Então era isso. Eu seria testada. Seria testada por elas.
Mal dormi durante a noite passada imaginando como poderiam ser essas "provas", afinal, um errinho e a minha reputação, que eu nem tinha conseguido construir ainda, já estaria totalmente arruinada. Por que totalmente arruinada? ora, porque mexer com essas garotas era como mexer com fogo, e não seria esforço nenhum para elas me deixar queimada.
Levantei sem sono algum, indo até o banheiro. Depois de me arrumar e fazer uma trança simples no cabelo, eu desci as escadas para comer alguma coisa.
-Bom dia, Lo. - disse minha avó- dormiu bem?
- Claro!- por que eu estava mentindo?
- Ótimo. E na escola? Já fez algum amigo?
-Na verdade, eu fiz sim. Umas meninas me chamaram para almoçar com elas ontem.
-Tome cuidado. Eu estava conversando com a Sra. Wilson ontem a tarde e ela me disse que existem pessoas não muito confiáveis naquele colégio. Pessoas que não são boa influencia.
-Como assim?- perguntei, me aproximando dela sentada na mesa com uma torrada na mão, como se estivesse me contando um segredo.
- Apenas tome cuidado.- falou, apertando o meu nariz e me fazendo voltar para a minha posição inicial, sentada na cadeira.- Você não está atrasada?
Ela disse aquilo olhando para o relógio de parede da cozinha, que marcava exatamente 7:55 da manhã.
Ótimo, Lorie! Vai ter que ir correndo de novo.
As vezes , meu subconsciente me irritava. Me irritava por estar sempre certo.
Gritei um tchau para minha avó e atravessei a porta da sala e o jardim da frente correndo em direção à rua.
(BUZINA DE CARRO)
-Ei, menina! Você parece bem atrasada. Quer uma carona?
o que? pensei que estivesse escutando vozes, mas era o vizinho da frente, aquele que devia estar na casa dos quarenta, gritando de dentro do carro azul parado na rua.
Nem pense nisso...
- Na verdade, uma carona me salvaria agora. - respondi, entrando no carro.
Eu sei que não deveria entrar no carro de estranhos, mas acontece que ele não era um estranho. Eu sabia onde ele morava, sabia que plantava rosas no jardim e agora sabia a placa do seu carro. Estava tudo bem. Era só uma carona.
- Que coincidência eu te encontrar. Geralmente, eu saio um pouco mais tarde de casa. Seu nome é...?
- Lorie. Está indo trabalhar?
- Sim.- estava claro que ele queria puxar assunto para que o clima não continuasse tenso até o fim do caminho.- Está em que ano?
- No 9º.
- Tem 14 anos, então?
- 13. Vou fazer aniversário no meio das aulas, no ano que vem.
- A caçula da turma? -perguntou descontraído.
- É por aí...(risos)- o carro parou e eu olhei pela janela, percebendo que já havíamos chegado na escola.
- Você tem um sorriso bonito.- disse ele, apoiado no volante com o braço esquerdo. De repente, ele não parecia estar na casa dos quarenta. Agora, eu lhe daria 35.
- Obrigada.- Devo ter corado violentamente, porque ele deu um sorrisinho.- E obrigada pela carona, Sr...?
-Parker, mas me chame de David.
- Okay. - abri a porta de saí do carro. -Tchau, David.
- Tchau, Lorie.- disse ele, indo embora.
Tentei me recuperar das bochechas coradas e me virei para a escola.
Aulas, provas, "amigas". Parece que vamos ter um dia cheio hoje, Lorie.
Nota sobre meu subconsciente: Ele realmente me irritava quando estava certo.

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A Ninfeta
Fiksi PenggemarLorie é uma menina de treze anos, embora tenha sentimentos e pensamentos bem maduros. Sua vida poderia estar perdida nas mãos de homens que apenas desejam seu corpo infantil, mas ela encontra alguém que consegue amá-la pelo seu interior. Um inter...