XXXIV

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Boa leitura xx

resumo: Louis ganha um emprego. Ou quase isso.

...

"Você tem sorte que desmarcaram uma reunião em cima da hora." A secretária do diretor Irving escoltou Louis pelo corredor vazio, o eco dos seus saltos contra o piso criando um ritmo junto com o coração dele.

Suas mãos suavam em nervosismo, e ele se lembrou de tomar respirações profundas, repetindo para si mesmo que não era grande coisa. Era uma visita agradável, na verdade. Ele iria resolver as coisas.

"Obrigado." Acenou quando senhora bateu na porta de mogno duas vezes antes de abrir para ele passar, Irving sorrindo do outro lado da mesa.

"Louis, filho! Bom te ver." Acenou para Louis se sentar em uma das cadeiras, o óculos grosso escondendo os olhos apertados do sorriso, um daqueles que fazia o estômago de Louis revirar. Era esperançoso — parecia esperar alguma coisa dele.

"Senhor." Respondeu com respeito, torcendo os dedos no colo quando se sentou. Ele já tinha estado naquele gabinete antes, mas sempre seria desconfortável. Sempre iria parecer como se ele tivesse aprontado alguma coisa errada.

"Foi uma benção quando fui avisado que queria falar comigo, eu iria procurar por você."

As sobrancelhas de Louis franziram.

"Procurar por mim?"

"Sim. Nosso garoto de Harvard." Irving se inclinou na mesa, apoiando o queixo na mão e observando Louis com olhos de raposa. "Mas diga, filho. Primeiro, o que trouxe você aqui?"

Er, Louis mordeu o interior da bochecha, a sensação de insegurança lhe atingindo com toda força, tirando um pouco do seu fôlego. Aquela merda era como um tapa. Ele não era bom com as palavras, ele se embolava e as vezes gaguejava e ele sempre dizia coisas idiotas quando tentava explicar alguma coisa. Ele sempre tentava fugir dessas situações.

Só que naquele momento, ele não tinha exatamente para onde fugir.

"Eu queria pedir a sua ajuda, senhor." Louis pigarreou, tentando não desviar o olhar. "No email que eu recebi de Harvard, eles falaram sobre dormitórios, e eu não posso morar lá. Por mais que seja incrível, eu não posso."

A expressão de Irving se tornou confusa.

"Como assim não pode? É Harvard, Louis."

Jesus, eu sei que é Harvard, Louis mordeu a língua, suas orelhas queimando. Ele teria mesmo que dizer o quão responsável tinha sido e engravidado Harry? Por que o chão não podia simplesmente se abrir sobre os seus pés?

"Eu realmente não posso, senhor." Insistiu, soando meio estridente até mesmo nos próprios ouvidos. "M-meu namorado está gravido. Não posso deixá-lo aqui e ir para Harvard, não posso me afastar dele."

A última palavra se enrolou na sua língua e ele apertou os lábios, sentindo o rosto queimar com a expressão espantada de Irving. Ele quis se levantar e ir embora. Era embaraçoso.

"Você vai ser pai, Louis?" O diretor perguntou lentamente, quase como se não tivesse ouvido direito ou não acreditasse. Louis conhecia aquele sentimento. Ele assentiu debilmente, a garganta seca. "Bem, isso é um infortúnio. Não posso dizer que não fiquei surpreso. Um filho é responsabilidade para uma vida inteira, Louis. Você sabe disso, certo?"

shine || mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora