Lágrima Negra ( LIVRO I E II)

Parte II - Capitulo 5

-Você está me levando a um barzinho? Questionei irritada.

-Isso não é apenas um bar - ele disse, levando uma de suas mãos até um dos bolsos do casaco que eu usava, sua mão roçou ao de leve minha coxa, pelo olhar preguiçoso que ele me dava, eu pude ter a certeza que ele havia feito de propósito.

Ele retirou um frasquinho de vidro, e colocou um pó vermelho na palma de sua mão, abrindo a porta de metal na minha frente.

Um homem corpulento se colocou na nossa frente

"Palavra passe" ele disse demonstrando seus caninos longos, e com uma voz totalmente assustadora.

Hades sorriu, ao abrir sua mão, jogando o pozinho no rosto do homem.

"Somnum sempiternum" ele murmurou, e o corpo do homem caiu estendido.

-O que você fez- gritei, para que Hades me pudesse escutar através do barulho ensurdecedor da música.

-Apenas o coloquei para dormir-

-Mas ele vai acordar, certo? Perguntei encarando seu rosto inexpressivo.

-Não. Esse sanguessuga já não pode acordar.- Ele disse com total desdém.

-Venha- ele disse me empurrando novamente. -Isso é o que seu queridinho Adriel está fazendo com os feiticeiros - Ele rosnou parando bem no centro do barzinho.

Meus olhos logo percorreram o lugar, estremeci ao ver toda aquela cena de terror na minha frente.

Vários corpos estavam estendidos no chão, inertes e sem qualquer resquício de vida. Uma jovem estava no chão, choramingando, e arfando de dor, enquanto dois vampiros, estavam sobre seu corpo rasgando e mordendo ela, sem dó nem piedade.

Dois corpos pequenos e frágeis, estavam estendidos no meio da pista, um deles era um rapazinho que não deveria ter mais do que dois anos, seu rosto branquinho, e perfeito, estava para baixo, numa poça de sangue coagulado.

Adriel tinha tanta raiva assim de feiticeiros, ao ponto de machucar crianças inocentes?

O outro corpo, que era apenas uma menina com menos de oito anos, estava virado para cima, a fitar o teto, com uma expressão vazia, e sem qualquer vida.

Perto daqueles corpos pude escutar sons de choro e soluços.

Em um sofá de couro, salpicado de sangue, estava uma garota por volta dos seus doze anos, seus olhos tinham uma expressão vítrea de choque, enquanto um vampiro, se preparava para rasgar seu pescoço.

Hades suspirou, e isso foi o suficiente para que nossa presença fosse notada por todos os vampiros presentes no bar.

Eles nos olharam com uma expressão de "vou rasgar tudo de você" estremeci.

Hades pegou na minha mão, apertando-a com força.

Eu engoli a bile que ameaçava subir pela minha garganta.

Dois vampiros voaram na nossa direção, mas Hades ergueu sua mão, e com uma força invisível jogou seus corpos para longe.

Um terceiro vampiro surgiu de surpresa do meu lado

Hades me jogou para trás de suas costas, retirando um punhal de cabo vermelho, do bolso de trás de sua calça desbotada, ele se moveu rápido, e num único golpe, perfurou o coração do vampiro, retirando seu coração, jogando para longe.

Enraivecidos, mais vampiros se moveram na nossa direção.

Hades, mal deu chance de eles lutarem, ele se moveu rápido, desferindo longos golpes, ou usando sua magia, para jogar seus corpos para longe.