Capítulo 26

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Assim que o sol nasce um carro para em frente ao condomínio e Aurora sai puxando sua mala.
Felipe surpreso diz:

- Ual! Vocês mulheres sempre levando um monte de coisas, parece que vão passar um mês lá-  coloca a mala no porta malas.

Após entrarem no carro Aurora responde:
- É que somos prevenidas! Ah, bom dia pessoal!

- Bom dia! - respondem, Fernanda, Lucas, Matheus e Luan.

- Gosto dela maninho - diz Nanda dando um tapinha nas costas de Aurora.

Felipe sorri.

- É, vocês estão prevenidas para um mês caso fiquemos presos em algum lugar pelo caminho.

- Ai maninho não fale isso, ainda mais que estamos com crianças.

- Foi só um comentário Nanda.

Lucas começa a falar:
- Tia Aurora você é namorada do tio Felipe?

Fernanda gargalha e depois
repreende o filho.

- Que isso Lucas? - finge estar séria.

- Ah mamãe é que ela sempre está com o tio, e tá indo pra fazenda conosco também.

- Desculpa Aurora é que meu filhote é um tanto espertinho para idade dele.

Aurora rir.

- Tudo bem, e só para saber ele não é o único não. Estava estagiando essa semana e pense numa galerinha que sabe de coisa! - Aurora diz admirada.

Felipe entra na conversa.

- Ah Nanda esqueci de dizer que ela faz pedagogia.

Fernanda se anima e joga uma indireta:

- Ah é mesmo, ela havia me falado. Que legal não é mesmo, professora? Professores costumam se dar bem...

Felipe olha para Nanda pelo retrovisor com seriedade, no entanto não diz nada e logo Aurora se distrai conversando com as crianças.

- Então, quem é mesmo o Matheus e quem é o Luan? - Pergunta olhando para trás.

- Tia eu sou o Luan, tenho um sinalzinho perto do nariz, já o Matheus não.

- Ah, pode deixar vou prestar mais atenção da próxima vez - diz piscando para os meninos.

De repente o carro começa a fazer um barulho estranho.

- O que é isso? - pergunta Nanda.

Felipe:
- Não sei. Vou encostar e descer para ver o que é.

Felipe desce, suspende o capô e volta com um sorriso sem graça.

- Desculpa pessoal, mas o carro pifou.

Nanda:
- Ah! Viu você foi abrir a boca! - diz irritada.

- Eu falei brincando, não ia imaginar que isso pudesse acontecer - justifica Felipe.

As crianças começam a ficar agitadas e Aurora tenta os acalmar.

- Calma meninos não foi nada de mais, só um probleminha e o tio Felipe logo dará um jeito, não é? - diz olhando para Felipe.

Felipe coça a cabeça e responde:
- Vou tentar... melhor descerem e vamos procurar ajuda.

Após alguns minutos um senhor que para tentando lhes ajudar liga para uma borracharia e um homem chega com um guincho.

Fernanda agoniada pergunta:
- Vai demorar muito?

O homem responde:
- Provavelmente ficará pronto só ao final do dia.

Nanda leva as mãos ao rosto e Felipe tenta acalma-la.

- Maninha vai ficar tudo bem. Vamos procurar um hotel ou pousada para passarmos a noite e ligar para a mamãe avisando o que aconteceu.

Nanda assenti e chama os meninos para perto de si.

Aurora:
- Então vamos ter que passar a noite aqui?

Filipe:
- Sim, sinto muito eu prometi que seria bom.

Aurora:
- Não se preocupe!

Logo conseguem uma carona e chegam a uma pousada. Felipe encaminha-se a recepção.

- Boa tarde! Precisamos de quartos.

- Vocês estão de quantos?

- Somos seis.

- Temos dois quartos com uma cama de casal e outra de solteiro disponíveis.

- Ficaremos com os quartos.

Felipe volta para falar com Aurora e Nanda.

- Temos dois quartos. Nanda, você, Aurora e Lucas fica em um e os gêmeos e eu no outro. Vamos guardar nossas coisas e depois comer algo.

Após algumas horas e estarel exaustos Nanda acaba dormindo com os meninos em um quarto enquanto conversavam.

Aurora:
- E agora?

Felipe:
- Vamos deixá- los descansar e sair um pouco.

Aurora concorda e sai do quarto com Felipe.

- Ainda está um pouco cedo, se não estiver cansada podemos caminhar um pouco - Felipe sugere.

- Por mim tudo bem.

Enquanto caminham e está anoitecendo Felipe inicia:

- Acho que lhe devo explicações, você me perguntou o que minha mãe queria dizer e ela deve ter falado que tive uma noiva.

Aurora o olha esperando que continue.

- A Karoll e eu nos conhecemos em um curso e há seis anos  ficamos noivos. Minha mãe na verdade já tinha umas desconfianças, mas eu nem imaginava que ela tinha outro namorado, que na verdade era casado. E para piorar era um de nossos colegas de curso.

Aurora o olha perplexa sem dizer nada.

- Demorei tanto para me envolver com alguém e ainda escolhi a pessoa errada. Aah! - suspira.

- E como você descubriu?

- Fui visitá- la no trabalho para a fazer uma surpresa e a encontrei aos beijos com o dito cujo. Simplesmente os observei um pouco de longe até que a Karoll me viu, mas também não conseguiu dizer nada. Desfiz o noivado como se ele nem sequer tivesse acontecido, todavia, nunca mais olhei para uma mulher com outros olhos, nem quis saber de me apaixonar novamente. É difícil de explicar.

Aurora continua o olhando e balança a cabeça.

- Aurora?

- Sim?!

Ele se aproxima e segura suas mãos a olhando fixamente. Aurora respira profundamente e ele se inclina, pois é bem mais alto que ela chegando bem próximo ao seu rosto.

- Você acredita que às coisas acontecem por algum motivo que às vezes não entendemos?

Ela fecha os olhos.

- Acredita que duas pessoas diferentes possam se amar?

Ela aproxima mais seu rosto do dele e sem dizer uma única palavra se beijam.
Ela a abraça e beijam- se calmamente, até que pararam para respirar.

Aurora está gelada de tão nervosa e vermelha de vergonha após o beijo.

Sob a luz da lua e das estrelas não dizem mais nada , apenas andam de mãos dadas até a pousada e sobem ao quarto onde Nanda e o meninos estão.

Chegando eles já estão acordados.

- Tio onde estavam? - pergunta Lucas.

- Fomos caminhar um pouco enquanto dormiam. Então Matheus e Luan vamos para nosso quarto, podemos ver um filme antes de dormirmos.

- Mano o borracheiro ligou e disse que deixa o carro bem cedo aqui - Nanda informa.

- Ótimo, ainda temos o domingo para aproveitar!

Antes de sair do quarto Felipe olha para Aurora e ela sorri. Fernanda nota o brilho nos olhos dos dois e sorri imaginando o que deve ter acontecido e feliz pelo irmão.

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