Capítulo 6 (Bônus Amanda)

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- A sua avó precisa de ajuda!
- Sim, mãe eu sei! (Diz Amanda a mãe).
- Então por que não faz nada?
- Não faço nada? Mãe eu faço tudo o que posso para cuidar da vovó e não reclamo, por isso. O problema é que tenho uma vida e estudo.
- Estuda? Ah, claro você some por dias com essa desculpa de fazer trabalhos e eu tenho que ficar aqui com ela, e nem sei porquê ainda faço isso por essa velha, é a mãe do seu pai. (Diz sua mãe com desprezo).
Amanda já com os olhos marejados, observa a avó já fraca e com pouca memória. Desde que seu único filho desapareceu e em seguida a morte do marido, tão sofrida entrou em desespero e perdeu o juízo.
Amanda:
- Não devia falar assim dela, não é culpada do papai ter sumido.
- É mãe dele e pra mim tanto faz. Depois tenho um marido bem melhor que o seu suposto pai.
- Claro aquele sem vergonha que não faz nada da vida?
- Não fale assim do seu padrasto, diferente do seu pai ele está presente, ele não foi embora. E vou para casa, fique com ela este fim de semana e depois decidiremos o que fazer com ela.
A mãe de Amanda pega a bolsa e sai batendo a porta atrás de si. E ela então se põe a chorar a, lembrando-se que a presença deste padrasto sempre foi a pior coisa que lhe aconteceu na vida. Ele nunca gostou dela, sabe bem, e a sua mãe também sabe, mas passiva e tão dependente de alguém se agarrou ao novo "marido" como a coisa mais importante da vida. E sua pobre avó Luísa, já desprovida do juízo necessário para cuidar de si teve seus bens e aposentadoria colocada sob responsabilidade legal da mãe de sua única neta. Neta esta que é a unica que se importa com ela.
Depois de mais tranquila, toma um pouco de água e se encaminha até a avó.
- Vovó tome este remédio! Mas a avó parece não a ouvir olhando pela janela.
Amanda encosta-se para observar o que acontece e vê um senhor idoso brincando com duas crianças que aparentam serem seus netos.
- Bonito de se ver né vovó?
A avó a olha por uns instantes, sorri e paga na sua mão. Amanda a olha com ternura, a abraça e diz:
- Eu sei, algumas pessoas nunca entenderão o que aconteceu...
Entrega o remédio a ela e quando sai do quarto diz baixinho:
- Nem eu...
No dia seguinte, já domingo, Amanda resolve ligar para Aurora.
- Oi Amanda!  Como está?
- Oi Aurora! Estou com minha avó, você não quer vir para cá? Você está aí sozinha mesmo.
- É verdade, como ainda é cedo vou me arrumar e correr pro ponto de ônibus, porque domingo ônibus é uma raridade. Tchau!
- Tchau, até logo!
Agora um pouco feliz, Amanda vai ao quarto da avó.
- Dona Luísa teremos visita, a senhora irá conhecer uma das minhas melhores  amigas, por isso vai tomar um belo banho e ficar bem linda. Vou deixar o vestido em cima da cama.
Umas três horas depois batem na porta "toc, toc, toc". Amanda corre e abre a porta.
- Até que enfim. (Diz abraçando a amiga).
- Até que enfim mesmo, quase que não chegava, diz rindo.
- Está é minha avó, que já lhe contei. (Diz apresentando a avó).
- Ah, claro! Dona Luísa é um prazer a conhecer. (Diz abraçando a senhora que retribui o abraço e sorri).
- Vovó essa é a Aurora, ela é de outra cidade, do inteiror e mora aqui sozinha. Que nem a senhora quando saiu do sítio que morava quando fugiu com o meu avô. A senhora devia contar essa história para a Aurora, ela está apaixonada.
Aurora a olha com um olhar fuzilante e diz:
- Não estou não, mas ficarei feliz se me contar sua história.
Dona Luísa sorri e começa a contar a história, uma de suas preferidas, uma das que ainda recorda e uma das raras vezes que fala. Depois de contar como seus pais se oporam ao namoro, com o falecido marido Raul e como fugiram do sítio para a cidade para ficarem juntos, não pronunciou mais nenhuma palavra. Como se a única coisa que ainda a mantivesse viva fossem as felizes lembranças do passado.
Aurora:
- Bonita história Dona Luísa. Obrigada por a ter compartilhado!
Assim o dia passa rapidamente e Aurora retorna para casa.
Amanda ainda na casa da avó liga para sua mãe, porém tem a infelicidade do.padrasto atender
- Ah então está viva! (Diz o padrasto irônicamente).
- É para sua tristeza sim. Cadê minha mãe?
- O que quer com ela?
- O simples fato de ser minha mãe não lhe diz nada?
- Continua mal criada, parece que as surras que te dei quando criança não resolveram nada.
- Não enche!
Ela desliga o telefone enfurecida, e assim vai para o quarto tentar dormir e tentar esquecer tudo que a acontece.

Bônus só para sabermos um pouco mais sobre a Amanda e entender porque ela sempre pega ônibus para casa da avó.

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