Lágrima Negra ( LIVRO I E II)

Parte II - Capítulo 15

Acordei com mãos estranhas cobrindo minha boca, abri meus olhos para encontrar um Gabriel totalmente maldoso parado diante de mim.

Em que momento ele entrou no meu quarto?

O que ele pretendia?

Adriel o mandou?

Eram tantas as dúvidas, mas todas congelaram no momento em que sua mão liberou minha boca e arrancou o lençol do meu corpo, deslizando seus dedos maldosos dentro da minha camisola de dormir.

-Não me toque seu maldito nojento. Rosnei tentando me afastar.

Seu sorriso perverso deixou claro suas intenções.

-Sempre senti curiosidade para entender o que Adriel viu em você. Ele soltou sem deixar de tocar minha pele por debaixo da camisola.

Em nenhum momento parei de me debater contra ele, porém ele era mais forte, meus poderes eram inúteis naquele momento. Eu não os tinha.

-Sua beleza, deixa todo vampiro enlouquecido... Ele joga seu nariz no meu pescoço - Esse é o poder de uma bruxa... beleza mortal

-Se você continuar me tocando, eu vou arrancar seu coração com meus próprios dentes. Gritei furiosa.

-Eu quero ver você tentar. Ele riu de um jeito asqueroso, baixando as calças com a mão livre, eu entrei imediatamente em pânico.

-Eu falei que iria me vingar. - Ele me lembra - Mas Foda-se. Eu nunca pensei que iria foder com alguém tão belo como você... Você é alguém que não está ao alcance de um cara como eu.. Você me deixa duro

Eu luto para me afastar do seu toque, mas ele aperta minha pele com mais força, enquanto tenta se desfazer do boxer.

Num momento de distração enquanto ele luta com sua roupa íntima, eu aproveitei para morder seu pulso com toda força, ele cambaleia para trás caindo ainda com as calças entre suas pernas.

Eu levanto da cama com rapidez, pegando na navalha que caiu do bolso dele.

-Se aproxime e eu vou te matar. Ameacei com toda frieza do mundo.

Com rapidez ele levantou do chão, ajeitando novamente sua roupa, e passou como um borrão por mim.

E tudo o que senti no momento foi um soco em meu estômago, Gabriel sorriu, enquanto eu voei na direção da parede.

Eu rosnei quando senti uma enorme dor no fundo de minhas costas.

-Eu vou matar você, sua cadela -ele rosnou vindo na minha direção.

Meu coração começou a bater forte, enquanto me preparava para uma luta.

Se ele pensava que eu não iria dar luta, ele apostou na garota errada para tentar estuprar.

Pulei em cima de Gabriel, o jogando tão forte contra o chão, que sua cabeça bateu.

Rapidamente ele se recuperou e tentou lutar de volta.

Eu pressionei meu corpo contra o dele, prendendo-o contra a parede.

Isso é o que acontece com homens que não sabem respeitar um NÃO.

Eu os mato.

-Vamos ver se você é tão forte agora, quando não tenta estuprar uma mulher vulnerável -eu disse, e com rapidez, peguei na sua navalha, perfurando seu peito.

-Isso é por todas as vezes em que você me tratou mal -Eu afundei ainda mais a navalha em sua carne e ele grunhiu de dor.. - E isso é por você me tocar com esses dedos sujos - Rosnei com tanta raiva, que não percebi quando minhas mãos voaram na direção do seu peito, arrancando seu coração.

Olhei para trás, e vi que Adriel, e seus homens assistiam toda aquela cena na beirada da porta.

Minha pele e camisola coberta de sangue, tudo em mim estava de um vermelho vivo.

Com uma velocidade que Adriel não esperava, eu me joguei sobre ele, golpendo seu rosto com toda a fúria.

-Isso é o que vai acontecer com todos os homens que você mandar para me estuprar. Acusei com mágoa - Eu vou matar todos eles. Você não vai me destruir, Adriel. Eu não vou permitir.

Adriel parou os meus golpes, prendendo meus pulsos

-Eu nunca faria isso com você ou qualquer mulher. Por um momento, enxerguei um brilho de mágoa e tristeza por minha acusação

-Retire esse lixo daqui. Adriel ordenou para um outro jovem, referindo-se a Gabriel.

Eu tentei me afastar do toque dele, mas Adriel me impediu de qualquer movimento, me mantendo firme contra seu corpo.

Cansada, eu desabei em seus braços.

Soluços escapam dos meus lábios.

Agora que a adrenalina do momento acabou, voltei para a dura realidade do que teria acontecido comigo, se não fosse forte o bastante para lutar contra um estuprador.

Quantas mulheres não passaram por isso antes?

Graças a Deus, não aconteceu nada comigo, mas ainda assim me sentia furiosa, impotente, eram tantos sentimentos.

Não percebi em que momento, acabei no banheiro, sem roupa, completamente nua, perante Adriel, enquanto esse preparava a temperatura da água, lavando meu corpo com uma devoção surpreendente, em seu olhar tudo que enxerguei foi apenas culpa, tristeza e bastante raiva.

Graças ao elo entre nós dois, eu soube que Adriel não tinha nada a ver com o que Gabriel tentou fazer comigo.

Eu o acusei de algo, mas rapidamente percebi que ele seria incapaz de algo tão monstruoso, Adriel não era desse jeito, nunca seria.

O único monstro real, era somente eu.