6: Revanche

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"Protejam os rostos, pessoal, a Terceira Guerra está prestes a explodir bem aqui nessa sala. ── Bruna."

Eu acho que é melhor tirar todas as coisas de quebrar da sala. ─ Bruna resolveu quebrar aquele clima nada tenso. ─ Acho que as coisas por aqui estão bem tensas.... Na verdade, até consigo quase tocar a tensão no ar.

─ B, acho que não é uma boa hora para tentar descontrair. ─ Thomas avisou.

─ É, você tem razão, Basso. ─ ela concordou. ─ Então o que fazemos? Vamos embora e deixamos os dois se matando ou ficamos aqui, assistindo tudo de camarote?

─ Ninguém vai sair porque ninguém vai se matar. ─ eu disse por fim. ─ Vamos voltar para a cozinha, Bruna. Podem continuar fazendo o programinha de melhores amigos de vocês.

─ Para agora mesmo. ─ Felipe resolveu falar também. ─ Nós vamos conversar.

─ Acho que essa é a hora que eu volto a dizer que não tenho nada para falar, certo? ─ ironizei. ─ Sem essa de conversa, realmente, guarda as desculpas esfarrapas para quem vai cair nelas.

Sim, eu estava lançando uma indireta bem direta para Thomas naquele momento. E para Augusto também de certa forma. Se eles conseguem superar o fato do melhor amigo ter ido embora sem avisar, bacana para eles, mas eu não seria idiota o bastante para cair nessa.

─ Malu, eu realmente estou tentando te explicar o que aconteceu! ─ ele deu alguns passos na minha direção, mas parou de andar subitamente quando percebeu que me afastei. E quando a Bruna deu um passo para frente também. ─ Eu quero que tudo volte a ser como era antes, que a gente volte a ser como era antes.... Se você me deixar explicar, Maria Luísa, as coisas podem voltar a serem exatamente como era há três anos.

─ E você volta depois de três anos achando que tudo vai ficar bem? Que vai voltar para o Rio de Janeiro e vou deixar que você tente se explicar? Está escrito idiota na minha testa por acaso? ─ o questionei. ─ Aconteceram coisas, mudanças ocorreram... Felipe, você não pode voltar e simplesmente me cobrar que as coisas voltem a ser como antes. ─ engoli em seco antes de pronunciar a última parte. ─ Não faz mais parte da minha vida.

O silêncio beirou naquela sala. Ninguém teve coragem de dizer nada ou contestar alguma coisa.

─ E você é tão babaca quanto ele. ─ apontei para Thomas. ─ Ele vai embora e você esquece que é meu melhor amigo? Bela forma de manter uma promessa.

─ Maria Luísa. ─ Thomas começou, mas levantei uma das minhas mãos impedindo ele de continuar.

Não queria explicações falsas, não queria saber dos motivos de Thomas para ter se afastado de mim e, acima de tudo, não queria ouvir algo que fosse me machucar. Thomas era igualmente babaca como Felipe e Rafael haviam sido comigo, poderia até ser pior e eu realmente não queria ouvir o que ele tinha a dizer. Se foi fácil me afastar, seria mil vezes mais fácil me ignorar a partir daquele ponto.

─ Não quero saber. ─ respondi ríspida. ─ Só quero deixar uma coisa clara, tudo bem? O fato do Felipe ter voltado e você voltar a frequentar a minha casa não significa que somos amigos de novo. ─ esclareci aquele ponto. ─ Não me olha com essa cara, por favor, foi você mesmo que fez isso com a nossa amizade.

E era verdade, quem se afastou foi Thomas e não eu. Só que agora, diferente de três anos atrás, eu não queria uma explicação sobre o porquê de ele ter se afastado. E também não queria tentar uma amizade novamente. Não mesmo.

Apenas uma pessoa naquele momento merecia que eu engolisse meu orgulho. E era justamente na direção dessa pessoa que eu caminhava agora.

─ Ainda estou brava com você. ─ parei na frente de Augusto, suspirando alto. ─ Mas engulo meu orgulho e peço desculpas por ter feito aquela cena no pátio do Basso.

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