XXXII

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resumo: álbum de infância e conflitos.

...

"Você era a criança mais legal do mundo, Lou. Olha essa coroa de flores."

Louis tirou o rosto do travesseiro para encontrar o sorriso brilhante de Harry, as covinhas perfurando as bochechas enquanto segurava o álbum de fotos que sua mãe (quem precisava de inimigo?) casualmente tinha colocado em mãos perigosas, brilho divertido nos olhos verdes. Humpf, não. Louis bufou.

"Você e meus pais tem uma ideia distorcida de legal, Harry. É vergonhoso."

"Seria vergonhoso se eu postasse todas elas no instagram o que eu não vou fazer, mas você parecia um elfo! Esses olhos azuis." Harry simulou uma voz de bebê, aproximando o álbum do rosto de Louis para que ele visse, Jesus, um mini Louis com janelinhas e flores no cabelo, sorrindo enquanto segurava uma joaninha na ponta do dedo como se fosse a coisa mais legal do mundo. E naquele momento deveria ser. Naquele momento. Não agora. Não.

Ele revirou os olhos e escondeu o rosto de volta no travesseiro, sentindo o peito de Harry vibrar com o riso, seu braço firme ao redor do garoto. Os dois estavam, sim, preguiçosos demais para fazer qualquer coisa como desfazer a mochila de Harry, apenas se esgueirando para a cama quando seus pais acharam que eles estavam cheios o suficiente de comida e abraços, ambos se embolando com narizes rosados e disposição zero. Sinceramente, Louis só queria enterrar o rosto no pescoço de Harry e dormir até o próximo mês, muito obrigado. Harry, por outro lado, só que chorar em cima das suas fotos de infância.

"Olha essa." Sentiu Harry cutucar a sua bochecha, o dedo encontrando um caminho para o seu pescoço onde era proibido porque uma risada explodiu entre eles, Louis se encolhendo com sorriso frouxo pela cócega. Harry aproveitou o momento para enfiar a foto no seu rosto, um Louis mais crescido na imagem, uniforme do colégio amassado e pés descalços, olhos brilhantes para a câmera. Ele tinha a bochecha suja com terra e o cabelo molhado de chuva e Louis sentiu como se estivesse vendo outra pessoa — a liberdade nas orbes azuis não era algo que ele se pudesse se lembrar mais. Era normal? Olhar fotos e não se enxergar ali? Qual era o seu problema?

As sobrancelhas franziram.

"Ei." Harry pegou a mudança no estado de espírito, desfazendo a ruguinha de tensão com o polegar. Seu toque era tão gentil que Louis se viu desmanchando contra o garoto. "O que houve? Por que esse bico?"

"Não é nada." Louis suspirou, se sentindo meio patético. Meio confuso.

Harry, por outro lado, parecia ter uma conexão direta com as suas emoções. Ele fechou o álbum e colocou na cabeceira antes de envolver Louis em um aperto quente, enterrando o nariz nos fios caramelo, seus dedos segurando Louis como se não estivesse deixando ele ir para nenhum outro lugar do mundo. Como se estivesse dizendo que estava tudo bem. Louis aspirou o perfume na sua camisa.

"O que houve?" Harry perguntou novamente, sua voz macia.

Louis apertou os olhos fechados e esfregou o nariz no tecido macio, sentindo o carinho e atenção de Harry empurrar seus pensamentos para fora, as palavras brigando contra os seus lábios. Aquela era outra coisa sobre Harry — ele escutava Louis. Ele queria que Louis falasse sobre tudo e, puts, Louis realmente se via falando.

"Eu não me enxergo ali." Murmurou abafado, um suspiro escorrendo pelo queixo. "E isso é bobo porque de alguma forma me faz mal. Me faz triste, sabe? E eu não entendo o motivo disso. Parece que eu sempre quero sentir muito por alguma coisa."

shine || mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora