Only Teardrops

Only Teardrops/ 9

Nessa mesma noite, Elsa dirigiu-se a uma sala com luzes douradas, um palco e alguns instrumentos, entre eles um grande piano. Aquela sala fazia-a lembrar-se da que existira no outro barco, só que era bem maior e se parcia mais com um pequeno teatro no alto mar.
Elsa sentou-se ao piano e começou a tocar a sua canção, para se esquecer da confusão em que os seus sentimentos estavam e do medo que sentia por voltar a navegar. Ao acabar de tocar Elsa vira que Hans estava atrás dela e ficou bem nervosa.
-À quanto tempo estás aí?- perguntou ela.
-À tempo suficiente para saber que o teu talento não deixa de crescer.- disse ele.
-Obrigada, mas como sempre estás a exagerar.- disse Elsa revirando os olhos.
-E como sempre estás a negar que és fantástica. Acredita em ti.- pediu-lhe Hans.
-Eu vou tentar acreditar mais em mim, mas não é fácil.- confessou Elsa.
-Eu sei.- compreendeu ele- Então, gostas de dançar?
-Infelizmente tenho dois pés esquerdos, e o pior é que tenho imensos bailes para ir e nunca vou poder dançar.- admitiu ela cabisbaixa.
-E que tal se eu te ajudasse?- sugeriu Hans.
-Isso era maravilhoso da tua parte, mas acredita, nisto, eu sou um caso perdido.- riu Elsa nervosamente.
-Apenas acredita em ti.- disse ele pegando-lhe nas mãos.
Os dois começaram a dançar no grande palco que havia naquela sala, e mesmo que Elsa tivesse dito que não sabia dançar, ela movia-se perfeitamente naquele palco. Mesmo tentando evitar, Elsa não conseguia parar de temer de cada vez que Hans se chegava mais perto.
-Para quem tem dois pés esquerdos, sabes dançar graciosamente.- elogiou-a Hans.
-Vá lá, também não sou assim tão boa.- disse Elsa.
-Também não és assim tão má.- retorquiu Hans.
-Tu sabes que eu não gosto nada quando me contrarias.- confessou Elsa na brincadeira.
-Eu sei, e é por isso que o adoro fazer.- riu ele.
Os dois sentaram-se no convés a observar o luar, e Elsa já estava quase a ter certeza à cerca dos seus sentimentos.
-Então, o que é que vai acontecer quando chegarmos a Arendelle?- perguntou-lhe Hans.
-Bem, como tens o meu perdão, vais ficar a viver connosco no castelo permanentemente.- informou-o Elsa.
-E achas que me vão receber bem e que vão aceitar que me tenhas perdoado?- perguntou ele com receio.
-Mais cedo ou mais tarde irão perceber.- disse Elsa olhando para o horizonte e pensando em como estaria o seu reino.
-Tens a certeza?- perguntou Hans um pouco desconfiado.
-Sim.- respondeu Elsa sorrindo- Eu perdoei-te, mas então e tu? Perdoas-te aquilo que fizeste?
-Eu nunca me irei perdoar pelo que fiz a ti e à tua irmã.- confessou Hans cabisbaixo.
-Mas devias, apesar de tudo de mal que fizeste, também fizeste coisas muito boas.- disse-lhe Elsa.
-Como o quê?- perguntou ele.
-Bem, cuidaste de Arendelle quando eu fugi para as montanhas, salvaste-me quando os guardas do duque estavam prestes a matar-me, e agora salvaste-me durante a tempestade, o que quase te fez perder a vida.- afirmou Elsa com lágrimas nos olhos.
-Mas apenas um desses cenários foi por boas intenções.- diss Hans.
-Mas sem ti, eu provavelmente não estaria novamente com a minha irmã. Sem ti, acho que Arendelle ainda estaria congelado, que eu ainda estaria nas montanhas continuaria a temer os meus poderes e nunca os teria aprendido a controlar. - confessou Elsa.
-Achas mesmo?- perguntou ele.
-Claro.- respondeu Elsa a sorrir.
-Sabes qual é que foi a melhor parte da minha vida?- perguntou Hans.
-Qual?- questionou Elsa curiosa.
-Ter-te conhecido.- disse Hans abraçando-a fortemente.
-Igualmente.- admitiu ela corando um pouco.-É tarde por isso, até amanhã.- despediu-se Elsa.
-Boa noite.- despediu-se ele beijando-lhe a bochecha.
Elsa entrou no seu quarto e depois de vestir o seu pijama, aconchegou-se por entre os lençois, com um sorriso nos lábios.
"-Agora sim sei o que se sente quando estamos apaixonados."- pensou ela adormecendo a pensar nos momentos que passara com Hans naquela noite.