óbvio que isso não estava planejado, mas eu costumava usar roupas íntimas bonitinhas.
"Uau!" Ele está olhando obcecado para meus seios cobertos com a renda fina.
"Você está me deixando envergonhada com essa cara."
"Foi mal. É que são um belo par de seios. Nunca vi seios tão sensacionais."
Eu deito minha cabeça no sofá e tento fazer o que ele me pediu, relaxar.
Suas mãos tocam meus seios fartos, acariciando-os por cima do sutiã. Ele beija o topo deles, deixando marcas de sugadas. Isso é bem sensual.
Sim, eu já transei antes, mas era diferente com o Josh. No começo era assim, muito tesão e muita vontade, mas depois a coisa fica muito diferente, de um jeito que eu não consigo explicar, mas é como se passasse a ser muito delicado, sem essa voracidade. Parecíamos casados há dez anos com dois filhos pequenos. Acho que isso explica bem.
"Você é demais." Brandon fala engraçado pelo fato de ter um dos meus peitos em sua boca. Eu estou passando minhas unhas compridas por suas costas nuas e malhadas. Ele é delicioso, isso eu tenho que confessar. É o sonho de consumo de qualquer uma.
Ele desce para minha calça jeans, começando a desabotoa-la. Sinto que tudo esta indo rápido demais, então eu puxo sua cabeça de volta para a minha, beijando-o sem parar.
"Caralho!" Ele fala em meio ao beijo.
"Shh... Cala a boca." Passo minha língua pelo lábio inferior dele e em seguida o superior. Eu beijo seu pescoço dando lambidas quentes, deixando-o arrepiado e com tesão. Digamos que estou sentindo-o encostar na minha perna e me parece um belo volume.
"Eu só quero ficar te beijando, pode ser?" Pergunto de olhos fechados,
Com a boca a milímetros da dele.
"O que você quiser." Eu sei muito bem o quanto ele andou esperando por isso, Abby me contava.
Depois de muitos beijos, e apenas isso, eu disse que estava com sono e ele muito carinhoso, me aninhou em seu peito e me fez cafuné até eu dormir nos braços dele.
Eu estava tão cansada que não me lembro de sonhar nada, apenas dormir. Quando acordei no dia seguinte, não estava na casa dele. Foi estranho, pois não reconheci o cômodo à primeira vista, mas depois me toquei que estava no meu quarto.
Como vim parar aqui? Será que foi tudo um sonho. Levantei sem saber pra onde ir. Uma dor de cabeça tomou posse de mim e me fez reclamar. Eu tentava lembrar da noite anterior, mas era como um borrão. Como eu vim parar na minha cama? O que aconteceu afinal, entre mim e Brandon? Eu ainda estou vestida? Para essa ultima pergunta eu olho rápido para baixo, checando que estou com a blusa e a calça do dia anterior.  
Estou meio zonza, mas preciso ir até a cozinha em busca de um copo de água e uma aspirina.
Meu hálito de álcool ainda não desistiu de mim, então pego o copo de água, engulo o remédio e vou em direção ao quarto novamente. Hoje é um daqueles dias de que eu não sairei dele por nada no mundo.
Não dou nem dois pisos quando a campainha toca. Que porra de barulho é esse? Quem aumentou tanto essa campainha? Minha cabeça quase explode ao segundo toque.
"Já vai!!" Grito brava.
Vou em direção à porta o mais rápido que posso. Se essa campainha tocar mais uma vez, eu juro que mato alguém.
Abro a porta e a minha surpresa é maior do que qualquer coisa que eu poderia esperar.
"Angie." A cara dele é de quem passou a noite chorando, ou algo do tipo. Está péssimo, nunca o vi assim.
"Joshua? O que você está fazendo aqui?"
"Eu precisava muito conversar com você. Por favor, não me manda embora antes de me ouvir." Estou em
Choque. Não me movimento por um minuto, pensando no que devo fazer. Solto o ar que estava prendendo e cerro os olhos.

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