A primeira vez

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'' O essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração "

(O pequeno príncipe)

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Quando eu era pequena, meu pai costumava me dizer que eu poderia ser o que eu quisesse. Eu poderia ser uma pilota e viajar pelo mundo. Ou então uma astronauta e conhecer as estrelas.

Algumas vezes eu gostava de me imaginar voando pelo céu, pois lá nenhum mal poderia me atingir. Eu gostava de pensar nisso. Gostava de pensar que se eu voasse bem alto e longe, nunca sentiria dor ou tristeza. Por isso, uma das maiores decepções que eu tive quando cresci, foi que tudo isso não passava de pensamentos. Eram somente coisas de crianças. E coisas de crianças são bobas, após um tempo.

Mas eu gostava de quando era somente uma criança. Gostava de quando minhas preocupações e medos eram puros e bobos. Eu gostava de ser livre e poder fazer as coisas que bem queria, sem precisar me preocupar com o que falariam. E, nesse momento, eu gostaria de que fosse assim também para a vida adulta. Ou quase adulta.

Encarava a televisão sem nenhuma expressão, fotos de péssima qualidade minha e de Camila eram a notícia do dia. Sinto saudades de quando as pessoas davam atenção para coisas realmente importante, como o aumento da taxa de mortalidade infantil ou a fome na África. Coisas importantes. Notícias importantes. E não o possível caso entre duas princesas.

- Eu estou muito fodida. - Choraminguei, escondendo meu rosto em minhas mãos.

A mulher da televisão continuava falando sobre as fotos. Analisando-as e debatendo com mais dois homens sobre as imagens. Especulando se aquilo era somente uma amizade ou algo além disso.

É claro que era algo além da amizade, sua idiota. Por acaso amigas ficam dessa forma?!

Suspirei, desligando a televisão e pegando meu celular. Eu não sei quando eu comecei a receber tanta notificação, mas estava me deixando louca. Eu preciso desativar isso ou meu celular vai explodir.

Desbloqueia a tela no mesmo momento em que ele começou a tocar. Era Jane.

- Alô?

- Lauren Jauregui! O que está pegando? - Sua voz soou estridente e eu franzi as sobrancelhas, fazendo uma careta.

- Do que você está falando?

- Da notícia que está em todos os jornais e revistas! Lolo, que porra é essa, guria? Desde quando você ta pegando a Sra. Odeio-A-Jane?

- Ah, Jane... Merda. Eu.. - Suspirei, sem saber o que realmente falar.

- Uh, certo. Eu com toda a certeza não esperava ouvir isso. - Ela ficou em silêncio por alguns minutos - Já sei. Por que não vem aqui no Sujeirinha? A gente vai abrir só daqui meia-hora.

- Você tem certeza? - Perguntei, já me levantando.

- Claro, Duh. Vou ligar para a Ally e chamar ela pra vir também. Estarei te esperando, gata! - E com isso Jane finalizou a ligação, me deixando um pouco aliviada. Eu realmente precisava conversar com alguém.

Sai de casa, agradecendo mentalmente o fato de que não havia nenhum paparazzi por ali. Pelo menos nenhum visível.

Eu pretendia ir andando até o Sujeirinha, já que era aqui do lado, mas foi só eu colocar o pé pra fora de casa que Green abriu a porta do carro que, aparentemente, era meu. Ele saiu de lá junto do segurança novo que tinha cara de mal amado e em questão de segundos os dois armários estavam parados na minha frente.

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