Capítulo 10

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-O que foi Felipe? -Roberta pergunta, em tom de preocupação.

-Não sei... Mas que coisa! Vou dá uma olhada no motor. Fica dentro do carro.

-Mas está chovendo...

-Não tem jeito. -Felipe a observa e sorri. -Vai ficar tudo bem. Vou ter que encarar essa chuva mesmo! -e sai do carro.

Depois de alguns minutos, Felipe retorna todo molhado.

-E então?

-Nada! -Felipe comprime os lábios. -Eu sinto muito. O motor parou, simplesmente parou. Eu esqueci de levar na revisão, já era para eu ter levado, mas... Eu esqueci. -ele dá um sorriso amarelo, esperando que ela compreendesse.

-Mas... Mas e o que vamos fazer?

-Deixa eu tentar pedir ajuda. -Felipe pega o celular. -Sem sinal. Droga!

Roberta olha o dela rapidamente.

-O meu também. E agora?

-Só tem uma solução...

-Qual?

Felipe estica os pés e põe os braços atrás da nuca, em posição de relaxamento.

-Vamos esperar essa chuva passar! -ele dá de ombros.

"O QUÊ? Ele só pode estar brincando."

-Como assim? Não! Eu não quero ficar aqui! Isso é insanidade, está escuro, chovendo...

Felipe sente seu coração apertar ao ouvi-la. "Ah, não fique assim, por favor!"

-Mas eu não posso fazer mais nada... Desculpe ter que fazer você passar por isso.

Roberta respira fundo. -Por que é que você não fez essa maldita revisão? Será que não passou pela sua cabeça que isso podia acontecer?

-Eu pensei, quer dizer, não pensei... Mas quem é que pensa nessas coisas? Tenta relaxar um pouco!

-Relaxar? Como você consegue relaxar? E se aparecerem bandidos, sequestradores, sem falar que eu tenho um filho, Felipe. Ele vai ficar preocupado!

-Ah Roberta... Ele deve estar é muito feliz, com você está saindo com alguém diferente daquele lá do cabelo enroladinho...

O quê? Ele vai mesmo querer me provocar desse jeito? -Eu não admito que você fale do Nando.

Felipe se enfurece.

-Eu é que não admito que você defenda esse daí!

Ele sai do carro.

Roberta o acompanha.

-O quê que você tá fazendo?

-Eu disse para você ficar dentro do carro! Estou tentando consertar essa porcaria! -ele muda o semblante rapidamente. -JÁ SEI!

-O quê? -Roberta diz se encolhendo de frio. Maldito vestido costa nua! Em segundos, ela estava totalmente molhada. Felipe pega a parte de cima do seu traje e põe sobre os ombros dela.

-Você é tão teimosa... Vai acabar pegando um resfriado! -ele diz ajeitando o casaco nela.

-Obrigada! O que você estava dizendo?

-Não, deixa para lá.

-Fala Felipe!

-Uma ideia que eu tive.

-Diz logo! -ela grita.

-Tá. Não precisa gritar. O sítio que eu te falei, sabe? Está há poucos minutos daqui. A gente podia ir andando...

-Andando? -Roberta pensa por alguns instantes. -Acho que não vai ter jeito. Mas vamos devagar, eu estou de salto!

-Está bem, está bem. -Felipe revira os olhos, sem que ela veja.

Os dois vão andando o mais rápido que podem, discutindo durante o caminho.

-Você estragou tudo defendendo aquele... aquele lá...

-Peraí! Eu estraguei tudo? Acho que eu preciso lembrar que alguém esqueceu de fazer a revisão do carro, e esse alguém não fui eu. -Roberta rebate. Ai como ele é irritante!

-Ah Roberta, pare de ficar me culpando por isso. Eu sei! Eu sei! Não precisa ficar repetindo isso toda hora.

Roberta fuzila ele com o olhar.

-Ai! Falta muito? Eu não aguento mais!

-Nós já estamos chegando... -ele a apoia com o braço. -Vem, deixa eu te ajudar.

-Não, não precisa! -ela o empurra.

-Mas por que que você tem que ser tão orgulhosa hein? Pára com isso, deixa eu te ajudar. -Felipe a conduz pelo caminho, quando avista as luzes acesas da casa. O caseiro já havia passado por ali. Que bom!

-Pronto Roberta. Chegamos! -ele sorri.

-Até que enfim!

Os dois entram na área do sítio, ainda chovia muito, e começam uma nova discussão.

-Eu queria deixar claro que tudo isso é culpa sua! Eu nunca passei por uma situação tão... tão... AAAAH! -grita. -Olha só para mim, eu estou encharcada, meus pés estão doendo, meu cabelo... meu Deus, o meu cabelo... -ela choraminga. -Tudo por conta do esquecidinho! -esbraveja.

-Grrrr. Roberta Leone. Será que você pode calar essa boca? Eu não aguento mais ouvir reclamações! -ele diz enquanto passa a frente dela, indo em direção a casa.

-Eu não vou me calar! -ela grita. Roberta estava furiosa. -E não há nada que você possa fazer para mudar isso.

Felipe para e vira lentamente de costas. Ele se vira para ela e sorri. "Nada que eu não possa fazer? Ledo engano, Roberta Leone". Ela o encara, esperando que ele revidasse. Ela, definitivamente, sentia prazer em brigar com ele. Felipe caminha em direção a ela. Não havia mais como resistir. Ele achava que era impossível Roberta ficar mais bonita do que já era. Mas percebeu o quão estava enganado. Ela, daquele jeito, conseguia ser muitíssimo atraente. A roupa molhada ressaltava suas curvas. Os cabelos deixavam-na sedutora demais, tornando impossível qualquer homem resistir.

-Então eu não posso calar você? -ele diz, se aproximando dela, deixando-a sem reação. Sabe o que ele vai fazer. E não vai resistir. Não tem mais forças para isso.

-Vamos ver se isso funciona! -Felipe a puxa pela cintura em um movimento só e a beija. Roberta sente todo o seu corpo estremecer.

Explorando cada pedacinho daqueles lábios. Felipe a pressiona contra o próprio corpo, sentindo os seios dela contra o seu peito. Põe as mãos por debaixo do casaco que emprestara a ela e as desliza pelas suas costas, nua. Roberta geme levemente na boca dele e o puxa mais para si, apertando seus ombros. Felipe desce os lábios para a nuca dela, trilhando um caminho de beijos até o colo. Roberta sente todo o corpo queimar de tanto desejo. Ela ergue a cabeça dele e o beija com paixão. Eles se soltam com dificuldade e se olham profundamente.

-Irresponsável! -ela sussurra ofegante, totalmente entregue a ele.

-Dramática! -ele diz, antes de tomá-la nos braços e beijá-la novamente.

Felipe procura as mãos dela e a guia paradentro da casa.


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