Capitulo 24

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"Todos nós praticamos o autoengano até certo ponto: homem nenhum consegue suportar a sinceridade total sem se ferir a cada momento. Não há espaço suficiente para a sanidade na cabeça de um homem ao lado de cada sofrimento, cada preocupação, cada medo que ele possua."

- A guerra da rainha vermelha.

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Zoe levou cerca de dez minutos para chegar à praça que marcara de se encontrar com Marieson e, definitivamente, não gostou nada do que viu.

Tinha umas doze fadas ali, no mínimo. Ela pensara que seriam três ou quatro, e ainda assim seria muito. E Marieson, é claro, tinha seu usual sorriso presunçoso no rosto, o que geralmente indicava que as coisas não acabariam bem.

Toda a coragem que a Herondale reunira há algumas horas desapareceu e ela teve que lutar contra a vontade de sair correndo dali o mais rápido possível.

Mas a decisão fora sua, portanto, deveria arcar com as consequências.

— Zoe, vejo que não age mais como uma covarde e segue sua palavra. Estou realmente impressionada. Você amadureceu mesmo, não? - Marieson falou, os olhos brilhando com malícia.

— Sim, suponho que sim. De mais maneiras que imagina. - retrucou a loira e examinou as outras fadas com o olhar. Todas com olhares assassinos e expressão carrancuda. Que novidade. - Mas temos assuntos a discutir. Pode ir direto ao ponto?

— Certamente. - disse a fada e se sentou casualmente num dos bancos atrás de si. - Sabe, Zoe, nosso senhor nos permitiu lhe dar a chance de escolher, antes de chegarmos à modos menos convencionais.

— Escolher o que? - questionou, confusa. Não fazia ideia de onde ela queria chegar.

— Ora, se vem de bom grado conosco até a Corte Seelie ou não, bobinha.

Zoe deu um passo para trás quase inconscientemente.

— Ir com vocês até a Corte Seelie? - seu tom de voz se elevou conforme o desespero a consumia inteiramente. - Mas, você disse...disse que não me levariam! Que era só conversa!

Marieson desatou a rir, a cabeça levemente inclinada para trás. Sua gargalhada era fria, porém insana; do tipo que as vilãs davam nos filmes de terror. As fadas ao seu redor sorriram brevemente, também parecendo achar graça da situação.

Quando enfim parou de rir, a velha conhecida da garota disse:

— Minha querida, tecnicamente eu a chamei até aqui para conversar, apenas. E nós não a levaremos, você que irá conosco de boa vontade.

Ah, não. Ela só podia estar brincando.

— Mas é claro que não irei. Que ideia insana. - ela já se virava e começava a dar meia-volta quando Marieson falou algo que a fez ficar paralisada.

— Nem para salvar seus amigos, Zoe?

— O que quer dizer com isso? - sua voz tremeu ao pronunciar estas palavras. Marieson acertara em cheio.

— Quero dizer que, se não vier conosco, invadiremos seu instituto e acabaremos com seus amigos. Melanie, Julian, Piper, Edmund...São esses os nomes deles, não é? - um sorriso brincava em seus lábios, e Zoe sentiu seu coração parar por meio segundo.

— Vocês nunca conseguiriam. Os institutos são fortemente protegidos, Marieson.

— Temos novos meios agora. E a ajuda de alguém muito importante. - ela fez um gesto vago, como se a informação fosse desnecessária.

A Dama do Sol - IOnde histórias criam vida. Descubra agora