Capítulo 15

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-Oi Roberta. -ele a cumprimenta, sem olhá-la nos olhos.

-Oi Felipe. -ela responde com a expressão fria.

Os três ficam em silêncio alguns instantes até Veruska quebrar o clima tenso.

-É... Você não foi almoçar Roberta?

-Não Veruska! -ela diz, entre dentes. -Eu achei que você fosse me acompanhar Felipe. -Roberta diz o encarando. Que raiva!

-E eu achei que você já tivesse companhia. -ele rebate ironicamente, a voz carregada de ciúmes.

-O quê? -Roberta diz surpresa. Ah! O Nando. Estava explicado. -Você pode vir até a minha sala? Nós precisamos conversar! -ela diz, séria.

Felipe dá de ombros.

-Com licença dona Veruska! E obrigado por ter sido tão gentil! -ele agradece ao mesmo tempo em que tenta provocar Roberta.

"O quê? Gentil? EU VOU MATAR O FELIPE!" - ela grita em pensamento.

-Imagina seu Felipe. -ela responde, constrangida.

Os dois vão à sala de Roberta.

-Eu posso saber por que você me deixou plantada aqui e foi almoçar com a Veruska? -ela cruza os braços e fixa seus olhos nos dele. -Eu sou uma burra mesmo. Como eu pude acreditar em tudo o que você disse? Claro, você é assim com todas!

-Foi só um almoço! E eu só aceitei a companhia da dona Veruska por que você ia me dispensar já que estava muito ocupada com aquele cretino! -Felipe altera o tom de voz, a sentir o ciúme tomar conta de seu corpo.

-Eu ia te dispensar, Felipe? Só por que eu e o Nando estávamos conversando na minha sala? É melhor você inventar outra desculpa por que essa não dá! -Roberta faz uma pausa. -Felipe... Você está interessado na Veruska, é isso?

-O quê? Roberta, pelo amor de Deus! Claro que não!

-Por que essa cara de espanto? Não é a primeira vez que eu vejo você e ela em momentos tão íntimos... e também, a Veruska é uma mulher bonita, jovem, é natural que...

-Roberta para! Para por aí! Eu me recuso a ouvir isso! -Felipe tampa os ouvidos rapidamente. -Vem cá, você está com ciúmes? -ele move rapidamente os lábios, quase formando um sorriso.

-Eu? Com ciúmes? Ah! Por favor. Você quer mesmo falar disso? Você é quem está com ciúmes do Nando! -provoca ela.

-Eu? Com ciúmes daquele... Daquele lá? -murmura. -Claro que não.

-É? -Roberta sorri. -Nem um pouquinho de ciúmes?

Felipe dá de ombros, fingindo indiferença. Roberta se aproxima dele, pondo as mãos sobre seu rosto, fixando seus olhos nos dele.

-Então diz isso olhando nos meus olhos. Diz que você não se importa com o meu relacionamento com o Nando. Diz!

Felipe fica petrificado. Como mentir olhando para aqueles olhos? É impossível! "Sim, Roberta Leone, tenho ciúmes de você porque amo você." Como dizer isso a ela? Felipe põe suas mãos sobre a nuca dela e a puxa para um beijo, cheio de paixão. Depois de alguns segundos, quase sem fôlego, eles se afastam apenas para se olharem.

-Você me deixa louco. Literalmente louco!

Roberta sorri.

-Não faz mais isso comigo, tá? Doeu muito ver você com a Veruska.

-Meu amor... -ele diz, sensibilizado, cheio de cuidados. -Eu não tenho nada com a dona Veruska. Nada! Foi só um almoço, eu juro. É você que eu quero! -enfatiza. -Só você, Roberta!

-Ah Felipe... -ela se aproxima, fazendo um carinho no rosto dele. -O Nando só queria resolver nossa situação e mesmo que ele me pedisse para voltar, eu não iria aceitar.

-Tem certeza?

-Tenho! Sabe por quê? -ela olha fixamente nos olhos dele. -Porque eu te adoro! Porque é com você que eu quero ficar! -ela conclui, o beijando apaixonadamente, sentindo seu coração disparar. Roberta sente um aperto. Ainda não tinha coragem de dizer o que tanto queria. Mas sabia que isso iria acontecer muito em breve.

-Eu também te adoro! Muito! Promete que não vai me deixar? Promete? -ele pede, com os olhos cheios d'agua. Queria dizer a ela que a amava, que precisava dela, mas não conseguia. Dizer "eu te amo" era algo que ele fizera poucas vezes na vida. Felipe ainda tinha medo.

-Prometo! -ela responde, afastando os pensamentos dele, igualmente emocionada.

Ele a beija, apaixonado, desfrutando cada pedaço daquela boca, daquele corpo que o deixava completamente sem fôlego. Uma necessidade poderosa e primitiva tomou conta de seu sangue, fazendo-o ficar excitado, pronto para ela. -Eu preciso de você. -ele sussurra bem próximo ao ouvido dela.

-Eu também meu amor, muito... -ela diz, abrindo instintivamente os botões da camisa de Felipe.

-Vamos embora? Eu não vou aguentar ficar aqui até o final do expediente sem ter você... Do jeitinho que eu quero. -implora.

-Ir embora? -ela diz enquanto alisa todo o peitoral de Felipe que ela já tinha descoberto totalmente. -Me deixa pensar... -provoca.

-Por favor... -ele suplica.

-Vamos! -Roberta diz com um sorriso malicioso.

-Só vou a minha sala pegar as chaves do carro, volto rapidinho. -ele diz abotoando sua camisa e dando um leve beijo nos lábios dela.

-Está bem, amor. Vou lá avisar a Veruska.

Felipe vai até sua sala, pega seus pertences com pressa e vai ao encontro com Roberta na recepção.

-Vamos? -ela pergunta ansiosa.

-Vamos, amor! -ele responde, terminando de fechar sua maleta.

"Amor?" - Veruska estranha a intimidade de ambos depois do clima tenso que se formou com o trio ainda há pouco. O que havia acontecido?

-Até amanhã, Veruska. -Roberta se despede, fria, reticente com a secretária.

Felipe faz o mesmo.

-Até amanhã Roberta, seu Felipe... -acena.

O casal vai em direção ao carro.

-Hoje você vai passar a noite comigo, não vai? -ele faz um leve carinho em uma das pernas de Roberta, fazendo-a se arrepiar inteira.

-Claro! -ela confirma, retribuindo o carinho. -Mas antes eu preciso passar em casa e avisar o Kiko.

-Por falar no Kiko, você vai contar a ele sobre nós?

-Não!

-Não? -ele pergunta confuso.

-Não. Nós dois iremos contar a ele hoje! Faço questão que ele seja o primeiro saber. -ela sorri feliz.

-Meu amor... -ele se sensibiliza e a beija.


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De repente, o amor!Onde histórias criam vida. Descubra agora