Capitulo 21 (bônus)

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"Foto, foto, sorria para a foto

Pose com seu irmão, não quer ser uma boa irmã?

Todas pensam que nós somos perfeitos

Por favor, não deixe que olhem através das cortinas"

- Dollhouse: Melanie Martinez


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Melanie Rosales.

Instituto de Buenos Aires,
8 anos atrás.

Melanie estava ficando cansada de se sentir inútil.

Embora lhe dissessem o contrário, ela sabia que nunca seria tão boa quanto o irmão. Joe era incrível em tudo o que fazia e ela não era boa o bastante.

Nem seu pai conseguia disfarçar. Ela via os olhares decepcionados que ele lhe lançava todas as vezes em que esta treinava. Seus suspiros baixos eram perceptíveis sempre que Melanie errava os alvos das flechas.

Era boa. Mas não o suficiente.

Joe era a estrela da família, ela era apenas a segunda opção. Já estava começando a se acostumar.

— Mel, - chamou Edgar, parado na porta do quarto. - Seu pai está te chamando.

Melanie gostava de Edgar. Ele era seu tio, e sempre fora ótimo com ela. A achava boa, apesar de tudo, e não era tão rigoroso quanto os pais da garota.

Ele sempre parecia alegre e, só de ver seu sorriso, Melanie sentia vontade de sorrir também.

Mas Edgar não estava sorrindo no momento. Ao contrário, ele possuía uma expressão triste e seus olhos estavam vermelhos, como se houvesse chorado muito. Ela estranhou aquilo; ele era feliz, não tinha motivos para chorar.

— Claro, tio. - a Rosales levantou-se de sua cama, se dirigindo até a porta. - O que aconteceu?

Em resposta, o homem apenas balançou a cabeça e Melanie pôde ouvi-lo respirar fundo. Edgar estava estranho, provavelmente significava que fora algo que dera mal nos negócios da família Rosales; o que, ainda assim, era anormal. Ele não costumava ficar chateado por algo como o trabalho e sempre tentava alegrar a situação.

Melanie passara tempo demais com seu pai para compreender quando era falta de educação fazer perguntas. Portanto, ela apenas franziu o cenho e seguiu o tio, que ia para o escritório do pai da garota.

Edgar parou em frente à porta e bateu duas vezes, da maneira como o irmão aprovava. Ele achava que bater mais era falta de educação e que, se a pessoa quisesse abrir a porta, abriria nas duas primeiras vezes.

— Entre. - a voz firme e grossa do Rosales ecoou pelo corredor claro e decorado e Edgar abriu a porta.

O escritório de Gaston Rosales era provavelmente o lugar mais organizado do mundo.

A parede branca não tinha uma sujeirinha sequer e o chão brilhava adequadamente, coberto na maior parte por um grande tapete que o pai comprara em um leilão. Haviam centenas de gavetas perto da janela e todas tinham escrito na frente, com uma letra caprichosa, o que guardavam.

Gaston, como sempre, se encontrava atrás de um computador, com o rosto todo encoberto pelo mesmo. Seus dedos batiam rapidamente nas teclas do computador enquanto uma brisa leve que entrava pela janela fazia seu cabelo balançar para o lado esquerdo.

A Dama do Sol - IOnde histórias criam vida. Descubra agora