Princess Finds Princess

Alone Together

"[...] Minha flor está lá, em algum lugar..." (O Pequeno Príncipe)

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24 de dezembro de 1996 - Londres - Inglaterra, UK.

O som de um choro foi escutado pelas paredes finas do palácio real, simbolizando o nascimento da pequena herdeira.

Mike andava impaciente pelo corredor, seus passos firmes e rígidos ecoando pelo ambiente, enquanto o Rei, pai da sua amada, apenas encarava a cena de forma divertida. Rei Nicolau, quase cinquenta e um anos de idade, mas com a alma de um eterno adolescente. O senhor já havia sentido aquela sensação, quando sua mulher estava grávida de Clara. E, falando na Rainha, essa estava em uma reunião, em alguma das salas do palácio.

Alguns minutos se passaram quando, finalmente, uma das empregadas saiu do enorme quarto, um sorriso cansado no rosto, alguns fios dos longos cabelos pretos grudado no rosto, seus olhos transmitindo paz.

- A Sra. Clara pediu para que eu o chamasse, sr. Jauregui. - Margarete sorriu docemente. Mike engoliu em seco e caminhou lentamente até a porta do quarto, trocou um olhar significativo com o Rei e, fechando os olhos, adentrou no ambiente quente e confortável.

Clara estava deitada em sua cama king size, os lençóis brancos impecáveis não denunciavam que ela havia acabado de dar a luz a pequena herdeira da família Jauregui. Uma expressão exausta estava no rosto de Clara, mas, junto dela, Mike reconheceu um misto de medo e tristeza. E isso o assusto um pouco. O homem caminhou até a cama e sentiu uma emoção desconhecida consumir seu corpo. Seu pequeno bebê estava deitado no colo da mulher. Enrolado em um lençol branco e já devidamente limpo e vestido. Sentiu seus olhos queimarem e se sentou na beirada da cama, deixando um beijo singelo na testa de Clara.

-Deus, ela é tão pequena! - Mike acariciou a bochecha rosada da filha. Sentia medo de toca-la e quebrar aquele ser humano tão frágil.

- Ela se parece com você. - A mulher sorriu, seus olhos cheios de lágrimas.

- Parece, não é? - Mike riu bobamente - Mas ela tem os seus cabelos, Clara. E suas feições.

Clara sorriu, uma lágrima escorrendo por seu rosto.

- Nossa pequena Lauren Michelle Jauregui.

- Ela tem o nome de uma princesa mesmo, não é? - Mike não conseguia desgrudar os olhos do rosto da filha. Era a recém-nascida mais linda que já existiu nesse mundo, ele tinha certeza disso.

Um minuto de silêncio se instalou no quarto, Mike somente apreciava sua filha, mal sabia ele a luta interna que Clara trabalhava dentro de si. A dúvida sobre o que fazer vinha lhe atormentado desde que havia completado seis meses de gravidez. Foi quando ela não pôde mais esconder sobre sua gravidez, avisando a imprensa que vinha lhe seguindo a meses. É claro que todo o povo comemorou. Alguns a julgaram por ser nova, a mulher havia completado seus vinte e cinco anos ao engravidar. Mas as críticas não faziam diferença para ela, a felicidade que sentia por estar carregando o fruto do seu amor com Mike era suficiente para tampar todos os comentários negativos que lhe eram direcionados.

O que ela não imaginava, é que a situação pioraria ao declarar sua gravidez. Tinha a plena consciência de que seu país possuía inimigos, especialmente seus pais, mas não imaginava que alguns teriam a frieza de ameaçar a sua filha - ela nem ao menos havia nascido!

Durante as semanas que se passaram, sua mente era dominada pela opinião de sua mãe, Angelica e de seu cunhado, Alejandro. Ela escondia a verdade de seu futuro marido, não queria assusta-lo. Além disso, sua mãe não queria que Mike soubesse a verdade. Clara também tinha medo de que se ele soubesse, acabasse por ser ameaçado também.