VI

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resumo: personagens de Adventure Time e poderes bruxos.

...

Sábado era o dia oficial da natureza na casa Tomlinson.

E domingo. Segunda. Terça. Quarta também e basicamente todos os dias, mas aquele dia em especial era onde a família inteira largava tudo para entrar em equilibro com a Terra — eram as palavras dos pais de Louis, não olhem desse jeito —, sendo muito fácil o encontrar o garoto com as mãos sujas como naquela manhã.

Daisy e ele estavam ajoelhados no canteiro, arrumando os caules morangueiros com o máximo de cuidado enquanto decidiam nomes para as frutas.

"O meu morango vai se chamar Jake o cachorro." A loirinha disse orgulhosamente, limpando os dedos no vestido de princesa (ela e Phoebe se recusavam a vestir qualquer outra cosa) e a ponta do seu tênis surrado cutucava a coxa de Louis.

O rapaz ergueu as sobrancelhas. "Você vai chamar o seu morango de cachorro?"

"Jake o cachorro, Lou." Fez um biquinho teimoso. "A mamãe disse que eu posso colocar o nome que eu quiser. E o seu?"

"Princesa Jujuba." Sorriu para si mesmo enquanto afofava a terra ao redor. Maratonas de Adventure Time eram coisa sagrada naquela casa e, sinceramente, aquele era um nome perfeito.

Daisy arfou e se pendurou no seu ombro, os bracinhos quase enforcando Louis. "Esse nome é muito legal! Posso mudar o meu?"

"Ei, pestinha." Cantarolou dando uma cotovelada suave para afastar a irmã, balançando a cabeça em negação. "Você não pode mudar agora que o seu morango já ouviu que o nome dele é Jake o cachorro. E se ele ficar traumatizado? Ter crise de identidade?"

"Crise de quê?" Perguntou na ingenuidade que seus oito anos permitiam e fez Louis sorrir, bagunçando o cabelo lisinho depois de se levantar.

"Nada." Cutucou a orelha da irmã e a garotinha riu, golpeando a sua mão. "Vem, vamos pintar os vasinhos. O Jake e a Princesa Jujuba precisam descansar."

Os dois se empurraram até à estufa, onde a música suave preenchia todo o lugar junto com latas de tinta ecológica e vasinhos de plástico. Era o mês das frutas, Mark tinha decidido com um sorriso animado. Como a primavera já estava dando um olá, era a melhor época para o cultivo, então a família acabou se decidindo entre morangos, pêssegos e amoras. E cada um era responsável pela própria árvore frutífera, podendo decorar do jeito que quisesse e colocar um nome.

Louis gostava daquilo. Ele entendia que era uma forma indireta dos pais ensinarem que ser responsável — ser responsável por algo — não era ruim ou chato. Era crescer.

O menino encontrou o olhar amoroso de Johannah do outro lado dos cactos. Ela sorriu e lhe mandou um beijo no ar, fazendo seus próprios lábios se curvarem em um sorriso tímido como resposta. Para Louis, sua mãe era a mulher mais bonita do mundo inteiro. Os cabelos castanhos flutuavam na altura dos ombros quando ela dançava ao redor, se certificando que todo mundo estava abraçado e beijado o suficiente. Eles tinham os mesmos olhos e a mesma mania de bochechas avermelhadas, só que ao contrário dele, Johannah não era tímida. Ela tinha luz e um monte de energia. Ela fazia Louis se sentir com cinco anos de novo, mas de um jeito bom.

"Já escolheu o que vai plantar, Sol?" Infiltrou os dedos na franja do filho quando ele pegou um dos recipientes e tinta preta e rosa, sentando ao seu lado. "Amoras ou pêssegos?"

shine || mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora