De repente, o amor!

Capítulo 37

Após a conversa bastante esclarecedora que o casal tivera na noite anterior, Felipe seguiu para o seu apartamento.

Mais um dia amanheceu. Felipe havia acordado logo cedo e iria para a Positano trabalhar. Tudo ocorria normalmente. Abriu a porta de sua sala e quando entra, se assusta ao ver Charlo sentada em sua cadeira com aos mãos entrelaçadas e os cotovelos sobre a mesa, como quem queria ter uma conversa muito séria. Ele foi até lá, a cumprimentou e Charlotte começou a falar o que queria:

- Felipe meu filho, é uma loucura vocês eatarem separados, por favor! -Ela falava brava enquanto se encaminhava para perto do filho adotivo. - O seu futuro e seu presente são com a Roberta, vocês se amam! O que será de você sem o amor dessa mulher, meu filho? - Ela suplicava a Felipe para que ele tentasse novamente se acertar com a mulher que amava.

Agora, o contador estava irredutível. Pelo menos por enquanto. Tinha total consciência do quanto a magoara com as suas atitudes frustradas e suas palavras ríspidas naquele dia que é para ter sido perfeito, se não fosse aquele lá do "cabelo entoladinho".

- Esqueça isso, mamãe. Roberta vai seguir o caminho dela, e eu o meu por enquanto. Eu já a magoei demais e sei disso. Mas sei que aos poucos vou conseguir reconquistá-la.-Felipe disse confiante, porém triste de ainda não poder estar com ela.

A dor que invadia a alma daquele homem não era fácil de ser suportada. Ele mesmo tentava dizer para si mesmo todas aquelas palavras, repeti-las para si, num modo de acreditar que todas elas fossem verdades incontestáveis e próximas. A maior verdade era que Felipe sabia que era completamente apaixonado pela mãe de seu filho e perdido de desejo por ela. Depois de longos anos se casando e separando de várias mulheres, ele finalmente encontrara a mulher que despertara seu coração para a vida e para uma promessa de felicidade e fidelidade eternas. Despertara seu coração assim como despertara seu corpo e seus desejos mais profundos. Ele sentia seu corpo tremer e reagir a cada contato com aquela mulher. Ele sentia seu cheiro onde estivesse.

- Mas pimpinho, então vocês terão um futuro? -Charlô continuou contente.

Felipe a cortou rapidamente:

- Sim mamãe, não desistirei dela. Temos uma família agora! -Ele disse sorrindo. -Mas a Roberta perdeu a confiança em mim... -Charlô balançou afirmativamente a cabeça e ele continuou - Vou devagar até conseguir tê-la de volta para mim.

Ao ouvir isso, a dona das lojas sentiu-se muito feliz. Se despediu do filho, e disse que lhe deixaria trabalhar agora.
Roberta ainda não estava indo para a Positano, pois tinha licença maternidade, o que acabava por sobrecarregar Felipe.

Depois de um dia exaustivo de trabalho, ele resolve ir visitar seu filho e também confessava em seus pensamentos que queria muito ver a mulher da sua vida. Então, encaminhou-se para o dito lugar.

Roberta não acreditou quando viu seu amado batendo na porta do quarto de Júlio César. Virou-se em um único gesto com o bebê chorando em seus braços.

- Ah... Oi Felipe. -Ela disse um pouco surpresa com a presença dele ali, mas também muito feliz. - O que deseja? -Ela para um pouco e o observa, ele esrava estático vendo seus dois amores. - Que cabeça a minha! Você veio ver nosso filho. -Ela riu.

Aquelas palavras soavam para ele como um chamado. "O que eu desejo? Eu desejo você, dona Roberta Leone", foi o que ele pensara em responder. Mas começou a conversar de cabeça baixa, pois realmente sabia o quanto seria difícil estar tão próximo e ao mesmo tempo, tão distante dela.

- Sim Roberta, vim para ver nosso anjinho... E também, para ver você. Sabe que te considero muito. -Falava enquanto se aproximava. - E pelo visto, o Júlio está um pouco nervoso não é? - Os dois riram.