Only Teardrops

Only Teardrops/ 1

Passara apenas cinco horas desde que Elsa descongelara Arendelle e que o verão voltara ao reino. Tudo voltara a sorrir para ela e os tormentos que sentia tinham desaparecido, apesar de ainda haver uma coisa a incomodá-la. Os barcos ainda estavam atracados no cais para daqui a uns minutos voltarem aos seus reinos e a suas casas. Elsa dirigiu-se até ao navio em que Hans estava. Depois de tudo o que sucedera, Elsa queria saber quais as razões de seus actos e sabia que não iria ser fácil falar com ele, mas tinha que tentar.

-Hans, precisamos de ter uma conversa.- afirmou Elsa, chegando perto da cela dele.
-Acho que não temos mais nada que falar.- respondeu ele, sem se atrever a olhar para ela.
-Por favor, perciso de saber o porquê de teres feito tudo isto.- pediu Elsa.
-De que é que me vale contar-te?- perguntou Hans- Nunca irias compreender...
-Só vais saber isso se me contares.- disse Elsa.
-Esta era a minha única chance de ser livre, e de sair da prisão em que vivia. Era a minha única oportunidade de provar à minha família que não sou um inútil.- confessou ele, olhando finalmente para ela. Elsa conseguia ver o arrependimento e a mágoa nos seus olhos, e percisava de saber mais sobre o seu passado.
-Conta-me tudo.- pediu Elsa, abrindo-lhe a porta da cela.

-Então os teus irmão batiam-te e o teu pai aprovava?- perguntou Elsa sem saber o que dizer sobre tudo o que Hans sofrera.
Hans apenas acenara com a cabeça, era óbvio que ao recordar aquelas situações de bulling o atormentava imenso.
-O que é que me vai acontecer agora?- perguntou ele, aterrorizado com a ideia de voltar para as Ilhas do Sul.
-Depois de tudo o que me contaste, não os vou deixar levar-te para esse sítio.- afirmou Elsa, limpando as lágrimas que lhe apareceram nos olhos depois daquela história toda- Eu consigo ver no teu olhar que estás arrependido pelos teus actos e percebo o que sentes acerca do teu passado.
-Como é que percebes?- questionou-a ele-Tens uma irmã que dá tudo por ti e um reino que te ama como és.
-Eu também não tive um passado fácil.- disse Elsa cabisbaixa.
-Deixa-me ouvir sobre isso.- pediu Hans.
-Bem, eu magoei a Anna com os meus poderes quando eramos pequenas e tiveram de lhe apagar as memórias da minha magia, e para a proteger tive de ficar sem interagir com ela durante 13 anos. Desde desse dia que nunca mais saí do castelo e vivi um medo imenso de magoar mais alguém com os meus poderes. Eu via-me como um monstro e quando os meus pais morreram senti que já nem havia razões para viver... apenas a Anna.- contou-lhe Elsa, com lágrimas nos olhos, a conter-se para não chorar- Bem, os barcos estão quase a partir por isso, se calhar podes ficar a trabalhar no castelo, como guarda ou outra tarefa qualquer.- disse-lhe ela recompondo-se.
-Obrigada, Rainha Elsa.- agradeceu ele- Mas isto significa que tenho o seu perdão?
-Eu tenho de pensar, dá-me um tempo, sim?- pediu Elsa.
-Claro que sim.- respondeu Hans.
-Espera aí... não te parece que o barco se está a mover?- perguntou ela.
-O barcos está na água, é natural que se mova.- disse ele.
-Não é isso, idiota!- exclamou Elsa começando a ficar tensa e preocupada, o que a fazia irritar-se facilmente. Elsa e Hans correram para a parte de cila do navio e viram que o cais de Arendelle já estava bastante fora de alcance.
-Como é que o barco se soltou?!- perguntou Elsa assustada. Desde que seus pais morreram numa tempestade que ela tinha bastante medo de andar de barco.
-Eu não sei, mas calma. Eu sei navegar um navio.- disse Hans acalmando-a.
-Ainda bem.- suspirou Elsa aliviada.
-Só que há um pequeno problema...- afirmou ele com receio.
-Quão pequeno?- perguntou ela.
-Eu não sei muito bem navegar navios como estes, só aprendi a navegar os mais pequenos e básicos, e como a corrente está muito forte não o consigo levar para o cais.- admitiu Hans.
-E agora?!?! Como é que voltamos a Arendelle?!- perguntou Elsa desesperada.
-Por esta corrente, devemos chegar ao reino de Corona e de lá pedimos um barco que nos leve a Arendelle.- disse Hans.
-E quanto tempo é que levamos a chegar lá?- perguntou ela.