III

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resumo: dia chuvoso e biscoitos caseiros; o quarto de Louis recebe uma visita especial.

A escola toda estava comentando. Esquece o que Louis disse sobre seus colegas serem pessoas legais e sensatas que cuidavam da própria vida — a fofoca quente daquela manhã, era sobre o único filho de Bobby que estava voltando para Boston depois de dez anos morando na Inglaterra.

Louis não sabia absolutamente nada sobre aquele garoto, mas quando isso vira assunto para todas as aulas da manhã e seus fones resolvem estragar pela milésima vez, fica meio difícil não ouvir. Um cara que conhecia outro cara que era namorado da menina que fazia natação junto com um dos colegas de classe, tinha ouvido que o tal garoto — Neil, Niall, Nathan? — tinha arrumado sérios problemas onde morava, coisas que tinham obrigado o pai a trazê-lo para morar com ele. Sussurros maldosos disseram que já tinha sido preso, e outros sussurros tão maldosos quanto, disseram que ele era cheio de tatuagens e piercings.

E mesmo que as pessoas ali não fossem do tipo que maltratam as outras, Louis sentiu pena do novato. (Não que ele precisasse disso, baseado nos detalhes sórdidos sobre seus atributos físicos) Porque era sempre ruim enfrentar uma escola nova e olhares curiosos; muitos olhares, aquilo era constrangedor. Se apenas por chegar atrasado em alguma aulas Louis tropeçava nós próprios pés, ele não podia imaginar o que era virar assunto na escola toda.

Além disso, era uma quarta-feita agitada para o pessoal do teatro. De tempos em tempos organizavam peças ou musicais com o objetivo de proporcionar um lazer cultural e interação entre os alunos, nas palavras do diretor. Dias como aqueles eram sempre esperados com euforia — as paredes ficavam tomada de papéis coloridos e as aulas depois do almoço eram suspensas. Os alunos iam mais arrumados, segurando baldes de pipocas enquanto formavam os próprios grupinhos e riam entre si.

Era divertido e Zayn estava tentando enlouquecer Louis desde as primeiras horas da manhã. Sim, ele sabia que precisava correr para o auditório e conseguir lugares na primeira fileira porque o amigo só chegaria em cima da hora — estaria ocupado demais revisando a pauta da semana no jornal (que provavelmente iria incluir uma longa e tendenciosa crítica construtiva sobre a atuação dos meninos) — com um enorme buquê de rosas para o namorado. Ele ficava mais ansioso do que o próprio Liam, e consequentemente, despejava tudo em Louis com mensagens ameaçadoras e beliscões excitados no meio do espetáculo.

Jersey Boys, era o musical em cartaz, e tudo que o menino de olhos azuis precisava naquele momento era da sua mochila cheia de cookies caseiros e jujubas ácidas enquanto observava os assentos serem ocupados, o pessoal da direção arrumando os últimos detalhes no palco. Sorriu quando Liam colocou a cabeça fora das cortinas e mandou um beijo para Louis antes de sumir novamente, algo que eles cumpriam religiosamentede desde a oitava série.

Puxou o pote de biscoitos com alegria, quase ronronando ao constatar que ainda estavam mornos e deliciosos, as gotas de chocolate desmanchando na sua língua quando mordeu o primeiro pedaço. E mais outro. O terceiro. Quarto. Estava caminhando para o quinto quando uma explosão de conversas fizeram eco por todo o lugar e Louis avistou um mar de cachos entre eles.

Seu coração bateu forte e rápido, Harry estava ali. É claro que estaria, naqueles eventos sempre juntavam as três últimas turmas do ensino médio, mas Louis não sabia o que fazer. Seus olhos pousaram no grupo barulhento com curiosidade. A fileira onde estava sentado continuava vazia — a maioria gostava de sentar mais no fundo, onde podiam dar uns amassos ou mexer no celular — mas não era uma opção chamar o garoto Styles para sentar ali.

shine || mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora