XXVIII

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resumo: briga e formatura; Louis não consegue ver os dias passando.

...

Se Louis fosse honesto, ele tinha um pouco de preconceito com coisas luxuosas. Não que não gostasse de conforto (ele não era burro) mas achava que alguns recursos poderiam simplesmente ser direcionados para melhorar o mundo e coisas assim. Era meio burro usar aquele papel caro em várias cartas de admissão, Louis torceu o lábio enquanto arranhava o brasão de Harvard com o indicador, sem a mínima vontade de ler o que tinha dentro.

E aquilo era meio ingrato também.

Enquanto algumas pessoas se desdobravam em trinta para conseguir uma vaga, Louis se sentia para baixo, as sobrancelhas franzidas e um sentimento opressor no peito, olhando para a carta como se fosse uma maldição com seu nome impresso. Uma maldição particular. Ele tinha sorrido, embora. Johannah pulava daquele jeito toda luz e brilho quando lhe entregou o envelope, e Louis não era insensível para não notar quão orgulhosa ela estava — ele tinha visto ela limpar uma lágrima com as costas das mãos, mas ele não se sentia muito daquela maneira. Louis provavelmente estava se saindo uma péssima companhia.

E babá.

Enfiou o envelope no bolso de trás da calça e se levantou quando Daisy esfregou a mão suja de terra no rosto de Phoebe.

"Ei, pestinhas." Agachou perto das duas no canteiro onde estavam plantando novas árvores frutíferas, a bagunça no local fazendo ele sorrir um pouco. "Que tal arrumar isso e depois tomar um banho? A gente pode comer o bolo de morango inteiro antes deles chegarem."

Uma das lourinhas arqueou uma sobrancelha esperançosa na sua direção.

"Você vai ajudar também?"

"Vocês não são garotas crescidas?" Louis piscou na direção de Daisy e se ajoelhou mesmo assim, esfregando as mãos umas nas outras. Basicamente só tinha terra para todo o lado e eles tinham que juntar antes de regar um pouco. Phoebe continuou olhando estranho na sua direção. Louis franziu os lábios. "Tira uma foto, Phoebs. O que houve?"

Ela cruzou os braços no peito e bufou alto.

"Você nunca mais brincou com a gente, Lou."

"Baixinha." Louis sorriu torto, bagunçando a franja dela para trás. "Eu não estou aqui?"

"Só porque mamãe e papai ainda não chegaram." Phoebe suspirou, seus olhos redondos piscando para o irmão. "Você está triste porque o Haz não aparece mais? Eu sinto falta dele."

"Eu também sinto." Daisy completou, muito focada no seu trabalho para ver a expressão de Louis ir para incrédula e em seguida pesarosa.

Ele só, merda, estava muito focado no quanto sentia falta de Harry para notar que a sua família também estava sendo afetada — o garoto cacheado era parte da família e a coisa mais comum era vê-lo nos almoços e nas brincadeiras com suas irmãs e escutando com interesse genuíno todas as aventuras que Mark e Johannah contavam de quando eram jovens.

Eles estavam em um ponto onde Harry sempre estava lá.

E agora não estava mais. Não iria estar mais.

Louis engoliu em seco, seus dedos tremendo um pouco quando desviou o olhar de Phoebe, ainda acariciando o topo da sua cabeça com carinho. Seus pais tinham decidido que elas ainda eram novas demais para entender o que tinha acontecido, então só mantiveram o que elas viram no jogo. Harry tinha se machucado um pouco e estava se recuperando. Louis só não sabia até quando eles poderiam manter aquilo.

shine || mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora