Capítulo ( 20 )

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Chegamos na escola rapidamente.

Olhei para o relógio do celular em minha mão. Soltando um suspiro pesado.

Escutei o sinal tocar, senti-me espumando fel, só de pensar no sermão que o professor Drew me daria por chegar novamente atrasada.

-Elise?

-Sim-

-Depois das aulas, eu te levo em casa.

Sorri

–Ok. Não vai para a aula?

-Preciso fazer uma chamada antes. Adriel respondeu, discando um número.

Fechei a porta do seu carro, enquanto Yara passou por mim a correr, o barulho ritmado de suas botas batendo contra a chuva que caia no chão, era o único som que eu realmente conseguia ouvir.

Eu me concentrei na placa da escola enquanto corria.

Assim que entrei no vasto corredor, eu prendi a respiração, quando escutei alguém gritar

Era um grito estridente, e repleto de terror.

Olhei assustada, para uma das portas, e fui em direção ao local de onde veio o som.

Uma garota do último ano, estava de pé choramingando, enquanto olhava horrorizada para o corpo de uma jovem do segundo ano, inerte no chão.

Ao redor do corpo dela havia uma enorme possa de sangue, e o mais assustador era o coração da garota que tinha sido arrancado de seu peito, e estava completamente dilacerado por balas de prata.

Eu estava contendo a ânsia, quando a garota deu dois passos atrás, ficando assim do meu lado

–Corra— Ela murmurou – Existe alguém aqui — E com essas palavras, ela voou por mim, indo em direção das portas duplas, que davam acesso ao exterior do colégio.

Eu olhei ao redor do local, e vi uma sombra, a minha frente, ela se moveu muito rápido.

De repente me vi xingando, a sala estava completamente escura, queria ir até uma das janelas e abrir, deixando assim a claridade entrar, mas o medo, se apoderou por completo de minhas pernas tremulas.

"Corra Elise" uma voz gritou dentro da minha mente. Mas minhas pernas se recusavam a obedecer veemente.

A sombra afastou-se de umas das mesas, e a minha garganta ficou pressa, quando olhei para o punhal de cabo negro nas mãos do rapaz de cabelos negros.

Rapidamente eu lembrei do seu rosto... ele estava nas sombras das árvores na noite da fogueira...

O pânico e o medo tomavam conta de mim, e impeliam-me a gritar ou a fazer o que fosse.

O coração parecia bater desenfreado na minha boca.

Aquele jovem estava perigosamente perto. " Eu vou morrer" eu pensei.

Meus pés ficaram prostrados ao chão enquanto aquele rapaz com olhos completamente desbotados se aproximava.

Cerrei os olhos com força, e desejei com todas as forças que aquilo não fosse real.

Quando os voltei abrir o rapaz, estava na minha frente, e para minha surpresa, ele estava parado como se estivesse à espera de algo.

Porque ele não me mata?

O que ele pretende?

E a irritação que de repente fluía dentro de mim, aumentou ainda mais

– Está esperando o quê? Acabe logo comigo—gritei de forma desafiadora.

Lágrima Negra ( LIVRO I E II) Onde histórias criam vida. Descubra agora